Quase lá: Por que o MST está disputando as eleições (de novo)?

Mais um ano eleitoral, e mais uma vez nos chega a pergunta: por que o MST agora disputa eleições?

Imagem de perfil do Colunistaesd
 
 
Em julho o MST em Pernambuco realizou uma plenária com seus mais de 40 pré-candidatos a vereadores espalhados pelo estado - Rebeca Martins/reprodução
O nosso time precisa crescer para fazer com que as políticas do governo Lula cheguem na ponta

Mais um ano eleitoral, e mais uma vez nos chega a pergunta: por que o MST agora disputa eleições? Essa pergunta tem várias respostas. A primeira delas é porque estamos cansados de não ver na política representantes das pautas centrais que defendemos, sendo a principal delas a reforma agrária. 

No Congresso, por exemplo, somos reféns da bancada ruralista, que tem 374 representantes na Câmara e no Senado e que impedem que a pauta da reforma agrária avance - e não só ela, como as políticas para a agricultura familiar, o combate aos agrotóxicos, à grilagem e ao garimpo ilegal… tudo isso fica travado porque não interessa ao Agro. Isso sem falar da bancada fundamentalista e armamentista.

Em 2022, quando eu e mais um time de candidatos do MST nos colocamos na disputa, a nossa análise era de que precisávamos ter um legislativo com maioria progressista, senão o governo Lula não teria sucesso em reverter os danos do golpe e do bolsonarismo. Nossa análise estava correta: tivemos grandes avanços no governo Lula, mas boa parte das pautas que não avançaram estão presas no Congresso, que as utiliza como moeda de troca.

Aqui em Pernambuco já sentimos os avanços do governo Lula: seis novos campi de Institutos Federais (IF’s), centenas de casas do Minha Casa Minha Vida entregues, contenção de barreiras em áreas de risco, entrega de obras da Adutora do Agreste em Arcoverde, a inauguração de Hemobrás, investimentos no aeroporto de Caruaru, obra de duplicação da BR 423… São muitas conquistas, mas ainda temos um longo caminho para voltar a garantir que nosso povo tenha acesso a essas e outras conquistas, especialmente nas cidades de pequeno e médio porte, onde as políticas demoram a chegar.

Nesses dois anos, aprendemos como é importante e difícil a tarefa de combater o bolsonarismo nas casas legislativas. Aqui em Pernambuco o trabalho é diário para desmentir notícias falsas e combater projetos de lei retrógrados, como o que quer tornar estuprador pai e o que impede as famílias sem teto e sem terra de receber auxílios do governo. Por incrível que pareça, existem projetos deste tipo.

Percebemos também que nosso time precisa crescer para fazer com que as políticas do governo Lula cheguem na ponta, lá nos municípios. E é por isso que neste ano estamos entrando com ainda mais força para disputar as eleições municipais lançando candidaturas próprias. É a nossa vez de ocupar as câmaras municipais com a diversidade que temos no movimento sem terra. Homens e mulheres, jovens, idosos, LGBT’s, educadores, agricultores, artistas, todos formados nas fileiras da luta do MST e agora preparados para desbravar a luta institucional!

Nunca tivemos medo da luta. São 40 anos construindo no campo e na cidade o Brasil que a gente quer, que é o da inclusão, da igualdade, da soberania alimentar, sem racismo, machismo e LGBTfobia. E agora damos esse salto para nos inserir com ainda mais força na luta institucional e contamos com o apoio da sociedade para cumprir essa missão de trazer de volta o Brasil para os brasileiros! Vem com a gente!

Edição: Vinícius Sobreira

 

fonte: https://www.brasildefatope.com.br/2024/08/07/porque-o-mst-esta-disputando-as-eleicoes-de-novo

 


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...