Num momento histórico de luta das mulheres organizadas no Brasil, a Marcha das Mulheres Indígenas e a Marcha das Margaridas se unem para demarcar a resistência aos retrocessos

 

 

 

Por Thayz Athayde*

 

 

"É melhor morrer na luta do que morrer de fome", disse Margarida Alves. A paraibana era líder sindical e foi assassinada em 1983. Em sua homenagem, a Marcha das Margaridas carrega seu nome e também levou milhares de mulheres de todo Brasil às ruas em 2000, 2003, 2007, 2011, 2015 e, agora, em 2019.

 

A ação da Marcha das Margaridas envolve as mulheres do campo e da floresta, conectada a um feminismo popular, que dialoga com mulheres que estão longe dos grandes centros urbanos, com uma militância não vinculada ao feminismo acadêmico, por exemplo.

 

Em 2019, a Marcha das Margaridas se junta à 1º Marcha das Mulheres Indígenas nessa conjuntura política em que nossos direitos estão cada vez mais precarizados. As duas marchas vêm responder a esse movimento de extrema direita, fundamentalista e neoconservador, a partir de um feminismo popular que enfrenta os sistemas patriarcal, racista e capitalista na defesa dos direitos humanos de todas as pessoas.

 

Não há diálogo com governo que flerta com o fascismo, com estratégias políticas que teimam cada vez mais em violentar pessoas por conta da sua cor, gênero, orientação sexual, classe, corpos.

 

As mulheres estão nas ruas hoje para dizer que nunca houve e não haverá trégua. Em tempos como esse, cada gesto é visto como resistência. E a Marcha das Margaridas e a 1º Marcha das Mulheres indígenas são hoje responsáveis por uma das maiores expressões de afronta a este governo e seus aliados, gritando para o mundo todo ouvir: “nós somos muitas e estamos vivas”. Porque, como disse Margarida, é melhor morrer na luta que de fome. É melhor morrer na luta, do que não lutar.

 

 

 

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* Thayz Athayde integra a Universidade Livre Feminista e as Blogueiras Feministas. Este texto faz parte da cobertura colaborativa realizada pela Coletiva de Comunicação da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), em parceria com Universidade Livre Feminista (ULF) e Blogueiras Feministas, organizada especialmente para cobrir a Marcha das Mulheres Indígenas e Marcha dasMargaridas. 

Expediente: Coordenação Geral: Cris Cavalcanti (PE); Texto:Fran Ribeiro (PE), Gabriela Falcão (PE), Carmen Silva (PE); Laura Molinari (RJ), Carolina Coelho (RJ), Raquel Ribeiro (RJ), Angela Freitas (RJ), Rosa Maria Mattos (RJ), Milena Argenta (DF) e Priscila Britto (DF); Fotos: Carolina Coelho;Vídeo: Débora Guaraná (PE), Milena Argenta (DF) e Cris Cavalcanti (PE); Edição: Coletivo Motim; Diagramação:Débora Guaraná (PE), Bibi Serpa, Cris Cavalcanti (PE) Sites e Redes Sociais:Cristina Lima (PB), Thayz Athayde (CE), Cris Cavalcanti (PE), Analba Brazão (PE), Emanuela Marinho (PE) e Luna Costa de Oliveira (RJ); Produção: Mayra Medeiros (PE) e Masra Abreu (DF).

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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