As múltiplas formas de discriminação sofridas pelas mulheres deverão ser visibilizadas. A intersecção entre os preconceitos de gênero e raça tem graves impactos sobre a vida das mulheres.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Este é um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, firmada em 1948. O racismo, e todas as demais diferentes formas de discriminação constituem violação a este princípio. Afrodescendentes, migrantes, refugiad@s polític@s, povos indígenas, ciganos, entre outros, têm sido as vítimas de uma longa, e também contemporânea, história de desrespeito aos direitos humanos. O problema será amplamente discutido entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro, em Durban (África do Sul). A Organização das Nações Unidas (ONU) vai realizar a 3a Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância. Representantes de todos os países integrantes da ONU e ativistas da sociedade civil deverão reunir-se para buscar medidas que impeçam a expansão do preconceito étnico e dos conflitos violentos.

Os debates deverão abordar temas como o reconhecimento do tráfico de escravos como um crime contra a humanidade, a adoção de medidas para reparar tal crime, o desenvolvimento de ações afirmativas em busca da igualdade, além da garantia dos direitos dos povos indígenas, entre outras questões. As migrações internacionais, cada vez mais intensas, em razão da nova (des)ordem econômica mundial é outro problema para discussão. Desde 1998, organizações nacionais e internacionais estão participando dos preparativos da Conferência realizando estudos, investigações e apresentando recomendações. No dia 1o de junho, encerrou-se em Genebra (Suíça) a 2a reunião do Comitê Preparatório (PrepCom) para a Conferência. Durante 13 dias, discutiu-se a proposta de Declaração e o Plano de Ação a serem aprovados na África do Sul.

Cerca de 20 representantes de organizações da sociedade civil brasileira participaram do encontro. As organizações credenciadas foram o CFEMEA, Criola, ENZP, Fala Preta, Geledés, IBASE, Maria Mulher e Quilombo Central-APN´s. Estiveram presentes também representantes do MNU, CEAP, Conselho Mundial das Igrejas e Comunidade Baha´i. Na maioria, eram mulheres negras de diferentes ONGs e Redes. @s ativistas organizaram-se em grupos de pressão - chamados de “Caucus” - por temas e identidades específicas.

Participaram do 2o PrepCom 134 Estados-membros das Nações Unidas, e 189 organizações não-governamentais de todo o mundo.


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