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Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Sociologia.
Autora: Guaia Monteiro Siqueira
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Sociologia.
Autora: Guaia Monteiro Siqueira
A pesquisa “Autocuidado e cuidado entre mulheres ativistas - atos políticos de feminismos contemporâneos”, de caráter qualitativa, foi realizada a partir de revisão de literatura, registros empíricos e análise discursiva de entrevistas semiestruturadas realizadas no Centro-oeste, Sudeste, Norte e Nordeste brasileiro. Parte de referências latinoamericanas sobre o tema, e precisamente, da experiência teórica e metodológica desenvolvida pelo CFEMEA, Centro de Estudos e Assessoria Feminista, no Brasil desde 2015. Propôs-se a investigar algumas formas em que o (auto) cuidado vem sendo apropriado por mulheres ativistas no Brasil, apresentando aproximações e particularidades de experiências em curso vividas
individualmente e desenvolvidas por grupos feministas, e os desafios enfrentados. Os resultados apontam para múltiplas dimensões do (auto) cuidado enquanto saúde integral, holística, ética, afetiva, coletiva, antirracista, que corrobora para a auto-organização feminista, em um cárater transformador e antissistêmico diante do Estado e das desigualdades de gênero, raça, etnia, classe, sexualidade, idade, entre outras na sociedade brasileira, acirradas por políticas de austeridade econômica marcadas por forte conservadorismo nos últimos anos, bem como pelo cenário de crise sanitária, social, política
e econômica em virtude da pandemia da COVID-19. Nesse complexo contexto sociológico, a necessidade de se repensar a atuação feminista contemporânea a partir do autocuidado e do cuidado entre suas ativistas, levando em conta os riscos a que estão expostas no cotidiano de suas ações, os conflitos e as situações de descuidos entre elas, bem como as formas com
que historicamente se estabelecem as relações entre movimentos feministas, Estado e demais instituições, não só segue relevante e de dimensão política, como se mostra ainda mais urgente para a preservação de suas vidas e a sustentabilidade de suas lutas.