Violência contra as mulheres: o passado ressoa no presente

Em 2020, emergem as negras e as mandatas coletivas. Num país em que poder do patriarcado é mais opressor na política, elas enfrentam preconceito, violência e hierarquias para sustentar pautas do feminismo e do Comum
Apenas 42 hospitais realizam procedimento legal no Brasil, enquanto há 500 mil estupros por ano. Grupos religiosos propõem punitivismo — mas solucionar violência estruturante exigirá ensino de sexualidade e igualdade de gênero nas escolas
Executivo e legislativo continuam tomados por homens brancos e ricos — e agora há a ameaça do fascismo. Mas em 2020, candidaturas coletivas de grupos excluídos aumentaram, e podem abrir caminho para mandatos que sacudam a política
Universidade Livre Feminista lança ciclo de debates sobre as possibilidades (e limitações) do ativismo e formação política nas redes: as barreiras físicas ao acesso democrático – e as disputas de espaço com o discurso de ódio, racista e machista
Termo, hoje incorporado pela lógica capitalista, começou a ser difundido nos anos 1980, em grupos feministas e antirracistas. Enxergava-se, no ato, potência de transformação social — inclusive para criar novos imaginários. É preciso recuperá-lo
Toni Morrison, escritora norte-americana, analisou a capacidade do fascismo se infiltrar em qualquer estrutura. Com tentáculos patriarcais e racistas, ele domestica corpos — e visa eliminar aqueles que o ameaçam. Por isso é, hoje, nosso principal inimigo
Observatório criado por movimentos feministas, antirracistas e de Direitos Humanos denunciará retrocessos, fará pressão política e fortalecerá redes de solidariedade. É um caminho para enfrentar ofensiava antidemocrática do governo
Nas janelas, lenços brancos denunciam opressão. Surgem redes solidárias. No Congresso, propostas punitivas só arranham o patriarcado. Uso emergencial de hotéis durante isolamento é opção — mas elas terão até de ser expulsas de casa?…
Pesquisas mostram: maioria das mulheres rechaça a masculinidade agressiva do presidente. Já não o veem como antissistema. Querem respostas concretas para a crise. Saúde e avanço da fome são suas principais preocupações. Serão decisivas em outubro
O papel de tomar conta da família, invisível e não remunerado, recai sobre as mulheres. Em meio à crise sanitária, Estado deveria se responsabilizar. Após o desastre, será preciso construir um mundo baseado no bem comum e na solidadariedade