Não dá pra gente achar que vamos vencer o bolsonarismo em Porto Alegre se fizermos mais do mesmo

 

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Bruna Rodrigues (PCdoB) (Foto: Divulgação/CMPA)
 

Bruna Rodrigues (*)

Essa semana uma parte da esquerda se reuniu para pensar os rumos de 2024. Pessoas que respeito, lideranças partidárias parte da política tradicional da esquerda… Até aqui tudo bem, mas o que me faz refletir é a manutenção da velha estrutura, da velha forma de fazer política. E ao ver a publicação da Manuela d’Ávila, não tive como não me sentir provocada pelos apontamentos trazidos por ela, afinal pensar o futuro da política de Porto Alegre é um desafio gigante. E não pode não contar com a contribuição de uma parte de nós.

Nós fomos aqueles e aquelas que celebraram a vitória de Lula nas eleições presidenciais não só no país mas também com a maior votação obtida na capital gaúcha. Vitória essa que vem sendo pavimentada desde pelo menos 2020. A chegada do nosso campo ao segundo turno, com a candidatura da Manu, e a história eleição da primeira Bancada Negra da capital gaúcha são símbolos de uma reorganização do nosso campo – e também da forma com a qual o povo está enxergando e participando da política.

Quando gritamos aos quatro cantos que chegou na Câmara Municipal uma parcela da população que não se enxergava na política antes dessa chegada coletiva, é sobre a periferia – que contínua só olhando, observando ainda com uma certa reserva. Mas grita bem alto o que quer ver representado. Tanto eu, quanto a Daiana, a Karen, a Laura e o Matheus somos pessoas forjadas nas lutas sociais. Cada um com sua trajetória, todos nós começamos a nos organizar politicamente a partir de locais de atuação: seja a universidade, seja a comunidade.

Nós viemos de locais onde quem está no cotidiano daquele espaço é sujeito da luta, que formula, que aponta as bandeiras e a agenda política. E cada vez mais, essa essência da participação, do protagonismo, é buscada pela nossa gente. Não dá pra gente achar que vamos vencer o bolsonarismo em Porto Alegre se fizermos mais do mesmo: sem diálogo necessário como povo e com todas as forças que pensem a derrota do que teve de mais cruel na cidade.

Portanto, é necessário construir novos métodos pra envolver o povo. Nossa gente quer, por direito, voltar a ser sujeito da política, estar no centro da tomada de decisão. Em cada bairro, em cada comunidade, tem uma potência ali presente que precisa e merece ser valorizada. O povo de POA tomou pra si não só o poder de decisão, mas o poder de fala. E esse poder de fala não pode ser limitado por quem sempre pensou a política tradicional. Devemos escutar o que o povo está nos dizendo desde 2020 e dialogar com esse sentimento de resistência e transformação!

(*) Vereadora de Porto Alegre e deputada estadual eleita do Rio Grande do Sul para a próxima legislatura. Estudante cotista do curso de Administração Pública e Social da UFRGS, é também presidente do PCdoB na capital gaúcha

 

Artigo publicado em SUL21 - https://sul21.com.br/opiniao/2023/01/o-povo-precisa-ser-sujeito-da-construcao-do-seu-futuro-por-bruna-rodrigues/


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