Universidade Federal do Ceará: Com a adoção da estratégia Zero Morte Materna, que foca na principal causa de morte materna prevenível no mundo (hemorragia pós-parto), os indicadores têm melhorado substancialmente ao longo dos anos, chegando a duas mortes em 2022.

 

A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH, conseguiu reduzir em 83% o número de mortes maternas na unidade. Levantamento mostra que, em 2018, 12 mulheres perderam a vida por causas relacionadas à gestação, na MEAC. Com a adoção da estratégia Zero Morte Materna, que foca na principal causa de morte materna prevenível no mundo (hemorragia pós-parto), os indicadores têm melhorado substancialmente ao longo dos anos, chegando a duas mortes em 2022.

Isso representa 8% dos 25 óbitos maternos (exceto por causas externas) registrados pela Secretaria Municipal de Saúde em Fortaleza no ano passado, o melhor desempenho entre as instituições públicas de alta complexidade. Segundo o gerente de Atenção à Saúde da Maternidade-Escola, Prof. Edson Lucena, as vidas salvas de tantas mães são fruto de um conjunto robusto e bem pensado de medidas relacionadas ao combate à principal causa de óbito materno: a hemorragia pós-parto (HPP).

Imagem: gráfico mostra redução em 83% número de óbitos com a estratégia Zero Morte Materna
De 2018 a 2022, Maternidade-Escola conseguiu reduzir em 83% o número de óbitos com a estratégia Zero Morte Materna (Imagem: Divulgação/UCS-CH-UFC/EBSERH)

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a hemorragia pós-parto é a segunda principal causa de morte materna no Brasil. Perde apenas para a hipertensão arterial. Por ser um evento frequente, grave e de evolução rápida, exige que a equipe assistencial esteja preparada e seja conhecedora dos protocolos para que a intervenção terapêutica seja correta e imediata, evitando um desfecho desfavorável.

SENSIBILIZAÇÃO – A adoção da estratégia Zero Morte Materna engloba, entre outras ações, o treinamento nos mais diversos cenários no intuito de identificar precocemente a paciente de maior risco, a implantação da prevenção universal da hemorragia com uso da ocitocina pós-parto e a implementação do protocolo de tratamento da hemorragia pós-parto. A gestão da MEAC destaca, ainda, que todos os setores da Maternidade estão sensibilizados e envolvidos na prevenção da morte materna, da emergência à alta hospitalar, passando por profissionais da assistência e do administrativo e chegando aos estudantes de graduação e residências médica e multiprofissional. “É um propósito que perseguimos e que direciona nossas condutas”, completa o Prof. Edson Lucena.

Maria da Piedade Albuquerque, chefe da UTI Materna, destaca também os treinamentos teóricos (manuseio seguro de hemorragia pós-parto e transfusão na dose certa) e práticos (mensuração e pesagem de absorvente com sangramento transvaginal de todas as puérperas nas primeiras 24 horas pós-parto); a implementação do kit de hemorragia pós-parto em todas as unidades assistenciais da MEAC; a atualização e a implantação de protocolos clínicos para pacientes graves com pré-eclâmpsia e HPP; a padronização de exames laboratoriais para hemorragia pós-parto no sistema de gestão em saúde da Maternidade; a priorização no atendimento das pacientes com HPP nas unidades de Agência Transfusional e de Diagnóstico por Imagem e Diagnósticos Especializados; e a identificação, com pulseira roxa, de todas as pacientes (gestantes ou puérperas) com risco de ter hemorragia na Maternidade.

Ainda sobre a disseminação do conhecimento na MEAC, apoiada pela Gerência de Ensino e Pesquisa do Complexo Hospitalar, Raimundo Homero de Carvalho Neto, chefe da Unidade de Apoio ao Ensino e à Pesquisa, informa que está sendo oferecida, aos residentes que fizeram o curso de manuseio seguro de hemorragia pós-parto, a participação em oficinas práticas de diagnóstico e quantificação da HPP, métodos de tamponamento uterino e técnicas de abordagem cirúrgica. “Acreditamos que o treinamento da equipe deve ser contínuo para resultados cada vez mais impactantes na diminuição da mortalidade materna”, pontua.

Nas perspectivas de monitoramento e avaliação, Mariana Firmiano, coordenadora do Serviço de Enfermagem do Centro Obstétrico da Maternidade-Escola, cita o monitoramento de indicadores de processo e resultado para avaliação contínua de melhoria da qualidade da assistência perinatal e a formação de um grupo de trabalho para enfrentamento da hemorragia pós-parto, atuando na avaliação de indicadores, plano de ação e capacitações. “A MEAC tem quatro instrutores da OPAS para o programa Zero Morte Materna por Hemorragia Pós-Parto”, ressalta.

HEMOTERAPIA – A responsável técnica das Agências Transfusionais da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand e do Hospital Universitário Walter Cantídio, Denise Brunetta, elenca também: redução do tempo de centrifugação das amostras para os testes pré-transfusionais emergenciais e de coagulação; simulações de transfusão de emergência com as equipes das unidades de hemoterapia; hemocomponentes para atendimento de emergência previamente selecionados, testados e identificados em gaveta separada; aquisição de caixas aquecedoras de soluções e descongelador de plasma para os dois hospitais; disponibilização de testes viscoelásticos para monitorização em tempo real da coagulação dos pacientes e de ácido tranexâmico para pacientes cirúrgicos e obstétricos, combatendo hemorragias; criação dos ambulatórios de anemia para grávidas, coagulopatias e de infusão de ferro intravenoso para redução da anemia das gestantes, fator relacionado ao aumento do risco de hemorragia pós-parto; visita diária do médico hemoterapeuta na UTI Materna para identificação de pacientes com risco para HPP e auxílio na conduta transfusional.

Além de todas essas ações, Muse Santiago, chefe do Setor de Apoio Diagnóstico e Terapêutico da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, reforça as contribuições trazidas pelo projeto Lean nas Emergências. “A elaboração das planilhas para o cálculo do tempo do início da coleta de exames até a liberação dos laudos; a adoção de um rol de exames de imagens para a emergência, e a definição dos exames laboratoriais classificados como emergência, seguindo os protocolos da instituição, são algumas dessas contribuições”, finaliza.

Fonte: Unidade de Comunicação Social do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

fonte: https://www.ufc.br/noticias/17579-zero-morte-materna-meac-reduz-em-83-numero-de-obitos-relacionados-a-gestacao


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