O Laboratório Organizacional de Território para a Sustentação da Vida iniciou suas atividades de formação com mulheres que veem de vários coletivos, movimentos e articulações da periferia de Salvador e Região Metropolitana da capital baiana. Dezenas de mulheres que têm origem no ativismo feminista e comunitário, vão participar de um Laboratório que terá como uma de suas propostas organizativas a criação de uma iniciativa autogestionária, que poderá assumir a forma legal de uma cooperativa, por exemplo, onde as que assim o desejarem vão construir um projeto de sustentação da vida, um empreendimento diferente do que elas já viveram empurradas a soluções inviáveis chamadas de empreendedorismo individual e subordinado às mais cruéis regras de mercado e de precarização das atividades de trabalho.
Os encontros presenciais vão acontecer no Espaço Cultural Alagados, subúrbio de Salvador. Durante dois meses os trabalho será de forma coletiva nesse Laboratório, do qual espera-se que surjam e se organizem uma ou mais iniciativas feministas, na forma de cooperativas de trabalho, as quais serão acompanhadas durante oito meses, com auxílio de outras parcerias, com universidades e organismos públicos de fomento.
Quem promove esse processo formativo e organizativo feminista é grupo de coletivos e movimentos que estão trabalhando juntas desde 2022 e criaram o programa Territórios de Cuidado, Luta e Sustentação da Vida, uma iniciativa que tem por objetivo unir essas três dimensões do viver feminista nas periferias urbanas das grandes cidades (cuidado, lutas por direitos, sustentar a vida) em alternativas sustentáveis, viáveis e concretas para sair coletivamente e de forma autogestionária das situações de miséria, opressão e exploração de quem vive nas margens da sociedade patriarcal.
Estão juntas nessa caminhada de três anos o Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA (Brasília-DF), o Coletivo de Mulheres do Calafate – CMC (Salvador-BA), o Movimento de Educação e Cultura da Estrutural (Cidade Estrutural – DF) e o Coletivo de Mulheres Cuidando e Movimentando Territórios – MCMT (Rio de Janeiro-RJ).
O modelo econômico do patriarcado é a causa da crise que aponta para a destruição do planeta, para a guerra e para o genocídio. A intenção é construir outro mundo possível, com igualdade, saúde, e oportunidades. Bem viver, é o que se está construindo.
As mulheres que vão participar da formação se inscreveram e foram selecionadas. Houve muitos pedidos de inscrição e foi necessário selecionar uma parte para esse primeiro Laboratório. Em outro momento serão criadas oportunidades para todas as demais participarem de outros laboratórios.
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