Queda foi registrada entre 2021 e 2023 - 7 milhões de pessoas a menos; insegurança alimentar severa ainda atinge 14 milhões de brasileiros
Apesar da redução, insegurança alimentar grave ainda atinge 14 milhões de pessoas no país, segundo a ONU - José Cruz/Agência Brasil
O Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (Sofi), divulgado nesta quarta-feira (24), aponta que a insegurança alimentar grave caiu 33% no Brasil no triênio 2021-2023. O conceito refere-se às pessoas que não têm acesso a alimentos e passam, pelo menos, um dia inteiro sem comer.
Em comparação com a edição anterior do levantamento, o número passou de 21 milhões (9,9%) no triênio 2020-2022 para 14 milhões (6,6%). Ou seja, 7 milhões de pessoas a menos.
Outro indicador que apresentou redução significativa foi a insegurança alimentar moderada - quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir a qualidade e/ou a quantidade da comida devido à falta de dinheiro, ou outros recursos.
No triênio passado, 70 milhões de brasileiros eram atingidos por essa condição. O relatório atual mostra uma queda de 44%, o que, em números absolutos, representa 39 milhões de pessoas.
Dados globais
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome em 2023. O número equivale a uma em cada 11 pessoas no mundo. Os dados mostram que a situação é mais alarmante no continente africano, onde uma em cinco pessoas convivem com a insegurança alimentar.
O relatório lançado nesta quarta alerta que o mundo está falhando em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, Fome Zero, até 2030, com retrocessos que remetem há 15 anos, como nos níveis de desnutrição, comparáveis aos de 2008-2009.
Edição: Geisa Marques