Quase lá: Mulher negra

Em outubro, o presidente do INSPIR - Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial - entregou ao Ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, o "Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho". A pesquisa é inédita no Brasil e foi realizada pelo DIEESE. O objetivo foi traçar uma radiografia da situação da população negra no mercado de trabalho de seis regiões metropolitanas: São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Distrito Federal e Salvador. A conclusão do trabalho mostrou que o racismo e a discriminação racial estão presentes em cada item pesquisado. Foram evidenciadas a existência e a reprodução de direitos diferentes e oportunidades desiguais para a população negra. A pesquisa mostra, também, a situação de grande desvantagem da mulher negra. Ela, em termos salariais, está no último patamar da pirâmide. Ganha menos que o homem e a mulher brancos e o homem negro. Em todas as regiões as mulheres negras apresentam as maiores taxas de desemprego e ocupam, principalmente, o trabalho doméstico. Na opinião de Nilza Iraci, do Geledés - Instituto da Mulher Negra -, o Mapa se torna agora um instrumento de ação concreto que pode ser utilizado nas reivindicações por políticas públicas. Nilza destaca que hoje a mulher negra sofre uma tripla discriminação: de gênero, de cor e econômica (é mulher, negra e pobre).


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