A Universidade Popular do Açaí é uma proposta educacional que visa democratizar o acesso ao conhecimento, promovendo a educação de qualidade para todos, independentemente de classe social, raça ou gênero.
PROJETO DE CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DA UNIVERSIDADE POPULAR DO AÇAÍ DE IGARAPÉ-MIRI PARÁ BRASIL.
Texto: José Maria dos Santos Costeira
Enviado por Igina Sales - Mocambo e ULFA
O município de Igarapé-Miri, localizado no estado do Pará, é conhecido como a "Capital Mundial do Açaí" devido à sua grande produção e exportação do fruto. Com uma área de 1.996,790 km² e uma população de aproximadamente 64.831 habitantes, Igarapé-Miri é um importante centro econômico e cultural da região do Nordeste Paraense.
A cidade tem uma rica história, que remonta ao século XVII, quando foi fundada como uma freguesia. Ao longo dos anos, Igarapé-Miri desenvolveu-se como um importante centro de comércio e agricultura, com destaque para cana de açúcar, borracha e madeira, atividades de tempos atrás, hoje a produção de açaí, cacau e outros produtos agrícolas são à locomotiva do desenvolvimento da Capital Mundial do Açaí.
O cultivo do açaí em Igarapé-Miri é uma história rica e fascinante. Na década de 7O após a falência dos Engenhos de Cana de Açúcar, os proprietários dos Engenhos se mudaram pra cidade de Igarapé-Miri, Abaetetuba e Belém, deixando milhares de pessoas sem saber que rumo tomar, nesse período surgiram às Fabricas de Beneficiar Palmitos de açaí, sem alternativas de como sustentar suas famílias, o jeito foi sair cortando às Palmeiras de Açaí nativo, um período de muita miséria e fome em Igarapé-Miri, então, até o Palmito estava acabando, então encorajados pela Igreja Católica após à Conferência Episcopal de Puebla no México, onde à Igreja Católica na América Latina, fez a opção pelos pobres e iniciou o processo de Criação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), onde passou-se à discutir alternativas de tirar o povo da situação de extrema pobreza na região do Baixo Tocantins, Dom José Elias Chaves tem um papel importante nesse movimento, então vários homens e mulheres reunidos decidiram que deveriam deixar de cortar às palmeiras de açaí, para poder vender o fruto, que na avaliação à época era muito mais vantajoso, pois vendia o fruto e a palmeira continuava em pé gerando riqueza ano após ano.
Então esse é só um dos primeiros capítulos dessa fantástica história que tem 40 anos, tornando o Açaí não apenas um fruto, mas o elemento central na história local, nas práticas culturais e na economia da região, espandindo em todos os municípios do Pará e todos os estados do norte do Brasil.
A partir da implantação do cultivo do açaí, o município de Igarapé-Miri se tornou um importante centro de produção e comercialização do fruto. O açaí se tornou um pilar da identidade local, um elo que conecta as gerações e perpetua a cultura amazônica.
O processo histórico de implantação do cultivo do açaí em Igarapé-Miri é um tema importante de estudo, pois revela a forma como a região se desenvolveu e como o açaí se tornou um elemento fundamental na economia e na cultura local.
Em resumo, a história do cultivo do açaí em Igarapé-Miri é uma história de desenvolvimento, cultura e identidade, que revela a importância do açaí na região e sua contribuição para a economia e a cultura amazônica.
Igarapé-Miri também é conhecido por sua hospitalidade e tradições culturais, como o carimbó e a guitarrada. A cidade é berço de importantes músicos paraenses, como Pinduca, Pim, Aldo Sena e Dona Onete.
A história dos escravos em Igarapé-Miri é um tema muito importante e relevante, que precisa ser bem estudado. Durante o século XIX, a presença de trabalhadores escravos foi significativa na região, especialmente nas atividades da lavoura de cana de açúcar e extração de madeira.
Os escravos eram agentes da sua própria história e resistiram ao sistema escravista de diversas maneiras. Eles eram capazes de equilibrar a sua própria vida dentro do sistema escravista, o que é um testemunho da sua força e resiliência.
Infelizmente, a história dos escravos em Igarapé-Miri também está marcada pela violência e opressão. O comércio de escravos foi uma prática comum na região, e muitos escravos foram forçados a trabalhar em condições desumanas.
É importante lembrar que a história dos escravos em Igarapé-Miri é uma parte importante da história do Brasil e da luta pela liberdade e igualdade. É fundamental que continuemos a estudar e a aprender sobre essa história para que possamos entender melhor o nosso passado e construir um futuro mais justo e igualitário.
