Mulheres representam 24% entre as 174 principais posições pesquisadas e 23% de 75 editores são negros. De acordo com o instituto, dificilmente a maioria dos países atingirá a igualdade de gênero se o crescimento anual continuar nesse ritmo, inclusive o Brasil.
O Reuters Institute traz atualizações para 2024 sobre a desigualdade de gênero e o número de pessoas negras nas lideranças das redações. Enquanto as mulheres ocupam 24% dos 174 principais cargos nas 240 redações pesquisadas em quatro continentes, com um aumento percentual de 2% em relação ao ano passado, somente 23% dos 75 principais editores das 100 marcas de mídia pesquisadas são negros.
Os relatórios em questão são: 'Women and leadership in the news media 2024: Evidence from 12 markets' (Mulheres e liderança em meios jornalísticos em 2024: evidências de 12 mercados, em tradução livre) e 'Race and leadership in the news media 2024: Evidence from five markets' (Raça e liderança em meios jornalísticos em 2024: evidências de cinco mercados). A segunda pesquisa analisou os seguintes países: África do Sul, Alemanha, Brasil, Estados Unidos e Reino Unido.
O instituto realizou projeções que indicam uma possível igualdade de gênero acontecendo em 2074, porém, as perspectivas analisando a porcentagem média de mulheres ao longo dos últimos cinco anos revelam que, no ritmo atual, nunca haverá igualdade. Além disso, o estudo aponta uma possibilidade de estagnação ou retrocesso ao falar sobre lideranças negras. "Manter a diversidade racial e étnica em primeiro plano nas conversas do setor e nas redações, especialmente em tempos difíceis para as organizações jornalísticas, não acontecerá sem a intenção e o compromisso de fazer isso."
No Brasil, a porcentagem de mulheres em cargos de liderança aumentou, passando de 13% para 23%, porém, o relatório esclarece que isso pode ser devido a uma atualização no conjunto de dados. Isso ocorreu pois uma mudança foi feita no diretor de uma das organizações, antes sendo um homem, mas agora atualizado com uma mulher. A América Latina conta com as menores porcentagens de usuários de notícias on-line que consomem pelo menos um meio de comunicação liderado por uma mulher, o Brasil com 27%, enquanto na Finlândia, Coreia do Sul e África do Sul estão no topo, com mais de 70% cada.