Quase lá: O protagonismo e o engajamento das juventudes para transformar seus territórios

Conheça iniciativas de jovens desenvolvidas pelo Brasil para o bem comum de suas comunidades.



Por Camila Vaz e Gabriella Maduã, do Em Movimento*
Revista Casa Comum

 

O Brasil tem quase 1⁄4 da sua população sendo jovens, ou seja, quase 50 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, segundo dados do Atlas das Juventudes, em 2021. Esse boom demográfico carrega consigo uma janela de oportunidades de desenvolvimento social, mas também uma urgência nas ações direcionadas a esse público.

O protagonismo dessas juventudes se dá devido à capacidade dos jovens de assumir o controle de suas vidas e influenciar ativamente o mundo ao seu redor. Não se trata apenas de ter voz, mas também de ser ouvido e impactar os espaços que estão inseridos. Assim, quando assumem um papel ativo na sociedade, se tornam agentes de mudanças, contribuindo para o desenvolvimento social, político, econômico e cultural de seus territórios.

Segundo Glória Diógenes, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), “a pesquisa acerca do ́Perfil da Juventude Brasileira ́, realizada em 2003, assinala que as políticas públicas deveriam considerar não somente a dimensão formativa da juventude, mas também aquela referente à experimentação e à participação. Tudo isso porque o próprio entendimento acerca do que significa juventude, sua delimitação etária, tem sido atravessado por tensões entre posições diversas e esforços constantes de atualização conceitual acerca da temática.”

O engajamento das juventudes é fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa de transformação comunitária e, com isso, a mudança do status de desenvolvimento social do país. Isso envolve a participação ativa dos jovens em atividades e projetos que visam melhorar suas comunidades.

¹DIÓGENES, Glória. Juventude, exclusão e a construção de políticas públicas: estratégias e táticas, In MENDONÇA FILHO, M.;NOBRE, M.T.(orgs.) Política e afetividade: narrativas e trajetórias de pesquisa [on- line]. Salvador: EDUFBA; São Cristóvão: EDUFES, 2009. p.275. Disponível em: bit.ly/RCC_09_40

Segundo a Pesquisa Juventudes Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (JUMA), realizada pelo Em Movimento e a Rede Conhecimento Social, o meio ambiente é um dos três assuntos que mais interessa às juventudes.

A pesquisa também afirma que as juventudes consideram motivos para se engajar pessoalmente em seus territórios por meio de campanhas com a temática ambiental, porque a preocupação com o futuro é o principal fator. Além disso, entendem que a melhor maneira de atuação direta nos seus territórios é através dos movimentos de base.

Conheça jovens que têm provocado mudanças nas suas comunidades:

Mariana Malheiros. Foto: Pedro Paquino 
 

Samara Borari é de Alter do Chão, no Pará, na Amazônia, graduanda em Ciências Biológicas, ativista ambiental, integrante do comitê racial da Fashion Revolution Brasil, voluntária na organização de jovens Engajamundo, educadora ambiental e atuante no projeto Território Transformador do Tapajós pela organização Ashoka.

Já Mariana Malheiros é do Amapá, na Amazônia, graduanda em Ciências Ambientais e atuante no projeto Território Transformador do Tapajós. Além disso, é percussionista de carimbó, ambientalista e participa de projetos voltados para educação socioambiental na Amazônia.

Juntas, atuam no Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA), uma iniciativa que endereça educação ambiental, desenvolvimento sustentável, proteção de populações tradicionais e a garantia dos direitos humanos.

Samara Borari. Foto: Pedro PaquinoMariana Malheiros. Foto: Pedro Paquino
 
 

O IMEA atua principalmente na área da Educomunicação, visando a formação de lideranças e o protagonismo infanto- juvenil. Trabalha também na capacitação de professores, crianças e jovens para pensar e agir de forma global e local, contribuindo para a sustentabilidade ambiental da Amazônia e do planeta.

