O Brasil começa a mergulhar no clima eleitoral, e isso tem reflexos, também, no Congresso Nacional que, até 1º de outubro, passa a concentrar os seus trabalhos em algumas semanas. Nas outras, os parlamentares, mulheres e homens, vão para os seus Estados de origem participar das campanhas eleitorais, como candidatos e candidatas, ou apoiando as candidaturas de seus companheiros e companheiras de Partido.
Mas, é sempre bom lembrar, o Congresso Nacional não vai parar de todo e projetos e questões importantes podem ser discutidos nas semanas de trabalho legislativo. Um bom exemplo é o da Comissão Parlamentar de Inquérito que trata da Mortalidade Materna, que deve ser prorrogada até o final do ano, funcionando durante o chamado recesso branco.
E, falando em eleições, as primeiras parciais do Tribunal Superior Eleitoral sobre o total de mulheres e homens candidatos, para as Câmaras de Vereadores e Prefeituras Municipais, indicam que a política de cotas continua tendo a sua influência no aumento das candidaturas femininas.
Mesmo não atingindo a cota mínima estabelecida em lei, que pela primeira vez é de 30% constata-se, até o momento, um crescimento em torno de 40% das candidaturas de mulheres. Fato que reforça a justeza da política de cotas como uma ação afirmativa para a conquista de maior equidade entre mulheres e homens nos espaços de poder.
Os índices atingidos, até o momento, apontam, também, para a necessidade dos partidos políticos investirem de uma maneira mais consistente e permanente na capacitação das mulheres para que estas assumam cargos de direção. E, por outro lado, para a necessidade das mulheres e de suas organizações, ampliarem as formas de sensibilização e capacitação das próprias mulheres para que estas se candidatem e participem da política.
Como parte do esforço para que as mulheres candidatas, e também os homens candidatos incorporem como bandeiras de campanha e compromissos de mandatos a luta pela cidadania das mulheres, pela igualdade de direitos e pela eqüidade de gênero, a Articulação de Mulheres Brasileiras e os Fóruns de Mulheres de diferentes Estados estão distribuindo a Plataforma Feminista Eleições 2000.
E, mesmo não atingindo a cota mínima de 30% estabelecida em lei, o número de mulheres candidatas aumentou. Agora o desafio é aumentar o número de mulheres eleitas. E, também, o número de homens eleitos que tenham como compromisso a defesa da equidade de gênero.