MP vai analisar se houve o crime de transfobia contra a repórter da RedeTV! Lisa Gomes; caso aconteceu no mês passado durante uma entrevista
O Ministério Público de São Paulo pediu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) a abertura de um inquérito policial contra o cantor Bruno, da dupla com Marrone. De acordo com a Folha de S. Paulo, o intuito é que o MP apure se houve transfobia por parte do cantor contra a repórter da RedeTV!, Lisa Gomes, durante uma entrevista.
Na ocasião, o sertanejo constrangeu a jornalista ao questionar se ela tinha um pênis. “Você tem pau?”, perguntou ele. Incrédula, ela ainda o questionou, porém ele reforçou a frase. Segundo Lisa, Bruno pediu desculpas, por telefone, e culpou a reação por ter excedido o consumo de bebida alcóolica.
Em maio, Bruno já havia sido denunciado por transfobia ao MPSP. Apresentada pela Associação dos LGBTQIA+, a ação pedia a punição ao artista pelo comportamento discriminatório contra Lisa Gomes.
Não é a primeira polêmica
O cantor Bruno, dupla de Marrone, causou polêmica nas redes sociais após usar a imagem da influenciadora Luana Targino de forma pejorativa e sem autorização, em setembro do ano passado.
Postada na conta oficial do Instagram do cantor, a imagem mostra duas mulheres de biquíni, sendo Luana uma delas, segurando um peixe. “Tilaska, tilápia, tikebra”, dizia a legenda da foto, com as palavras se referindo à cada uma das mulheres.
Luana, que contava com mais de 1 milhão de seguidores em seu perfil à época, publicou uma nota de repúdio ao comportamento de Bruno e, por meio de sua assessoria jurídica, afirmou que iria adotar “medidas cabíveis necessárias para mitigar os danos causados”.
“Na noite de ontem (21/9), a influenciadora Luana Targino foi surpreendida com uma publicação realizada pelo cantor Bruno, integrante da dupla Bruno & Marrone, utilizando indevidamente a sua imagem e de uma amiga, sem qualquer tipo de autorização, com conotação pejorativa”, inicia a nota de esclarecimento.
E continuou: “É inadmissível, em qualquer setor da sociedade, a propagação ou incitação de discurso misógino, como se as mulheres fossem objeto de consumo, sobretudo partindo de uma pessoa com tamanha expressão no meio artístico, tal qual cantor Bruno. Ainda que a publicação tenha sido removida pelo cantor após a óbvia repercussão negativa, os danos advindos da exposição ultrajante à imagem de Luana se perpetuam com a viralização do conteúdo nas redes sociais”.
A nota, assinada por Gabriella Garcia Advocacia e Consultoria, seguiu: “Diante disso, a assessoria jurídica da influenciadora vem a público repudiar o ocorrido e informar que está adotando as medidas cabíveis necessárias para mitigar os danos causados à sua imagem e evitar que esse tipo de discurso continue sendo reproduzido em desfavor das mulheres. Qualquer mulher, independentemente de sua profissão, pode vestir e publicar o que bem entender. E nem por isso deve tolerar que sua imagem seja tratada ou sexualidade de forma repugnante, tanto na internet quanto fora dela”, finalizou.