“Geledés – Caminhos e Legados” virá com concepção de Sueli Carneiro, que é coordenadora executiva do Instituto e do Centro de Documentação e Memória Institucional
Foi lançado o trailer da websérie “Geledés – Caminhos e Legados”, que contará a história do Geledés – Instituto da Mulher Negra, criado também pela filósofa, escritora e ativista Sueli Carneiro ao lado de outras mulheres em 1988.
A série é parte das comemorações pelos 34 anos do instituto, e o primeiro episódio chegará ao Youtube do instituto no dia 25 de julho.
A história de Geledés
A websérie documental tem direção de Day Rodrigues e produção executiva de Duas Rainhas, e se dividirá em seis episódios de aproximadamente dez minutos para contar a história de Geledés, resgatar sua memória institucional, que se mistura à própria história do movimento negro no Brasil. “Geledés – Caminhos e Legados” virá com concepção de Sueli Carneiro, que é coordenadora executiva do Instituto e do Centro de Documentação e Memória Institucional.
Sueli Carneiro - fundadora do Geledés
O Instituto foi fundado em 30 de abril de 1988 como uma “organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigente na sociedade brasileira”, diz o site da instituição.
Assim, a ideia da série é promover uma reflexão sobre o legado das ações e projetos, pra que a memória e a luta passem para próximas gerações.
“Geledés foi fundado por dez mulheres negras no momento de redemocratização do Brasil, em 1988, quando o movimento negro estava se consolidando. Essas mulheres, de maneira autônoma, se apoiaram na ideia da irmandade, inclusive ao idealizar a instituição pela origem iorubá da palavra Geledés”, afirmou a diretora Day Rodrigues.
Os episódios contaram com participação de nomes como Antonia Aparecida Quintão, presidenta de Geledés, da deputada estadual Erica Malunguinho, da cantora, compositora e deputada estadual Lecy Brandão, da rapper Sharylaine, da pesquisadora e ativista Winnie Bueno, e muitas mais.
A diretora Day Rodrigues ao lado de Sueli (Cat Tenório/Instagram/@dayrodrigues_art/reprodução)
Dentro dos diversos temas que perpassam a questão racial e de gênero e o combate a toda discriminação, o Geledés desenvolve projetos e busca monitorar em seu Portal o debate público ao redor de tais temas no Brasil e no mundo.
Os episódios tratarão justamente desses tantos universos que se desdobram da luta do instituto, como as ações afirmativas, a memória institucional, as publicações, a revista Pode Crê. direitos humanos, e mais.
“Mais de trinta anos depois da fundação, a gente está numa crise política, por conta de um governo que não se responsabiliza por políticas públicas para combater as desigualdades no Brasil, principalmente as desigualdades raciais”, diz Rodrigues.
“Se a gente não pensar em políticas de preservação, não tem como garantir direitos para as próximas gerações com este Estado racista, patriarcal. Então, esse registro é importante para dar continuidade a essa história”, conclui a diretora. O canal de Youtube do Geledés pode ser acessado aqui.