As ações de março têm caráter massivo, com a perspectiva de diálogo com a sociedade, enfrentamento por direitos e resistência ativa. Hoje (7/3) o Cfemea está participando do Acampamento realizado em Planaltina (DF)


Mulheres Sem Terra em luta. Foto: Acervo MST

 

8m MST jornada nacional

Da Página do MST

Março é o mês da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, com mobilizações de caráter massivo, atos, protestos, ações de solidariedade, de formação, diálogo com a sociedade e de enfrentamento por direitos, entoando o lema: “O agronegócio lucra com a fome e a violência. Por Terra e democracia, mulheres em resistência!”.

As atividades ocorrem em 24 estados de todas as grandes regiões do país, nos territórios onde as Mulheres Sem Terra estão mobilizadas, tendo como principais dias de luta, o período entre 6 a 8 de março, marcando o Dia Internacional das Mulheres, em celebração e resistência.

As mobilizações, protagonizadas pelas Mulheres Sem Terra, têm a perspectiva de enfrentamento e denúncia contra a “fome, a violência e a destruição da natureza”, cruéis facetas do agro-golpe-tóxico-negócio no Brasil. As ações também enfatizam um coro coletivo por anistia zero aos golpistas e pelo direito à democracia.

A escolha do lema partiu da compreensão coletiva de que o capital no campo estabeleceu laços bem atados com o neofascismo, crescente na sociedade brasileira. Sendo, inclusive, um dos principais articuladores e financiadores das tentativas de golpe que vivenciamos, desde que o Presidente Lula foi eleito.

A denúncia também expõe uma das maiores contradições difundidas pelo agronegócio, que não produz alimentos para o país e sim lucro para uma elite agrária e empresas multinacionais. Enquanto cerca de 60% da população passa fome ou não têm alimentos suficientes para sua família, o setor bateu recordes de safra e exportações de suprimentos.

“Por isso, nós, Mulheres Sem Terra, seguimos em luta e resistência por terra, para dela cuidar e produzir alimentos saudáveis e por democracia”, sinalizam em trecho de carta manifesto sobre a Jornada de Lutas de março de 2023.

Tal Jornada também é mobilizada em articulação com as demais organizações feministas de movimentos do campo popular, que se organizam celebrando as muitas conquistas das mulheres ao longo dos últimos séculos, mas também denunciando os graves problemas de gênero que persistem no país e em todo o mundo ainda hoje.

“Nesse bojo também denunciamos as diversas formas de violências patriarcal e racial, que têm atingido as pessoas em condições de vulnerabilidade e feito vítimas em nossas áreas, como os casos de feminicídio, assassinatos LGBTIfóbicos e suicídios que vivenciamos nos últimos anos. Nesse caminho, também anunciamos nossa disposição para construir relações humanas emancipadas, livres de todas as formas de violência”, citam as Mulheres Sem Terra.

*Editado por Solange Engelmann - https://mst.org.br/2023/03/06/mulheres-sem-terra-se-mobilizam-em-jornada-nacional-contra-o-agronegocio-a-fome-e-as-violencias/

 

Mulheres do campo e da cidade unificam ato neste 8 de março, em Porto Alegre

O tema da violência contra as mulheres, a preservação do meio ambiente e o abastecimento de água norteiam o dia de lutas na capital gaúcha
 

Cerca 1500 mulheres de movimentos e organizações sociais de todo o estado participam da atividade. Foto: Catiana de Medeiros

 

Por Maiara Rauber
Da Página do MST

Neste dia 8 de março (quarta-feira), mulheres do campo e da cidade fazem denúncias, estudos e socialização para marcar o Dia Internacional das Mulheres em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Se deslocam para a capital gaúcha aproximadamente 1500 mulheres de movimentos e organizações sociais de todo o estado. Entre eles estão o MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) Levante Popular da Juventude, Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento de Mulheres Camponesa (MMC) e mulheres urbanas vinculadas a setores progressistas da sociedade.

As ações iniciam às 7 horas da manhã, na divisa entre Porto Alegre e Viamão, na comunidade Vila Herdeiros, no bairro Lomba do Pinheiro, em frente à Barragem Lomba do Sabão, local que está ameaçado de rompimento. Cerca de 300 companheiras fazem parte dessa manifestação. A barragem foi construída na década de 1950 para utilização do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), com objetivo de captação e abastecimento de água da capital gaúcha. E hoje possui uma área alagada de 69,2 hectares e volume armazenado de 3 milhões de metros cúbicos. 

