CONEXÕES COM PARLAMENTARES ALIADOS - 1990

O trabalho em Brasília produziu parcerias com o campo aliado. Parlamentares como Eduardo Jorge, Maria Laura, Sandra Starling, Benedita da Silva, Luci Choinac e Edécio Passos se dispunham a dialogar e colaborar com a equipe do CFEMEA, colocando suas assessorias à disposição. Trabalhar em conjunto com assessoras e assessores experientes, com conhecimento sobre processos legislativos, brindou a ONG com um importante aprendizado sobre as regras internas para solicitação de audiência pública, solicitação de vistas a um projeto de lei e elaboração de pareceres contrários ou de textos substitutivos.

Outro aspecto deste aprendizado diz respeito às regras de composição das comissões temáticas e escolha de suas presidências, e de escolha da relatoria para cada atividade: seja a tramitação de um projeto de lei, seja a condução de uma Comissão Parlamentar de Inquérito etc. São escolhas internas com forte caráter político, que podem e devem ser influenciadas pela pressão da sociedade civil de acordo com seus interesses. Monitorar esses momentos de escolha e a condução dos trabalhos nas comissões-chave é importante para influenciar o resultado das tramitações de projetos de lei relevantes. Ao ampliar a teia de colaboradoras/es, o CFEMEA manteve a estratégia do diálogo privilegiado com a Bancada Feminina.

“De maneira geral, nesse primeiro momento nossa presença no Congresso era bem-vista e bem-recebida, pois vínhamos do Lobby do Batom, que tinha sido uma coisa muito simpática, e também porque estávamos conectadas com a Bancada Feminina, que tinha uma presença forte e era muito respeitada”. (Guacira Cesar de Oliveira)

Quando se colocava a necessidade de mulheres de outros estados irem ao Congresso Nacional fazer pressão política, eram as vaquinhas entre os gabinetes que garantiam a viagem.

“Antes, era outra a relação dos partidos e dos gabinetes dos congressistas com os movimentos. Hoje isto não existe mais!”. (Guacira Cesar de Oliveira)