Saiba mais
– Instagram: @imeaoficial
– Site: www.institutomureru.org

Pedro Alace é de Castanhal, no Pará, da comunidade rural Agrovila Itaqui. É estudante de Agronomia, multiartista e atua como coordenador do Coletivo Mirí, que trabalha com educação socioambiental e crítica, pautando a referência dentro das comunidades rurais e periurbanas do interior da Amazônia.

Criado em 2016, o Coletivo Mirí tem como objetivo promover o ativismo socioambiental, tendo a arte como uma ferramenta de sensibilização, trazendo à tona a defesa dos igarapés, matas e do viver comunitário.

Pedro conta que “além de Castanhal, chegamos também a outros territórios rurais da Amazônia paraense, mostrando por meio de metodologias inovadoras que a cultura local pode ser utilizada para promover espaços de resistência e mobilização socioambiental, evidenciando que o poder de uma comunidade unida, aliado a força de suas expressões artísticas são urgentemente necessárias para garantir que seus direitos sobre a terra sejam respeitados.”

Pedro Alace. Foto: Pedro Paquino

 

O Mirí entende que a identidade construída da Amazônia não é somente de florestas e rios, mas também tem, na sua essência, toda a natureza exuberante, povos e comunidades que vivem e se nutrem dela e, com isso, precisam estar diretamente ligados com a política local que está sendo construída nesses municípios.

Saiba mais
– E-mail: //revistacasacomum.com.br/o-protagonismo-e-o-engajamento-das-juventudes-para-transformar-seus-territorios/Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo." data-type="link" data-id="Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.">Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
– Instagram: @coletivomiri

 

Potencial das juventudes: direitos, cuidado e ação

Mostrar a capacidade e a disposição para resolução de problemas enquanto característica-chave dos(das) jovens é, justamente, um dos objetivos da série em vídeo “Potencial das Juventudes: direitos, cuidado e ação”, uma iniciativa da Revista Casa Comum, em parceria com o Nós, mulheres da periferia. Confira os três episódios dessa produção audiovisual: bit.ly/RCC_SérieJuventudes

Ramona Jucá. Foto: Matheus Alves

 

Ramona Jucá é natural de Taguatinga, no Distrito Federal, e moradora da Ocupação Urbana e Cultural Mercado Sul Vive, território carregado de muita luta urbana e de reinvenções culturais no cerrado brasileiro. Ramona é indígena do Povo Potiguara Ibirapi, das raízes do município Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte. Formada em audiovisual pelo Instituto Federal de Brasília, atua como “ativista da tecnologia, arte e da cultura ancestral na perspectiva do cinema de guerrilha”, como ela mesmo comenta.

Ramona é liderança jovem na Ocupação Cultural Mercado Sul Vive. Ela acredita ainda que a luta por uma vida com qualidade só é possível se existir uma contribuição real com a conservação da região, seja ela proveniente das forças governamentais ou das populações locais. “Cuidar, preservar, plantar, colher e se alimentar. Terra cuidada é mente nutrida”, acrescenta.

O intuito é preservar o lugar histórico de Taguatinga (e do Distrito Federal) tanto em sua dimensão arquitetônica, quanto das vidas vividas e a cultura que aflora há décadas desse lugar. Com esse movimento, pretendem dignificar a morada e o trabalho daqueles que residem ali, fortalecendo as ações que já existem, expandindo-as e enraizando-as, para servir de meio e apoio para novas ações e iniciativas, criando um centro de difusão e criação cultural de Taguatinga.

Saiba mais
– Site: www.mercadosul.org
– Instagram: @mercadosulvive e @ramona_juca

*O Em Movimento é uma aliança de organizações que, com base em evidências, atua de forma colaborativa e intersetorial com a missão de apoiar a garantia de direitos e o pleno desenvolvimento das juventudes. www.emmovimento.org.br

 

fonte: https://revistacasacomum.com.br/o-protagonismo-e-o-engajamento-das-juventudes-para-transformar-seus-territorios/

 


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