Em pauta, a produção de conhecimento antirracista na internet e apresentação do o projeto Afropédia
Ministério da Igualdade Racial
Publicado em 19/02/2025
Foto; Divulgação
Gestores públicos do Ministério da Igualdade Racial participaram do I Seminário Afropédia: conexões ancestrais, realizado nos dias 14 e 15 de fevereiro, em Salvador (BA).
O objetivo do seminário era fomentar discussões e propor estratégias que promovam práticas de produção de conhecimento antirracistas na internet.
Na ocasião, representantes dos governos federal e estadual, de instituições de ensino superior e de organizações da sociedade civil puderam assistir a uma apresentação do projeto Afropédia – iniciativa do Centro Palmares de Estudos e Assessoria por Direitos.
A partir do apoio e do financiamento do Ministério da Igualdade Racial (MIR) por meio de edital firmado em parceria com a Universidade Federal Fluminense, o projeto Afropédia desenvolve a qualificação de pesquisas e conteúdos sobre a história das populações negras na internet, tendo a plataforma Wikipédia como uma importante aliada e ferramenta digital promotora da democracia e do enfrentamento ao racismo estrutural no mundo.
A ideia é capacitar jovens negros por meio de maratonas de produção editorial, para a inclusão de novos verbetes nas 16 plataformas da rede Wikipedia. O projeto está articulado com a Rede Historiadoras e Historiadores Negros, conta com a parceria da Wiki Movimento Brasil (WMB) e o apoio das Fundações Euclides da Cunha e Cultural do Estado da Bahia.
O chefe de gabinete do Ministério da Igualdade Racial, Luiz Barros, que participou da abertura da mesa de autoridades e da moderação das mesas temáticas, saudou a iniciativa e destacou os desafios da produção colaborativa da informação no âmbito da internet. “É fundamental entender os processos de colaboração e como a gente consegue ter acesso, se apropriar e utilizar a informação de maneira competitiva, com os recursos que a internet nos oferece, de maneira responsável e ética, sobretudo nos dias atuais em que vivemos uma enxurrada de desinformações”, destaca.
Palestrante da mesa temática ‘Plataformas Colaborativas e o Epistemicídio Digital’, a diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação (Damgi), Tatiana Silva, afirma que esse tipo de iniciativa pode ser revertida para o aperfeiçoamento das políticas do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial e disponibilizada para domínio público. “É muito importante conhecer as possibilidades e potencialidades das plataformas colaborativas. O MIR traz um grande avanço ao apoiar esse projeto tão inovador de aperfeiçoamento do conhecimento sobre políticas de igualdade racial, educação étnico racial e marcos históricos”, ressalta.
A iniciativa faz parte das estratégias para o fortalecimento das representatividades da cultura negra e do combate ao racismo por meio da produção de conteúdos qualificados para a Wikipédia. O projeto nasce como resposta à ausência de fontes nacionais e periféricas nas referências da Wikipédia lusófona, propondo a criação de artigos sobre lugares, biografias, organizações e celebrações afrodescendentes, escritos por representantes de movimentos sociais e pesquisadores.