Quase lá: PT engrossa a fileira das mulheres na Câmara Federal com ampliação de 90% da bancada

Partido saltou de 10 deputadas federais eleitas em 2018 para 19 parlamentares mulheres que tomam posse nesta semana. Preparamos o perfil de cada uma delas que irá fortalecer a luta por direitos e defender a democracia

Foto: Divulgação

A partir de hoje, o PT engrossa a fileira das mulheres no Congresso Federal com 19 deputadas federais. O partido ampliou a própria bancada feminina em 90%.

Em 2018, o PT já tinha feito história ao eleger dez deputadas, sendo a maior bancada feminina da legislatura. Mas não paramos de avançar. Em 2022, o partido elegeu 18 deputadas federais e uma suplente, Reginete Bispo (PT/RS) que também toma posse, na vaga deixada por Paulo Pimenta, Secretário de Comunicação do governo federal.

Mais do que ampliar a bancada, o PT também investiu na diversidade.

Os destaques são para a bancada negra eleita pelo PT para a Câmara Federal composta por oito parlamentares: Carol Dartora, a primeira deputada federal negra em toda história do Paraná; seguida por Jackeline Rocha (ES) também pioneira em seu estado, Denise Pessoa (RS), Ivoneide Caetano (BA), Dilvanda Faro (PA), Dandara Tonantzin (MG), Reginete Bispo (RS) e fortalecida pela reeleição de Benedita da Silva (RJ).

Em São Paulo, o partido também fez história: elegeu a primeira deputada federal indígena pelo PT, Juliana Cardoso.

No Rio Grande do Norte, Natália Bonavides foi a parlamentar mais votada em todo estado.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), está entre as reeleitas, assim como Erika Kokay (DF) e Maria do Rosário (RS).

No geral, o PT elegeu 68 deputados Federais, o que representa 13,2% das cadeiras da Câmara Federal – ampliando a representatividade em relação a 2018, em que o partido garantiu 56 deputados e deputadas federais.

Conheça o perfil das eleitas que irão compor a bancada feminista e em defesa da democracia:

BAHIA – Ivoneide Souza Caetano

Ivoneide é advogada, formada em administração pela Unifass e pós graduada em gestão pública pela Unicsal. Empresária, ela atuou na Prefeitura de Camaçari e em escritórios de advocacia na área de Direito Ambiental.

CEARÁ – Luizianne Lins

Luizianne de Oliveira Lins é jornalista, professora universitária e política brasileira. Foi vereadora de Fortaleza (1996), deputada estadual do Ceará (2002) e prefeita de Fortaleza por dois mandatos (2005-2012). Graduada em Jornalismo, é professora licenciada do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC). Após um período dedicada ao trabalho acadêmico, elegeu-se deputada federal e está no seu segundo mandato, tendo sido, em 2018, a 3ª mais votada do Ceará. Em todas as eleições proporcionais que disputou foi a mulher mais votada.

DISTRITO FEDERAL – Erika Kokay

Erika Jucá Kokay é bancária, psicóloga, sindicalista e política brasileira. Presidiu o Sindicato dos Bancários de Brasília entre 1992 e 1998 e a Central Única dos Trabalhadores-DF de 2000 a 2002.

Filiada ao PT desde 1989,  foi eleita deputada distrital em 2002, elegendo-se como a 11ª mais votada. Em 2006, reelegeu-se ao mesmo cargo.

Na Câmara Legislativa do DF, presidiu as Comissões de Direitos Humanos, e a de Defesa dos Direitos do Consumidor. Foi por duas vezes, 2005 e 2009, líder da bancada do PT.  Elegeu-se deputada federal por três mandatos consecutivos. Em 2022, foi reeleita para o quarto mandato como Deputada Federal pelo Distrito Federal com 146.092 votos.

ESPÍRITO SANTO – Jackeline Oliveira Rocha

Conhecida como Jack Rocha, ela é presidente estadual do PT/ES e foi Secretária de Municipal de Imprensa de Colatina em 2005. Após mudar-se para Vitória, participou da formação da Secretaria de Juventude da Central Única dos Trabalhadores, e atuou como gerente de Economia Solidária e Microcrédito do governo estadual na gestão de Paulo Hartung.

Nas eleições de 2018, foi candidata a governadora do Espírito Santo, e ficou em terceiro lugar, com 142.654 votos. Em 2020, concorreu a vice-prefeita de Vitória, na chapa de João Coser, que foi derrotado no segundo turno. Nas eleições de 2022, Jack foi eleita deputada federal com 51.317 votos, tornando-se a primeira mulher negra eleita para o cargo na história do estado e a única mulher a representar o ES na 57.ª legislatura da Câmara Federal.

