Quase lá: Morre indígena de 15 anos violentada no Amapá

O caso ocorreu na quarta-feira na cidade de Oiapoque

Publicado em 17/09/2023 - 17:28 Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

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Vítima de violência sexual no extremo norte do país, a adolescente indígena karipuna Maria Clara Batista morreu neste domingo (17). Aos 15 anos, ela estava internada em estado grave em um hospital de Caiena, capital da Guiana Francesa, para onde foi levada após agravamento do seu quadro clínico.

A morte foi confirmada em nota divulgada pelo Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque (CCPIO). A entidade prestou solidariedade aos familiares e denunciou que Maria Clara veio a óbito "após ser vítima de um crime bárbaro onde pedimos justiça".

O caso ocorreu na quarta-feira (13) na cidade de Oiapoque, no Amapá. A indígena foi abusada e afogada na lama, em uma área de pântano. Após o crime, ela conseguiu deixar o local e procurar ajuda. Ao analisar câmeras de segurança, a polícias Civil e Militar prenderam em flagrante Cláudio Roberto da Silva Ferreira, de 43 anos. Ele é acusado de estupro e tentativa de homicídio.

"Através do trabalho de inteligência, localizamos o acusado, que estava em uma embarcação pesqueira próximo ao oceano, em direção ao estado do Pará. Interceptamos o barco e prendemos o indivíduo", explicou o delegado Charles Corrêa em nota divulgada pela Polícia Civil do Amapá.

No dia seguinte, a prisão em flagrante do homem foi convertida em prisão preventiva. Ainda de acordo com a nota divulgada pela Polícia Civil, ele também é acusado de ser o autor de um outro estupro ocorrido no ano passado e ainda responde por furto.

A condição de saúde da adolescente se agravou porque, ao ingerir lama, ela contraiu uma infecção pulmonar. A indígena precisou ser intubada ainda no hospital do município de Oiapoque, sendo posteriormente transferida para Caiena. 

Edição: Aécio Amado

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-09/morre-indigena-de-15-anos-violentada-no-amapa

Nota de Pesar – Maria Clara Batista Vieira

Publicado em 17/09/2023 15h41 
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A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), por meio da Coordenação Regional do Amapá e Norte do Pará, expressa seu profundo pesar e solidariedade à família diante da trágica notícia do falecimento da jovem indígena Karipuna, Maria Clara Batista Vieira, de apenas 15 anos, vítima de violência sexual. Maria Clara nasceu em 21 de março de 2008, e sua vida foi abruptamente interrompida em 17 de setembro de 2023.

Neste momento de profunda dor, manifestamos nossa mais sincera solidariedade à família de Maria Clara, bem como a todos os povos indígenas, que se unem no luto por esta perda irreparável. A violência que Maria Clara sofreu não é apenas uma tragédia individual, mas também uma triste realidade enfrentada por muitas mulheres indígenas em nosso país.

O crime que tirou a vida de Maria Clara é um reflexo de uma sociedade que ainda enfrenta problemas como a intolerância, a desigualdade de gênero e a violência contra as mulheres, especialmente as indígenas. Este ato hediondo não afeta apenas a família enlutada, mas também todas as comunidades indígenas do Oiapoque, que clamam por justiça e proteção.

A Funai repudia qualquer forma de violência, principalmente aquela perpetrada contra mulheres e jovens indígenas. Este crime bárbaro é inaceitável e exige que a justiça seja feita de forma rigorosa. A Fundação trabalhará incansavelmente, em parceria com as autoridades competentes, para que o culpado seja responsabilizado e punido de acordo com a lei. Além disso, se compromete em tomar medidas concretas para evitar que outras mulheres indígenas se tornem vítimas de violência sexual.

A Funai está fortalecendo sua atuação na promoção de políticas de prevenção e proteção, bem como no apoio às vítimas de violência de gênero, com a colaboração de organizações da sociedade civil, do sistema de justiça, e de outras instituições governamentais.

A Fundação reitera seu compromisso em enfrentar essa grave questão, enfatizando que todos os esforços serão empreendidos para garantir a justiça e a segurança das mulheres indígenas.

Que Maria Clara descanse em paz, e que sua memória inspire nossa determinação em lutar contra a violência de gênero e proteger os direitos das mulheres indígenas.


Assessoria de Comunicação/Funai com informações da Coordenação Regional do Amapá e Norte do Pará.

fonte: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2023/nota-de-pesar-2013-maria-clara-batista-vieira

 

 


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