BRASÍLIA - Administração do Guará notificou as coordenadoras da Casa Ieda Delgado para que haja a desocupação do local pelas mulheres e a retirada de todas os itens pessoais

Correio Braziliense
postado em 20/12/2022 01:00
 
 (crédito: Divulgação/Casa Ieda Santos Delgado)
 
A casa Ieda Santos Delgado, no Guará 2 — referência no acolhimento a mulheres em situação de violência doméstica — diz sofrer ameaça de desocupação por parte do Governo do Distrito Federal (GDF). A administração da região notificou as coordenadoras da residência para que haja a desocupação do local pelas mulheres e a retirada de todas os itens do local até esta terça-feira (20/12).
 

Em nota, a Casa Ieda argumenta que as mulheres lutam contra a violência e pelo direito constitucional à vida. O texto destaca que diante dos casos de estupro e feminicídio no país, o que resta às mulheres é ficar ao relento ou voltar a casa dos agressores.

"Alternativa que viola frontalmente preceitos constitucionais, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil, bem como a Lei Maria da Penha", critica a instituição.

A nota acrescenta que há quase dois meses que mulheres se organizando em torno do projeto Casa de referência Ieda Santos Delgado, prestando um serviço de acolhimento, encaminhamento e formação de Mulheres. "Esse novo ataque vem sustentado na mentira de que o imóvel estar sob risco de desabamento, mas ignoram os laudos e equipes de engenheiros e arquitetos que demonstram que a estrutura não sofre nenhum risco", diz outro trecho.

O comunicado afirma que, enquanto o GDF não faz nada em casos de ocupações privadas em áreas nobres ocorrem, nas ocupações para retirar mulheres organizadas em prol do combate à violência o governo da capital age de forma rápida. "É um direito constitucional e legítimo das sociedades civis a organização com o intuito de contribuir com o funcionamento dessas legislações. O que se observa, hoje, no DF, por meio do último relatório da Secretaria de Segurança Pública do DF e dos relatórios do Plantão do Ministério Público é que, por dia, 43 registros de violências são registrados por mulheres", diz.

Protesto marcado

A Casa acredita que, embora existam iniciativas do GDF, estas não conseguem amparar todas que buscam e necessitam de ajuda do Estado atualmente. Diante da situação, a instituição "convoca todas e todos que defendem a vida das mulheres para um ato às 7h30 desta terça-feira (20/12), na Casa Ieda se solidarizar e repudiar o que dizem ser um ataque aos diretos das mulheres". 

Correio procurou o GDF para se posicionar sobre o assunto, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

 

fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2022/12/5060332-casa-de-referencia-para-mulheres-e-alvo-de-desocupacao-no-guara-2.html


Receba Notícias

Cfemea Perfil Parlamentar

logo ulf4

Aborto Legal

aborto legal capa

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

logo ulf4

Tecelãs do Cuidado - Cfemea 2021

Violência contra as mulheres em dados

Rita de Cássia Leal Fonseca dos Santos

Ministério do Planejamento
CLIQUE PARA RECEBER O LIVRO (PDF)

marcha das margaridas agosto 2023

Estudo: Elas que Lutam

CLIQUE PARA BAIXAR

ELAS QUE LUTAM - As mulheres e a sustentação da vida na pandemia é um estudo inicial
sobre as ações de solidariedade e cuidado lideradas pelas mulheres durante esta longa pandemia.

legalizar aborto

Artigos do Cfemea

Mulheres do Distrito Federal se preparam para receber a Marcha das Margaridas. Cfemea presente!

Dezenas de ativistas do Distrito Federal se reuniram em Plenária para debater e construir a Marcha das Margaridas. A marcha já é um dos maiores eventos feministas antirracistas do Brasil.

Congresso: feministas mapeiam o conservadorismo

Pesquisa aponta: só mobilização pode superar conservadorismo do Congresso. Lá, 40% alinham-se ao “panico moral”; 57% evitam discutir aborto; 20% são contra atendimento às vítimas e apenas um em cada cinco defende valores progressistas

Eleições: O “feminismo” de fundamentalistas e oligarcas

Candidaturas femininas crescem no país, até em partidos conservadores. Se o atributo de gênero perde marcas pejorativas, desponta a tentativa de passar ao eleitorado uma receita morna de “defesa das mulheres” – bem ao gosto do patriarcado

A pandemia, o cuidado, o que foi e o que será

Os afetos e o cuidar de si e dos outros não são lugar de submissão das mulheres, mas chave para novas lutas e processos emancipatórios. Diante do horror bolsonarista, sangue frio e coração quente são essenciais para enfrentar incertezas, ...

Como foi viver uma Campanha Eleitoral

ataques internet ilustracao stephanie polloNessa fase de campanha eleitoral, vale a pena ler de novo o artigo que Iáris Cortês escreveu uns anos atrás sobre nossa participação em um processo eleitoral

Dezesseis anos da Lei 11.340, de 07/08/2006, Lei Maria da Penha adolescente relembrando sua gestação, parto e criação

violencia contra mulherNossa Lei Maria da Penha, está no auge de sua adolescência e, se hoje é capaz de decidir muitas coisas sobre si mesma, não deve nunca esquecer o esforço de suas antepassadas para que chegasse a este marco.

Como o voto feminino pode derrubar Bolsonaro

eleicoes feminismo ilustracao Thiago Fagundes Agencia CamaraPesquisas mostram: maioria das mulheres rechaça a masculinidade agressiva do presidente. Já não o veem como antissistema. Querem respostas concretas para a crise. Saúde e avanço da fome são suas principais preocupações. Serão decisivas em outubro. (Ilustração ...

Direito ao aborto: “A mulher não é um hospedeiro”

feministas foto jornal da uspNa contramão da América do Sul, onde as mulheres avançam no direito ao próprio corpo, sociedade brasileira parece paralisada. Enquanto isso, proliferam projetos retrógrados no Congresso e ações criminosas do governo federal

As mulheres negras diante das violências do patriarcado

mulheres negras1Elas concentram as tarefas de cuidados e são as principais vítimas de agressões e feminicídios. Seus filhos morrem de violência policial. Mas, através do feminismo, apostam: organizando podemos desorganizar a ordem vigente

Balanço da ação feminista em tempos de pandemia

feminismo2Ativistas relatam: pandemia exigiu reorganização política. Mas, apesar do isolamento, redes solidárias foram construídas – e o autocuidado tornou-se essencial. Agora, novo embate: defender o direito das mulheres nas eleições de 2022

nosso voto2

...