GOIÁS – Adriana Accorsi

Delegada, formada em Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e especialista em Segurança Pública e Ciências Criminais. Trabalhou em delegacias das cidades de Bela Vista, Cristianópolis, Nazário e Turvânia, dentre outras. Em 2003, foi promovida a delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depai), onde permaneceu por oito anos. Em 2011, assumiu a Superintendência de Direitos Humanos da Secretaria da Segurança Pública de Goiás. Em 2012, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Delegada Geral da Polícia Civil de Goiás e, logo no ano seguinte, assumiu a Secretaria Municipal de Defesa Social.

Em 2014, Accorsi foi eleita deputada estadual , tendo sido a primeira candidata petista a ser eleita para o cargo com quase 44 mil votos. Em 2016 e 2020, a petista disputou a prefeitura de Goiânia. Em 2018, foi reeleita deputada estadual sendo a quinta candidata mais votada no estado de Goiás, com quase 40 mil votos. Ano passado, ela foi uma das dez pessoas mais votadas para a Câmara Federal, e foi a sexta personalidade mais votada no Estado.

MINAS GERAIS – Ana Cristina de Lima Pimentel

Ana Pimentel começou a sua carreira política como secretária de saúde de Juiz de Fora, sob a gestão de Margarida Salomão (PT). Em 2022, elegeu-se deputada federal com 72.698 votos.

Em Novembro de 2022, durante o Governo de Transição de Lula (PT), foi nomeada como parte da equipe de transição da área relacionada à educação.

MINAS GERAIS – Dandara Tonantzin

Dandara Tonantzin Silva Castro é pedagoga, mestre em Educação pela UFMG, ativista e política brasileira. Elegeu-se vereadora de Uberlândia, sendo a parlamentar mais votada. Começou a se engajar politicamente no Ensino Médio refundando o grêmio e se manifestando contra o aumento da passagem de ônibus.Ingressou na Universidade Federal de Uberlândia aos 16 anos como cotista no curso de Pedagogia. Continuou sua militância sendo presidente do Diretório Acadêmico do curso, coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE – UFU), diretora de políticas educacionais da União Estadual dos Estudantes (UEE-MG), militando também no Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer) e conselheira do Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial (CNPIR).

MATO GROSSO DO SUL– Camila Jara

É aluna do último semestre de Ciências Sociais na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). É idealizadora do “Coletivo Elas Podem” e liderança do “Movimento Acredito-MS” em Campo Grande. Em 2020 se elegeu como vereadora da capital do estado, a mais jovem da Câmara, com 3.470 votos, sendo a única mulher na Câmara.

PARÁ – Dilvanda Furtado Faro

Dilvanda Furtado Faro é agricultora, sindicalista e política brasileira. Filiada ao PT desde a década de 80, atuante na juventude católica.  Disputou a prefeitura de Acará, município no interior do Pará em 2012 e 2016. Em 2018, concorreu ao cargo de deputada estadual pelo Pará e foi eleita com 43.796 votos. Em 2022, se candidatou ao cargo de deputada federal e foi eleita com 150.065 votos.

PIAUÍ– Rejane Dias

Rejane Ribeiro Sousa Dias é formada em administração e política brasileira, atual conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Piauí. A parlamentar já exerceu os cargos de coordenadora estadual para Integração da Pessoa com Deficiência entre 2003 e 2008; de secretária estadual de Assistência Social e Cidadania entre 2005 e 2006; e de secretária estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência, entre 2008 e 2010.

Em 2010, foi eleita deputada estadual sendo a segunda candidata mais votada do Piauí na legislatura, com 31.389 votos. Em 2014,  foi eleita deputada federal, com cerca de 134 mil votos. Licenciou-se em 2015 para assumir a Secretaria de Estado da Educação e ocupou o cargo até 2018.

PARANÁ – Gleisi Hoffmann

Gleisi Helena Hoffmann é ex-líder estudantil, advogada, política e presidenta do PT. Nas eleições de 2022 foi reeleita deputada federal pelo Paraná, sendo a segunda mais votada no estado.

Exerceu o mandato de senadora e foi líder do PT, deixando a representação após assumir a presidência do partido. Antes disso, foi diretora financeira da Itaipu Binacional e depois foi ainda Ministra-Chefe da Casa Civil no primeiro Governo de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014. Em 2016, presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, em outubro do mesmo ano, foi eleita vice-presidente da comissão de assuntos econômicos do Parlamento do Mercosul.

