Os atendimentos para realização do aborto legal estão suspensos desde dezembro na unidade de saúde

A imagem mostra a frente do Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha que deve ter médica antiaborto na direção.

Foto: Reprodução - Descrição da Imagem: A imagem mostra a frente do Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha que deve ter médica antiaborto na direção.

8 de fevereiro de 2024

 

 Após suspender a realização de aborto legal, a Prefeitura de São Paulo deve anunciar a médica e ativista antiaborto Marcia Tapigliani para o cargo de direção do Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha. A unidade da zona norte da capital é referência no atendimento e procedimento. 

Segundo a revista Carta Capital, a informação foi confirmada pelo secretário de saúde Luiz Carlos Zamarco, mas ainda não foi publicada no Diário Oficial. A ginecologista e obstetra é filiada ao Partido Liberal (PL), o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas. 

Com o discurso antiaborto, Tapigliani foi candidata a vereadora em 2022, mas recebeu 8.505 votos e não foi eleita. A nova diretora do hospital apresenta-se como uma “defensora da vida” e argumenta que “a vida começa a partir da concepção”. 

Depois de trocar a direção do hospital, a Secretaria de Saúde solicitou dados  sigilosos de histórico e prontuários médicos de todas as pacientes que realizaram o procedimento entre 2021 e 2023. Zamarco alega que a investigação é destinada a apurar se os procedimentos estavam “de acordo com a lei”

O atendimento às meninas e mulheres que tem direito ao aborto legal está suspenso desde dezemebro por decisão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A Justiça expediu três liminares para a retomada dos atendimentos na unidade, mas a prefeitura conseguiu uma outra liminar que mantém a suspensão.

 
  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.


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