A princípio o caso foi registrado como feminicídio e é investigado. Segundo a ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade), a região onde a nhandesy teve a casa invadida e foi assassinada é um território de retomada Yvy Katu em Mato Grosso do Sul.

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| 16/12/2022 - Midiamax
 

A indígena idosa Estela Vera, de 67 anos, assassinada a tiros na tarde de quinta-feira (15) em Japorã, cidade a 477 km de Campo Grande, era rezadora, uma liderança espiritual do povo Guarani e Kaiowá,. O caso foi registrado na Polícia Civil como feminicídio.

Segundo a ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade), a região onde a idosa teve a casa invadida e foi assassinada é um território de retomada Yvy Katu em Mato Grosso do Sul.

A articulação ainda afirmou que se solidariza com a família da Nhandesy Estela Guarani e Kaiowá. “Estela ancestralizou lutando pelo demarcação do Tekoha do seu povo. De luto em luta gritamos por socorro pelos corpos território das Mulheres Indígenas que seguem sendo violentadas cotidianamente”.

Segundo o coordenador do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) Matias Benno, há várias versões para o crime, porém ainda sem confirmação. "Há uma suspeita, sim, de que o assassinato tenha sido encomendado, como também há uma versão de que teria sido por desavença familiares, uma suspeita do marido, mas a gente está esperando um pouco mais de informações para poder chegar em um panorama mais claro, direto e concreto. Há inclusive também boatos de intolerância religiosa, mas para essa informação teria que ter mais aspectos para conseguir compreensão de que a motivação se deu pelo fato dela ser uma rezadora”, explicou .

“É uma pessoa fundamental ali que tem ampla participação na vida e  do território e também na manutenção dos aspectos de espiritualidade própria”, a descreveu.  

Assassinato

O caso a princípio foi registrado como feminicídio. Estela foi morta a tiros após dois homens encapuzados invadirem sua residência, na Aldeia Porto Lindo. Tudo aconteceu na frente do filho, que conseguiu fugir dos atiradores.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o cacique acionou a  informando que a vítima estava em óbito. Ao chegarem ao local, os policiais constataram que o suspeito estaria na companhia de outra pessoa, que seria seu irmão.

O filho da vítima, que presenciou o crime, estava em estado de choque, mas conseguiu explicar que os autores saíram de uma mata e foram em direção a ele e sua mãe, que estavam no quintal. Ao ver os autores encapuzados e armados, ele disse ter saído correndo, mas sua mãe não conseguiu escapar e foi baleada.

Estela conseguiu correr por cerca de 30 metros, sendo atingida pelo primeiro tiro, caindo no pasto com várias perfurações. A perícia foi acionada e encontrou um cartucho de arma calibre 36. Os autores fugiram e não foram localizados.

sos guarani assassinada

fonte: https://midiamax.uol.com.br/policia/2022/idosa-assassinada-na-frente-do-filho-era-rezadora-e-lider-espiritual-do-povo-guarani-e-kaiowa/

 

Líder religiosa indígena é assassinada no Mato Grosso do Sul

Publicado em 17/12/2022 - 14:01 Por Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo

Uma líder religiosa indígena foi assassinada em Mato Grosso do Sul.

Estela Verá, de 67 anos, importante rezadora do povo Guarani e Kaiowá, foi assassinada dentro de casa, na frente do próprio filho, por dois homens encapuzados que fugiram do local.

O assassinato aconteceu no dia 15 de dezembro, na Terra Indígena Ivy Katu, no município de Japorã, no Mato Grosso do Sul.

A região, na divisa com o Paraguai, é uma área de conflitos violentos entre povos indígenas e fazendeiros.

Em julho desse ano, a Defensoria Pública da União chegou a pedir proteção para outra líder indígena, Leila de Ivy Katu, de 61 anos, que vem sendo alvo de ameaças, por se opor aos arrendamentos ilegais que têm se intensificado na região.

O Tribunal Penal Internacional também está sendo acionado, como explicou a porta-voz da Assembleia dos Povos Guarani e Kaiowa, Valdelice Veron, que vive em outra terra indígena do estado também palco de violência, no município de Ponta Porã. 

Atualmente, há cerca de 120 mil indígenas Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Alguns morando em reservas indígenas, mas muitos em uma das 69 áreas indígenas Retomadas, que ficam nas divisas de fazendas. Nesses lugares os conflitos são mais violentos.

Nós tentamos contato com a prefeitura de Japorã, mas não tivemos retorno.

Edição: Priscilla Mazenotti/ Renata Batista

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/direitos-humanos/audio/2022-12/lider-religiosa-indigena-e-assassinada-no-mato-grosso-do-sul

 


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