Desde 2013 a barragem está desativada e não dispõe de Plano de Ação Emergencial e Plano de Segurança, o que é legalmente obrigatório e deve ser elaborado para salvaguardar a população e o patrimônio público e privado, além da proteção ao meio ambiente, já que é enquadrada na categoria de barragem de risco com alto dano potencial associado. Essa caracterização é atribuída pois um possível rompimento causaria danos imensuráveis em uma vasta área nos arredores do Arroio Dilúvio, desde a cabeceira até sua entrada, no rio Guaíba.

Neste primeiro momento, ainda na Lomba do Sabão, será realizado um ato ecumênico para denunciar o feminicídio de Débora Moraes, ex-militante do MAB e moradora do local, que em setembro de 2022 foi assassinada por seu marido. 

Em 2022, somente no Rio Grande do Sul, o aumento de feminicídio foi de 10,4%, segundo o mapa dos feminicídios elaborado pela Polícia Civil. A violência pode começar com pressão psicológica, humilhação, xingamentos, privação de liberdade pela dependência econômica e se agravar chegando em consequências irreversíveis como o feminicídio.

As vítimas ou aqueles que presenciam algum tipo de violência contra a mulher podem denunciar pelo Disque 180, pelo WhatsApp da Polícia Civil (51) 98444-0606 ou por meio da Delegacia Online da Mulher. A Polícia Civil do RS tem 86 unidades especializadas no atendimento.

Logo após o ato ecumênico as mulheres seguem em marcha até a avenida Bento Gonçalves, com faixas que denunciam e pedem o fim da violência contra as mulheres, a preservação da natureza e ações concretas para impedir que a barragem da Lomba do Sabão chegue ao rompimento.

8M no Centro Histórico de Porto Alegre


Foto: Catiana de Medeiros
 

Para dar continuidade às ações, as manifestantes se juntam a companheiras que estarão na Praça da Matriz de Porto Alegre, onde acontece parte da programação do 8M. No Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir das 10h, acontece a Audiência Pública com a temática “Violência contra as mulheres e o desmonte das políticas públicas”. O evento conta com transmissão para a área externa. 

Ainda na Praça da Matriz, acontece um almoço coletivo. Em seguida ocorre um momento de formação, com treze rodas de conversa, cada uma com uma temática diferente.

As mulheres ainda aguardam o retorno do Governador Eduardo Leite (PSDB), para uma audiência  unificada entre campo e cidade, em torno do eixo “Em defesa da vida e dos direitos das mulheres”, com foco na situação das políticas públicas para as mulheres no estado. A principal preocupação das organizações é o retorno da Secretaria Estadual da Mulher, que foi extinta no Governo Sartori (MDB), em 2015, para garantir políticas eficientes. Além disso, as manifestantes também buscam medidas concretas para amenizar os impactos da seca para a agricultura familiar, terra para Reforma Agrária, entre outros. 

No final da tarde, para fechar o 8M, as mulheres realizam um Ato Unificado. A marcha vai até o Gasômetro, onde acontece um momento cultural. 

Programação: 8M em Porto Alegre 

7h – 9h: Lomba do Sabão – Denúncia de rompimento da Barragem 

7h: Praça da Matriz de Porto Alegre

10h – 13h: Audiência Pública: Violência contra as mulheres e o desmonte das políticas públicas – Plenarinho da ALRGS com transmissão para a área externa.

12:30 – Almoço

14h – 16:30: Formação em 13 rodas de conversa – Praça da Matriz 

17h: Ato 8M unificado e marcha com as trabalhadoras urbanas e camponesas.

Audiência com governador Eduardo Leite – Horário a confirmar

Serviço

O que? Mobilizações do Dia Internacional da Mulher – 8M

Quando? 8 de março de 2023

Onde? Lomba do Sabão – R. Ângelo Silveiro, 170 – Santa Isabel, Viamão – RS | Praça da Matriz  e Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul  – Centro Histórico, Porto Alegre | Orla do Guaíba, Gasômetro – Cais do Porto, Porto Alegre.

Quem? MST, MAB, CUT-RS, MPA, Levante Popular da Juventude, MTD, MMC e movimentos e organização das mulheres urbanas.

*Editado por Solange Engelmann - https://mst.org.br/2023/03/06/mulheres-do-campo-e-da-cidade-unificam-ato-neste-8-de-marco-em-porto-alegre/

 


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

Cfemea Perfil Parlamentar

Violência contra as mulheres em dados

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Estudo: Elas que Lutam

CLIQUE PARA BAIXAR

ELAS QUE LUTAM - As mulheres e a sustentação da vida na pandemia é um estudo inicial
sobre as ações de solidariedade e cuidado lideradas pelas mulheres durante esta longa pandemia.

legalizar aborto

Veja o que foi publicado no Portal do Cfemea por data

nosso voto2

...