Quase lá: PUCAM-SP: AzMina e Terceiro Andar apresentam plano de unificação do atendimento e da comunicação a mulheres vítimas de violência 

O documento contempla lista de 10 ações de boas práticas a serem implementadas por tomadores de decisão para otimizar ação da rede de enfrentamento à violência na cidade de São Paulo

PUCAM-SP: AzMina e Terceiro Andar

Após 18 meses de trabalho, o projeto PUCAM-SP, idealizado e desenvolvido em parceria pelo Instituto AzMina e pela Terceiro Andar Consultoria de Gênero, com apoio financeiro da  Rise Up Foundation, chega à sua etapa final, marcada pela apresentação do Plano de Boas Práticas para a Comunicação e Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência de Gênero no Município de São Paulo. O documento final, construído a partir do trabalho de pesquisa, interlocução com a sociedade civil, agentes públicos e interessados no tema da violência contra a mulher, será apresentado no dia 28 de agosto, em um evento aberto ao público na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em São Paulo, a partir das 15h. O evento de apresentação do PUCAM-SP acontece no mesmo dia em que o Instituto AzMina celebra 9 anos de existência.

O documento PUCAM-SP, entre outras etapas, contempla uma lista de 10 ações de boas práticas a serem implementadas por tomadores de decisão, de forma a unificar os protocolos de atendimento e da comunicação sobre os serviços de enfrentamento e acolhimento às mulheres vítimas de violência. As práticas passam por pontos sensíveis no contexto da cidade, identificados pela equipe do projeto a partir de questionários aplicados a mais de 300 residentes da cidade de São Paulo, além de plenárias e outras interlocuções estabelecidas com legisladores e equipes do Executivo municipal responsável pela pauta.

A liderança do projeto é compartilhada por Fernanda Martins, consultora em gênero da Terceiro Andar; Renata Guadagnin, gerente de projetos da Terceiro Andar, e Marília Moreira, diretora de Operações e Tecnologia do Instituto AzMina. As três foram eleitas lideranças Rise Up no Brasil após formação realizada em janeiro de 2023.

“A violência de gênero é uma grave violação dos direitos humanos que afeta mulheres, meninas e pessoas LGBTQIAP+ em todo o mundo, independentemente de idade, classe social, raça, religião. No município de São Paulo, a situação não é diferente. A complexidade e a frequência dos casos de violência em função do gênero exigem uma abordagem integrada e eficaz para garantir que as vítimas recebam o apoio e a proteção de que necessitam”, destaca Fernanda Martins. 

BOAS PRÁTICAS PUCAM-SP PARA UNIFICAR ATENDIMENTO E COMUNICAÇÃO
A proposta de partida é centrada na necessidade de compromisso orçamentário que priorize as ações de enfrentamento, seguida por ajustes na estrutura institucional, como a criação do Núcleo Integrado da Rede de Atendimento à Violência contra às Mulheres e a reativação do Observatório Municipal da Violência Contra a Mulher. A partir de então, estabelece a adoção de um único protocolo de avaliação e acolhimento às vítimas para todas as portas de acesso à rede de atendimento, sendo o mesmo compartilhado em um sistema comum, acessível a todos os órgãos de forma a permitir o acompanhamento integral da mulher, unificando a comunicação entre delegacias, abrigos, centros de atendimento psicológico, assistência social, hospitais e demais instituições. 

A lista indica ainda caminhos para a educação e comunicação da sociedade civil sobre o tema; a criação de um repositório único e de fácil acesso de informações sobre o tema – da compreensão das violências ao acesso a serviços -; a formação continuada das equipes de atendimentos, entre outras, as quais se referem à mobilidade dentro do território da cidade, melhorias nos espaços físicos e desburocratização.

“O Plano de Boas Práticas para Comunicação e Atendimento às Mulheres Vítimas de violência de São Paulo/SP é um passo importante na luta contra a violência de gênero. Por meio de um atendimento humanizado e respeitoso, bem como da uniformização de práticas e promoção dos direitos das mulheres, buscamos não apenas apoiar as vítimas, mas também contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, avalia Renata Guadagnin.

