Cem servidoras e servidores públicos do Distrito Federal passaram por uma formação sobre enfrentamento a violências contra pessoas LGBTQI+, além de questões sobre saúde, educação e assistência social voltada para essa população. Aspectos da sociedade brasileira como racismo, machismo, gordofobia e capacitismo também foram abordados na formação. Agora, os temas abordados na formação se tornaram uma publicação com o título “De margem a margem o rio avança: dissidência sexual e de gênero, raça, etnia e deficiências”
Produzida por Glaucilene Ferreira Soares, Iariadney Alves da Silva (Iara Alves), Lélia deCastro e Melissa de Oliveira Navarro Barreto, com a Coordenação editorial de tatiana nascimento, Nina Ferreira e editoração de Gilmaro Nogueira (Editora Devires), a Coturno de Vênus - Associação Lésbica Feminista de Brasília lançou na véspera do histórico segundo turno da eleição presidencial (29 de outubro) a publicação patrocinada pela Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal que é "decorrente dos temas tratados na formação de servidoras e servidores do DF, foi escrita por especialistas LGBTI+ de diversas áreas e é direcionada para o público em geral, de fácil acesso e gratuita, contribuindo para a ampliação de debate cuidadoso e aprimorado”, explica Iara Alves, coordenadora-geral do projeto.
A formação e a publicação foi elaborada pela Associação Coturno de Vênus, com a atuação de especialistas nas mais diversas áreas que elaboraram o material que será lançado neste final de semana. Para Iara, ter esta publicação lançada reforça o compromisso da associação em construir lutas contra as opressões de diversas origens.
“A defesa por direitos é algo inerente aos movimentos sociais, no caso da Coturno de Vênus, temos 17 anos de atuação na defesa de direitos afetivo-sexuais e de gênero e suas transversalidades e nesse caminhar vivenciamos avanços e retrocessos sobre a concretização de direitos, entendemos que essa luta é coletiva e de todes e precisamos de aliades com atuação na execução de serviços públicos por meio da construção antirracista, antilgbtifobica, anticapacitista, antigordofóbica”, conclui.
Um dos especialistas que contribuiu com a produção foi Andrey Lemos, presidente da União Nacional LGBT e pesquisador em saúde coletiva. Para ele, participar da publicação e da formação das servidoras e servidores foi gratificante.
“Espero ter colaborado para o avanço do debate sobre a importância da efetivação do princípio da equidade, entendo que é papel do Estado assegurar políticas de promoção do bem estar e da proteção social e para tanto é urgente reduzir os estigmas e construir uma institucionalidade que respeite e valorize a diversidade e cuide bem da população LGBTI+”, finaliza.
Lucirleia Rocha é psicóloga, passou pela formação. Para ela,uma das principais mensagens do curso foi sobre respeito. “Fico feliz em saber que existem pessoas que estão proporcionando para mim e para tantas outras pessoas, um espaço de novas construções. Uma das coisas que ouvi no curso é que não precisamos tolerar ninguém. Quando se trata de espaço da outra pessoa, e do meu espaço, o que se pode exigir é respeito”.
O e-book também será disponibilizado no site: www.casaroxa.com.br. O projeto de formação e a publicação são realizados com recursos de emenda parlamentar, via Secretaria da Mulher do Distrito Federal.
com informações do Blog da Cris