Aqui ainda temos resquícios dos trabalhos das parteiras, benzedeiras e puxadores de torção e até corrigir pequenas fraturas na base da tala, além de muitas pessoas terem conhecimentos ancestrais, no uso das plantas e ervas medicinais. A Universidade Popular do Açaí será um tipo de instituição de ensino para adultos e pessoas de limitada condição de acesso ao ensino primário, secundário e superior, seja por questões financeiras ou por motivos pessoais ou ainda devido à distância a maiores centros de ensino superior.
O QUE É UNIVERSIDADE POPULAR DO AÇAÍ?
A Universidade Popular do Açaí é uma proposta educacional que visa democratizar o acesso ao conhecimento, promovendo a educação de qualidade para todos, independentemente de classe social, raça ou gênero. Esse modelo educacional busca romper com as barreiras tradicionais do ensino superior, oferecendo cursos e atividades que atendem às necessidades da comunidade local e valorizam a cultura popular.
HISTÓRIA DAS UNIVERSIDADES POPULARES.
As universidades populares surgiram como uma resposta às limitações das instituições de ensino superior convencionais, especialmente em contextos de exclusão social. O movimento ganhou força na década de 1960, inspirado por ideais de educação libertadora e pela necessidade de formar cidadãos críticos e conscientes. Desde então, diversas iniciativas têm sido implementadas em diferentes países, adaptando-se às realidades locais e promovendo uma educação mais inclusiva.
CARACTERÍSTICAS DAS UNIVERSIDADES POPULARES.
As universidades populares se caracterizam por sua abordagem horizontal e participativa, onde alunos e professores compartilham saberes e experiências. Além disso, elas costumam oferecer cursos gratuitos ou a preços acessíveis, priorizando temas relevantes para a comunidade. Outro aspecto importante é a valorização da cultura local, que é incorporada ao currículo, promovendo a identidade e a diversidade cultural.
OBJETIVOS DAS UNIVERSIDADES POPULARES.
Os principais objetivos das universidades populares incluem a promoção da inclusão social, a formação de uma consciência crítica e a valorização da cultura local. Elas buscam também estimular a participação ativa da comunidade em processos de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico das regiões onde estão inseridas. Dessa forma, as universidades populares se tornam espaços de transformação e empoderamento.
METODOLOGIA DE ENSINO.
A metodologia de ensino nas universidades populares é geralmente baseada em práticas pedagógicas inovadoras, que priorizam a interação e a troca de conhecimentos. As aulas podem ser ministradas por meio de oficinas, debates, grupos de estudo e atividades práticas, sempre com foco na realidade dos alunos. Essa abordagem permite que os participantes se tornem protagonistas de seu próprio aprendizado, desenvolvendo habilidades e competências essenciais para a vida em sociedade.
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POPULAR.
A educação popular desempenha um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Ao promover o acesso ao conhecimento e à formação crítica, as universidades populares contribuem para a redução das desigualdades sociais e para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados. Além disso, elas ajudam a fortalecer a cultura local, valorizando saberes e práticas que muitas vezes são marginalizados.
DESAFIOS ENFRENTADOS.
Apesar de sua relevância, as universidades populares enfrentam diversos desafios, como a falta de recursos financeiros, a resistência de instituições tradicionais e a necessidade de formação contínua para seus educadores. Além disso, a manutenção do compromisso com a inclusão e a diversidade é um desafio constante, exigindo esforços para garantir que todos os grupos sociais tenham acesso às oportunidades oferecidas.
EXEMPLOS DE UNIVERSIDADES POPULARES.
No Brasil, existem várias iniciativas de universidades populares, como a Universidade Popular de São Paulo e a Universidade Livre de Cultura e Cidadania. Essas instituições têm se destacado por suas propostas inovadoras e por seu compromisso com a educação inclusiva. Elas oferecem uma ampla gama de cursos e atividades, sempre com foco nas necessidades da comunidade e na valorização da cultura local.
O FUTURO DAS UNIVERSIDADES POPULARES.
O futuro das universidades populares depende da capacidade de adaptação às novas demandas sociais e educacionais. Com o avanço da tecnologia e a crescente necessidade de formação contínua, essas instituições precisam inovar e buscar novas formas de engajamento com a comunidade. A construção de parcerias com outras organizações e a utilização de plataformas digitais podem ser caminhos promissores para garantir a sustentabilidade e a relevância das universidades populares no cenário atual.
No ano de 2018, o então Vereador José Maria dos Santos Costeira, participou do Fórum Social Mundial, no Estado da Bahia, ao participar de uma reunião de debates sobre às Universidades Populares no Brasil, se encantou com às propostas e desde então, tem se dedicado a propor e pedir ajuda para implantar no município de Igarapé-Miri, à Universidade Popular do Açaí, visando discutir e preservar os conhecimentos ancestrais da população desta abençoada Terra de Santana.
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