O documento completo é dividido em 4 partes principais, além de material complementar: 

Desigualdade de gênero e tipos de violência contra a mulher;
Rede de Enfrentamento, Rede de Atendimento e as dinâmicas de interação;
Os obstáculos na efetivação do atendimento e bom funcionamento da rede na cidade de São Paulo;
Sugestão de boas para unificação da comunicação e do atendimento às vítimas de violência doméstica na cidade de São Paulo. 
TERMO DE COMPROMISSO
Além de apresentar o projeto, o evento prevê a presença de secretários e secretárias municipais e outros tomadores de decisão sobre o tema na cidade, convidados a assinar um termo de compromisso para implementação das ações. Ao longo da última semana do mês de agosto, a equipe também apresentará o documento aos candidatos nas Eleições 2024.

“Como organização que atua pela defesa dos direitos das mulheres através da comunicação, o Instituto AzMina sempre desejou incidir diretamente junto ao poder público, construindo soluções para que pessoas em situação de violência de gênero não sejam mais uma vez vitimizadas pelo sistema. O plano de boas práticas que desenvolvemos junto à Terceiro Andar, com apoio da Rise Up, põe no centro não só o que ouvimos durante meses da sociedade civil, mas também dos próprios agentes públicos, o que traz uma perspectiva essencial e firmada na realidade para o enfrentamento desse desafio que a construção de uma cidade, um país livre da violência contra a mulher”, diz Marília Moreira.

HISTÓRICO DO PROJETO
O PUCAM-SP foi iniciado em fevereiro de 2023, após as lideranças do projeto participarem da primeira imersão Rise Up Foundation no Brasil, realizada em São Paulo. A ação inicial contemplou o reconhecimento da realidade local sobre os equipamentos públicos de atendimento à mulher em situação de violência na cidade para identificar a esfera a qual é vinculada, assim como seus gerenciamentos. A partir de então, foram elaboradas e aplicadas por meio digital duas pesquisas em paralelo. Enquanto uma se dispunha a ouvir a população em geral, outra tinha como foco os servidoras dos equipamentos. Para alavancar a divulgação das pesquisas, a equipe realizou uma série de ações de comunicação, incluindo o chamamento para as Embaixadoras PUCAM-SP. Ao longo de quatro semanas, conteúdos do projeto e informações gerais sobre o tema da violência foram compartilhados nas redes individuais de 16 vozes femininas com destaque no universo online.

A equipe ainda realizou, no primeiro semestre de 2024, uma série de reuniões estratégicas para apresentação do projeto, pautando os desafios que os órgãos e agentes políticos enfrentam ao tratar da questão da violência de gênero relacionada aos atendimentos, além da comunicação dos serviços com as Secretarias Municipais de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Câmara de Vereadores e Prefeitura, Defensoria Pública do Estado de São Paulo e Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Em junho deste ano, por fim, na perspectiva ampliar a escuta da sociedade, foram realizadas três plenárias virtuais com os temas: 1 – Os desafios do Sistema de Justiça para acolher mulheres vítimas de violência; 2 – Servidores em foco: desafios e caminhos da assistência às mulheres vítimas de violência; 03 – Como construir uma cidade que garanta direitos e acolha mulheres vítimas de violência.

SERVIÇO
Apresentação do Plano de Boas Práticas para a Comunicação e Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência de Gênero no Município de São Paulo
Quando: 28 de agosto, 15h
Onde: Ordem dos Advogados do Brasil, São Paulo. R. Marta Paula, 35. 3º andar. Bela Vista
Inscrições via Sympla:https://hoy.bio/djw2dejhyj

* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

EQUIPE AZMINA - Link para a matéria: https://institutoazmina.org.br/colunas/pucam-sp-azmina-e-terceiro-andar-apresentam-plano-de-unificacao-do-atendimento-e-da-comunicacao-a-mulheres-vitimas-de-violencia/ - PUCAM-SP: AzMina e Terceiro Andar apresentam plano de unificação do atendimento e da comunicação a mulheres vítimas de violência  – Instituto AzMina


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...