Quase lá: 6 em cada 10 médicas já foram vítimas de assédio no trabalho, diz pesquisa

Há dois anos, a médica mineira Thays, 29, foi assediada pelo seu preceptor no último período do curso, quando fazia o externato em um hospital de Goiás.

Foto: Letícia Sabbatini/Mídia Ninja

 

14 de dezembro, 2023 Folha de S. Paulo Por Claúdia Collucci

Há dois anos, a médica mineira Thays, 29, foi assediada pelo seu preceptor no último período do curso, quando fazia o externato em um hospital de Goiás.

“Ele entrou na sala, trancou a porta, veio na minha direção e disse: ‘morena, o pessoal sempre inventa alguma coisa mesmo, que tal a gente dar um motivo?’ Na hora, travei, fiquei gelada, não conseguia fazer nada. Nunca tinha dado espaço para ele.”

A sorte de Thays foi uma colega bater na porta naquele instante, o que fez com que o médico abrisse a porta imediatamente. “Ele ainda saiu rindo. Até hoje sinto uma tremedeira quando me lembro da cena.”

Ao relatar o ocorrido em um grupo de alunas, ela soube que outras colegas e técnicas de enfermagem do hospital já tinham sofrido abusos pelo mesmo médico. “Uma delas me contou que ele havia lhe dado um abraço, segurado nos seus seios e dito que um era maior que o outro.”

Thays denunciou o médico à direção do hospital, mas diz que nada aconteceu. “O chefe disse que falaria com ele, que isso nunca mais aconteceria, mas ele continuou no mesmo cargo, tudo igual.”

O relato de Thays ilustra bem os resultados de uma pesquisa inédita que aponta que seis em cada dez médicas brasileiras (62,6%) já foram vítimas de assédio sexual e/ou moral em seu ambiente de trabalho. Uma taxa ainda maior (74%) testemunhou ou soube de casos envolvendo colegas.

Realizada pela AMB (Associação Médica Brasileira) e APM (Associação Paulista de Medicina), o levantamento online ouviu 1.443 profissionais de todo o país sobre situações de violência contra as médicas. As entrevistas ocorrem entre os dias 25 de outubro e 16 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Acesse a matéria no site de origem.

 

fonte: https://agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/6-em-cada-10-medicas-ja-foram-vitimas-de-assedio-no-trabalho-diz-pesquisa/

 


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...