Quase lá: Mulheres negras cobram mais cargos políticos em ato em SP: 'não temos bancadas que nos representem'

Neste ano eleitoral, 9ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo ressalta a importância de mais representatividade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Nas ruas, mulheres negras cobram por justiça climática, reprodutiva, educacional, social e racial - Elineudo Meira / @fotografia.75

 

A necessidade de mais mulheres negras em cargos políticos foi uma reivindicação central na 9ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, realizada nesta quinta-feira (25), data em que é celebrado o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

"Temos hoje a bancada da bala, a bancada da bíblia", aponta a professora aposentada Vânia Pereira da Silva, integrante da comissão organizadora da marcha. "Não temos uma bancada do giz, uma bancada da ialorixás, do povo de terreiro, não temos bancadas que nos representem lá", ressalta. 

As últimas eleições, em 2020, garantiram para a Câmara da capital paulista um número recorde de mulheres negras – foram seis vereadoras eleitas, num total de 55 parlamentares. No entanto, ainda há muito espaço a ser conquistado, como avalia a professora Monici Oliveira.  

"Ainda não é um número expressivo o suficiente. Além disso, tem a questão de que nem todas as mulheres negras que estão defendem a pauta das mulheres negras", diz. 

Outro tema debatido na marcha foi o racismo ambiental, uma das consequências da pouca representatividade política. Em tempos de crise climática, o tema ganha centralidade e urgência. "Quando tem qualquer catástrofe ambiental, é a população negra que mais sofre, porque eles estão na periferia, que são renegadas de políticas públicas de saneamento e moradia", ressalta Vânia. 

Abrangente, a marcha acolhe uma diversidade de pautas, tendo como temas centrais a justiça climática, reprodutiva, educacional, social e racial. Participante desde a primeira edição do evento, realizado em 2015, a escritora Waldete Tristão celebra a amplificação do movimento. "Eu tenho a impressão que aumenta o número de participantes a cada ano e que as pessoas estão compreendendo mais qual é o objetivo dessa marcha", avalia a participante, que celebra a pluralidade de pautas, para /'fortalecer o direito da mulher negra, lutar contra o machismo, o sexismo, pensar nas pautas de mulheres negras".  

A 9ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo integra o calendário do Julho das Pretas, com atividades organizado por todo o mês pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste e a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira.  

Edição: Thalita Pires

 

fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/07/25/mulheres-negras-cobram-mais-cargos-politicos-em-ato-em-sp-nao-temos-bancadas-que-nos-representem

 


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...