Fernanda Grigolin
Jornalista e integrante das Jovens Feministas de São Paulo

Ser jovem e feminista implica em repensar certos conceitos e determinações ideológicas, não só relacionados com as questões da desconstrução da realidade androcêntrica. Ser jovem e feminista configura-se estar no limiar de duas importantes identidades e atuar em dois movimentos: Feminista e de Juventudes.

Como mulheres jovens temos que nos apropriar dos documentos essenciais de proteção dos direitos humanos das mulheres, realizar proposições, delimitar o espaço em que atuamos e construir o campo de debate com as demais companheiras, para que possamos empoderar as juventudes como um sujeito essencial para o desenvolvimento social.

A participação das jovens nos espaços de discussão é extremamente importante, pois além de estarem à margem dos tratados de direitos humanos, sofrem uma invisibilidade quando falamos genericamente de juventude ou jovens.

Primeiro é bom destacar que não existe uma única e monolítica juventude, ela não é homogênea e se entrelaça em diversas questões como fatores sócio-culturais, orientação sexo-afetiva, geográficos e raça/etnia. Além disso, quando falamos os jovens ou a juventude há claramente uma perspectiva androcêntrica, negamos a existência da mulher jovem e suas mais variadas contribuições. Negamos o caráter político das jovens e a sua própria autonomia. Uma das maneiras possíveis de mudar isso é trazer a discussão feminista na vida das mulheres jovens como um impulsionador no combate a invisibilidade das mulheres jovens, das relações de poder, além de discutir e construir outras práticas de ação política entre as e os jovens.


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