O cuidado entre ativistas e autocuidado constituem-se em caminho para/da transformação social que mobilizamos. É condição do processo de autocrescimento individual, de formação de vínculos entre as ativistas e de fortalecimento de sujeitos políticos coletivos que as mulheres instituem.É em si uma estratégia de proteção e de empoderamento das mulheres. É o caminho que escolhemos para lidar com as emergências, sem renunciar e para confirmar nossas estratégias feministas e antirracistas.
“O laço que une cada mulher militante ou ativista ao movimento de transformar o mundo é forte, nos dá sustentação e nos deixa mais seguras para seguir adiante, tratando dessa subversão: ao mesmo tempo, nos transformar e transformar o mundo. Buscando assim, viver melhor, ser melhor, experimentando, desde já, outras possibilidades de nos relacionarmos com as pessoas ao nosso redor, reconhecê-las e ser por elas reconhecidas, de respeitar e proteger os bens comuns da humanidade, de viver no planeta e construir, agora, um futuro onde tod@s possamos ter futuro.
Cuidar de si mesma, cuidarmos umas das outras, deixarmo-nos ser cuidadas, retribuir o cuidado recebido; compartilhar as nossas emoções, os nossos achados na luta feminista e antirracista, as nossas dores e os caminhos para curá-las; valorizar o nosso saber e as nossas capacidades é algo fora da ordem, subversivo. Diz respeito a nossa luta por autonomia pessoal e para garantir a nossa auto-organização. E se sustenta em princípios éticos e políticos que nos são caríssimos, como a horizontalidade, a solidariedade e a reciprocidade.”
A ilustração acima é de Ananda Santana