Além de retomar símbolos sequestrados pelo bolsonarismo, a parada teve foco nas eleições deste ano
Após anos de apropriação de símbolos nacionais pela direita, a parada deste ano focou na reabilitação das cores brasileiras - André Nery/Diadorim
Milhares de pessoas lotaram a avenida Paulista e a rua da Consolação, neste domingo, para a 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. Boa parte do público vestiu as cores verde e amarelo e hasteou bandeiras do Brasil, atendendo a um pedido da organização do evento.
"A bandeira é nossa", gritavam os participantes, assim que a caminhada começou, por volta das 13h30.
Neste ano, entre as principais atrações da Parada estão Pabllo Vitar, Glória Groove e Sandra de Sá.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, esteve no evento. Ele falou ao publico e disse que "a Parada LGBT é um momento para ressaltar e realçar a unidade nacional, que todos os brasileiros e brasileiras têm que ser respeitados". Almeida foi acompanhado da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat.
Com o tema "Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo – Vote consciente por direitos da população LGBT+", contou com a presença de políticos como a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que discursou no trio elétrico.
Hilton disse que as pessoas LGBTQIA+ "construirão a democracia brasileira" e que não "arredarão o pé da luta pelos seus direitos. Nós somos cidadãos e merecemos a cidadania. Não abriremos mão da nossa humanidade."
A deputada também reforçou a importância do voto. "Não deixem de ir às urnas neste ano. Não deixem de votar. Não deixem de eleger políticos que representam vocês e o seus direitos. Estamos em marcha, em luta", disse.
Os deputados federais e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) também foram à Paulista.
Boulos chegou a discursar num dos trios, ao lado de de Erika Hilton. Disse que a Parada é um "evento que já faz parte da indispensável da cultura da nossa cidade".
Numa postagem nas redes sociais, Tabata disse que estava no evento "para dizer que, apesar de todos os desafios, gente é feita para brilhar e a gente está aqui para celebrar e a gente está aqui para mobilizar também".
Edição: Rodrigo Durão Coelho
As deputadas federais Erika Hilton (PSol-SP) e Sâmia Bomfim (PSol-SP) participam neste domingo (2/6) da 28ª Parada LGBT+ na Avenida Paulista, em São Paulo. Além delas, estiveram presentes o deputado estadual de SP, Eduardo Suplicy (PT-SP) e o pré-candidato à prefeitura da capital paulista, Guilherme Boulos (PSol-SP).
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Com uma onda de "looks" verde e amarelo, neste ano, o maior desfile da diversidade do país tem como tema "Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo: Vote consciente pelos direitos da população LGBT!". O lema manda mensagem direta à bancada conservadora do Congresso Nacional.
"Nós estamos aqui resistindo, lutando, celebrando e nós estamos dizendo que o Brasil pode ser melhor, pode ser maior. E sabe porque: Porque o Brasil é preto, é LGBT, indígena, travesti, é viado, é sapatão e é não binário. Esse é o verdadeiro Brasil", declarou Hilton, enquanto era ovacionada com gritos de "presidenta" e "o Brasil vai ter uma presidenta travesti".
Já Boulos parabenizou a organização do evento. "Nós estamos aqui hoje por uma coisa simples: dizer que a gente quer respeito e democracia", disse. "E eu tenho certeza que a cidade de São Paulo vai novamente às ruas para dar uma resposta contra o bolsonarismo", completou o deputado.
A deputada Sâmia também participa do evento e reforçou a importância do Projeto de Lei (PL) nº 2119/2024, protocolado por ela na última quinta-feira (30/5), que pretende reconhecer a Parada LGBT+ de SP como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
A previsão é que a Parada LGBT+ de SP reúna 3 milhões de pessoas.