O CFEMEA -- organização não governamental feminista e antirracista, de caráter público e sem fins lucrativos -- foi fundada em Brasília, em julho de 1989, por um grupo de mulheres feministas, que assumiram a luta pela regulamentação de novos direitos conquistados na Constituição Federal de 1988. Para o desenvolvimento do seu trabalho, o Centro adotou ao longo dos últimos 34 anos algumas estratégias que envolvem: desenvolvimento de estratégias e ações de cuidado e autocuidado entre ativistas; educação feminista; sensibilização e conscientização para o feminismo antirracista e decolonial; articulação e mobilização; advocacy (promoção e defesa de ideias); comunicação política; acompanhamento e controle social. Desenvolve, ainda, a difusão das plataformas feministas na mídia e em seus veículos próprios de comunicação, e produz textos para reflexão e expansão do debate feminista.
Desde a criação, a luta pelos direitos sexuais e direitos reprodutivos está presente no Cfemea. Ao longo dos primeiros 25 anos de existência, em que pesem as inúmeras tentativas reacionárias nesse campo, conseguimos alguns avanços e contivemos muitos retrocessos. Veja mais na Plataforma virtual dos 25 anos de atuação da organização.
A atuação do Cfemea foi fundamental para um conjunto importante de leis e procedimentos jurídicos adotados no país no período pós-constituinte: Lei Maria da Penha, Orçamento Mulher, Cota de candidaturas femininas nas eleições, alteração no Código Civil para reconhecimento da mulher como sujeita de direitos, igualdade de gênero, igualdade civil de pessoas LGBTQIAP, entre outras.
Em 2007, criamos a Universidade Livre Feminista, à qual se agregaram à coordenação algumas organizações feministas, coletivos e ativistas feministas de forma variada até 2022, quando esse programa passou a se chamar Universidade Livre Feminista Antirracista e ser coordenado pelo Cfemea, pela Rede de Desenvolvimento Humano (Redh) e Grupo de Mulheres Negra Felipa Maria Aranha/Movimento Afrodescendente do Pará-Mocambo, e pesquisadoras e professoras universitárias. Hoje a ULFA está empenhada em construir o seu projeto político-pedagógico com a parceria e o engajamento de organizações e movimentos feministas e de mulheres nos países de língua portuguesa.
Em 2015, o CFEMEA inaugurou um novo ciclo de atuação orientado à sustentabilidade do ativismo. Para tanto, definimos estratégias centrais: (i) o fortalecimento da Universidade Livre Feminista Antirracista; (ii) o impulsionamento da dimensão política do autocuidado e do cuidado entre ativistas e (iii) o desenvolvimento de metodologias de formação na ação para fortalecer a luta feminista, ampliar o ativismo e a resistência dos movimentos à ofensiva conservadora antidireitos (em especial, frente ao Parlamento), lutar contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto.
Em 2022, iniciamos um outro processo, cheio de desafios gigantescos, novas parcerias e construções coletivas. Estamos desenvolvendo uma série de ações internas para tornar a condução do Cfemea mais democrática e participativa e instituindo uma concepção mais ampla, arrojada e inovadora aos processos de cuidado e autocuidado entre ativistas sob a denominação de Territórios de Cuidado, Lutas e Sustentação da Vida, assim como estamos dirigindo a Universidade Livre Feminista Antirracista - ULFA para uma ação arrojada para estar presente em todos os territórios que compõem a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e olhando para o conjunto das mulheres (para além das ativistas e militantes feministas) e das articulações antirracistas e decoloniais a partir do Sul Global.
Clique na imagem para ir para a LINHA DO TEMPO criada quando comemoramos nossos primeiros 25 anos de ativismo e militância feminista organizada no Cfemea