Quase lá: Editorial

Em novembro comemora-se duas datas que não nos trazem boas lembranças. No Dia Nacional da Consciência Negra (20/11) os dados apontam, até hoje, para a tripla discriminação: racial, de gênero e social, que atinge as mulheres negras. No Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres (25/11) a situação também é triste. Na América Latina e Caribe, por exemplo, de 25 a 50% das mulheres são vítimas de violência doméstica. Em algum momento de suas vidas, metade das latino-americanas sofrem violência dentro de casa. Mas estamos aí na luta, com reivindicações e projetos que ajudam a mudar esse quadro. E ainda falando em violência contra a mulher aguardamos a punição dos culpados do assassinato da prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador.

As notícias boas ficam por conta dos partidos políticos que estão apostando nas mulheres, nas eleições do próximo ano. Eles estão oficializando instâncias dentro do partido que tratam da questão da mulher. As parlamentares no Congresso Nacional são unânimes em afirmar que chegou a hora de profissionalizar o processo de participação da mulher na política. Querem do partido recursos para a campanha, cursos de formação e mais espaço na disputa eleitoral. Em São Paulo, surge a ONG "Elas por Elas", suprapartidária, com o objetivo de capacitar a mulher para o ingresso na política. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher já começa a se articular com a bancada feminina para realizar um projeto para discutir a participação das mulheres na eleição municipal do próximo ano.

E no Congresso Nacional começa a batalha de todo final de ano: garantir recursos do orçamento da União para os projetos de interesse da mulher. Uma das preocupações é conseguir três milhões de reais para construção e manutenção de Casas-Abrigo em todo o país, durante o ano de 2000. Nesta edição ainda temos informações sobre o Seminário Regional Cinco Anos após Beijing - Agenda das Mulheres para o Novo Milênio - em Montevidéu.


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