ONG colombiana promove curso de capacitação
O termo "advocacy" ainda não tem uma boa tradução do inglês, mas seu uso e sentido já estão se difundindo pelos movimentos sociais latino-americanos. A idéia é a de uma ação coletiva, política e pública na promoção e defesa de valores e direitos, promovida pela sociedade civil organizada e direcionada para espaços de poder.
Um dos campos em que há maior acúmulo de discussão e organização de forças no movimento de mulheres é, sem dúvida, o dos direitos sexuais e reprodutivos. Para potencializar ações de advocacy nessa área, capacitando e fortalecendo grupos que já atuam no campo, uma organização não-governamental da Colômbia (o Profamilia) promoveu um curso de uma semana em dezembro último.
Realizado pelo Programa de Cooperação Sul-Sul em Saúde Sexual e Reprodutiva na América Latina e Caribe do Profamilia, o curso "Advocacy: Promoção e Defesa em Direitos Sexuais e Reprodutivos" se inseriu dentro de um programa maior de capacitação em diversos módulos. Deste, participaram 17 profissionais (sendo apenas 2 homens) ligados a experiências de diferentes regiões da América Latina - Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Venezuela, Guatemala, Panamá e México - e com diferentes práticas nessa temática - órgãos de governo, ONGs de atendimento à saúde, profissionais da mídia e instituições ligadas a movimentos sociais.
Estruturado em palestras e oficinas conduzidas por especialistas da área, o curso foi planejado e coordenado por Ana Cristina González Vélez, médica e assessora em direitos sexuais reprodutivos e gênero. O trabalho explorou os diferentes aspectos envolvidos na articulação de uma proposta de advocacy. Inicialmente se fez uma discussão sobre os direitos sexuais e reprodutivos sob diferentes enfoques: seus marcos éticos e jurídicos, sua história, sua conformação como campo de ação jurídica e política, etc. Com relação à experiência do advocacy, o curso explorou a análise de conjuntura, negociação e discurso, o exercício da liderança e as estratégias de comunicação. Trabalhou, ainda, a pesquisa como ferramenta na formulação de políticas e estratégias para o advocacy. Por fim, discutiu especificamente métodos e instrumentais para o desenvolvimento de um plano de ação para promoção e defesa dos direitos sexuais e reprodutivos nos diferentes países presentes ao curso.
O curso enfatizou uma noção ampla de advocacy, não centrada apenas na relação com o Poder Legislativo. Mas, para o CFEMEA, que participou como a única instituição integralmente voltada para o acompanhamento ao Poder Legislativo, o curso representou um importante espaço para aprofundamento teórico e capacitação técnica que, com certeza, trará efeitos para o trabalho de interlocução entre o Congresso Nacional e as organizações da sociedade civil que atuam na área dos direitos sexuais e reprodutivos.
Maiores informações sobre o programa de capacitação do Profamilia podem ser solicitadas pelo endereço eletrônico do Programa de Cooperação Sul-Sul: