PORTO ALEGRE: A iniciativa 'Respeita as gurias na folia!' já esteve na Descida da Borges e na saída do Bloco da Laje e deve marcar presença nos ensaios das escolas
Neste carnaval, a Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, ONG formada por advogadas e cientistas sociais feministas, lançou a campanha “Respeita as gurias na folia! – Juntes por um carnaval sem assédio”. A divulgação teve início em janeiro, na Lomba do Pinheiro, e já esteve na tradicional Descida da Borges, na saída do Bloco da Laje e deve agora marcar presença nos próximos ensaios de três escolas de samba do carnaval da Capital:
- 15/02 – Imperatriz Dona Leopoldina
- 17/02 – União da Tinga
- 21/02 – Fidalgos e Aristocratas
Com a leques informativos, a iniciativa aborda o combate ao assédio sexual e a prevenção a infeções sexualmente transmissíveis (IST’s) durante o carnaval. Assim, tem como objetivo conscientizar e sensibilizar os jovens homens para que não comentam assédio, dialogar sobre a importância do uso de preservativo como forma de prevenir ISTs e difundir o contato da rede de atendimento à violência contra a mulher em casos de assédio.
A campanha se baseia em pesquisas que mostram que Porto Alegre é uma das capitais brasileiras com maior incidência de HIV/Aids entre jovens. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) também mostram que adolescentes e jovens adultos são o grupo que mais contribui para aumentar as estatísticas de ISTs, apesar de representarem apenas um quarto da população sexualmente ativa.
“Carnaval é uma festa que faz parte da vida das jovens mulheres. Muitas vezes, porém, elas são desrespeitadas e expostas a situações de violência, especialmente quando os homens tentam beijar à força, encoxar e importunar. Além disso, mesmo quando as relações são consensuadas, muitos jovens ainda não desenvolveram consciência sobre a necessidade de utilizar preservativo para se proteger contra ISTs”, pontua a diretora executiva da Themis, Márcia Soares.
Neste ano, a Themis comemora 30 anos de atuação. Desde 2003, com apoio do Fundo de População das Nações Unidas e do Fundo Canadá, a organização formou seis turmas de Jovens Multiplicadoras de Cidadania em cursos que qualificam mulheres das periferias para exercerem a defesa de seus direitos.