Durante o 2º PrepCom, o Caucus Global de Mulheres trabalhou intensamente para garantir a discussão dos interesses das mulheres e meninas que são vítimas do racismo e/ou da discriminação étnica. A iniciativa foi necessária porque a intersecção entre as discriminações de raça e gênero tem graves impactos na vida das mulheres. O objetivo é visibilizar o problema e defender a importância de políticas públicas e programas com perspectiva de gênero e étnico racial. Para isso, é necessário denunciar os processos sócio-econômicos e culturais onde a cor da pele de uma mulher, sua etnia ou sua descendência resultem em discriminação. Na opinião de Cecília Millan (World YWCA), “as mulheres têm de ser rápidas, devem estar preparadas para aproveitar qualquer oportunidade de mostrar suas idéias traduzidas em conceitos políticos . As propostas devem ser escritas em uma linguagem de negociação, tratando-se de não perder a essência da visão feminista”.

O Caucus Global de Mulheres deixou registrado que a redução das responsabilidades do Estado no que se refere às políticas sociais (em especial nas áreas de trabalho, seguridade social e saúde) têm causado uma sobrecarga de tarefas para as mulheres em geral e tornado suas condições de vida ainda mais precárias, situação que se agrava sobremaneira quando se trata de negras e migrantes, por exemplo, sujeitas a múltiplas formas de discriminação. A Declaração e o Plano de Ação da 3a Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância devem reconhecer esse fato e apontar soluções.

Antes da Conferência Mundial, em Durban (África do Sul), haverá mais uma reunião do Comitê Preparatório (PrepCom), marcada para o período de 30 de julho a 10 de agosto, em Genebra (Suíça).


...