PARANÁ – Carol Dartora

É professora, historiadora, mestre em Educação pela UFPR, doutoranda em Tecnologia e Sociedade pela UTFPR e sindicalista. Foi vereadora em Curitiba no último pleito e fez história ao tornar-se a primeira mulher eleita à Câmara Municipal de Curitiba e também a primeira mulher negra deputada federal do Paraná.

Dartora é militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento Negro. Foi secretária da Mulher Trabalhadora e Direitos LGBTI do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).

RIO DE JANEIRO – Benedita da Silva

Benedita da Silva é servidora pública, professora, auxiliar de enfermagem, assistente social e política brasileira. Foi a 59ª governadora do Rio de Janeiro. Bené foi a primeira mulher afro-brasileira a atingir os mais altos cargos da história do Brasil: Vereadora e deputada federal constituinte, reeleita para um segundo mandato em 1990, sendo eleita senadora em 1994, com mais de 2 milhões e 400 mil votos, e vice-governadora no pleito de 1998, assumindo o cargo de governadora em 2002. Bené disputou a prefeitura do Rio de Janeiro duas vezes e é uma das maiores lideranças da história do PT.

RIO GRANDE DO NORTE – Natália Bonavides

Natália Bastos Bonavides é advogada, feminista, ativista dos direitos humanos e dos movimentos sociais e política brasileira. Em 2016 foi eleita à Câmara Municipal de Natal, sendo a quinta mais votada. Nas eleições gerais de 2018 foi eleita deputada federal e reeleita em 2022, sendo a mais votada do Rio Grande do Norte.

Bonavides começou no movimento estudantil, dirigindo o Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti, representante dos estudantes do curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Nos movimentos sociais foi advogada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), do Movimento de População em Situação de Rua e atuou politicamente junto à Marcha Mundial das Mulheres. Foi uma das fundadoras do Escritório Popular, primeira organização de assessoria jurídica de movimentos sociais do estado. Advogou ainda para o Sindicato dos Servidores Municipais de Natal.

RIO GRANDE DO SUL– Denise Pessoa

Denise Pessôa é arquiteta com MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades e especialização em Gestão Estratégica de Políticas Públicas. Foi eleita vereadora e já foi presidenta da Câmara de Caxias do Sul. Entrou na política aos 25 anos – na época, a mais jovem parlamentar do município. Passou por uma legislatura em que foi a única vereadora, em 2012, e foi eleita quatro vezes para a vereança.

RIO GRANDE DO SUL – Maria do Rosário

Maria do Rosário é pedagoga, mestre em Educação e doutora em Ciência Política pela UFGRS, professora e política brasileira, e reconhecida pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos. Foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff. Maria do Rosário foi eleita vereadora de Porto Alegre duas vezes, disputou a prefeitura em 2008 e vai exercer o sexto mandato como deputada federal pelo RS.

RIO GRANDE DO SUL – Reginete Bispo

Reginete Bispo é cientista social, atuante no Instituto Akanni e Consulesa Honorária do Senegal. Ela já foi suplente de vereadora pelo PT e disputou o Senado, ficando na suplência do Senador Paulo Paim. Em 2022, disputou para deputada federal e se tornou suplente de Paulo Pimenta, que assumiu o comando da Secom no governo federal.

SANTA CATARINA – Ana Paula Lima

Formada em enfermagem e obstetrícia pela Univali, filiada ao PT  desde 1987, foi a primeira mulher eleita deputada estadual por Blumenau em 2002, exercendo quatro mandatos consecutivos.

Na Alesc, foi presidente da Comissão de Saúde, da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, vice-presidente da Comissão de Proteção Civil e membro das Comissões de Segurança Pública, de Prevenção e Combate às Drogas e de Ética e Decoro Parlamentar. Além disso, Ana Paula também esteve à frente do movimento que originou a Bancada Feminina na Assembleia Legislativa, a qual coordenou em duas oportunidades.

Em 2012, candidatou-se à prefeitura do município de Blumenau. Em 2018, disputou para deputada federal e após muitas reviravoltas no TSE, assumiu o cargo em 2019. Em 2022, disputou novamente e foi eleita para deputada federal.

SÃO PAULO – Juliana Cardoso

Juliana Cardoso é educadora, ativista dos movimentos sociais e sindical, e foi eleita vereadora do PT na capital paulista por quatro mandatos consecutivos.  Primeira indígena eleita deputada federal na história do PT, Juliana obteve 125.517 votos nas últimas eleições.

Eleita vereadora em 2008, foi reeleita em 2012. Em 2016, com 34 mil votos, foi reconduzida à Câmara Municipal de São Paulo, sendo a única mulher eleita pelo PT. Em 2020, foi reeleita para seu quarto mandato de vereadora de São Paulo.

Senado

No Senado, Teresa Leitão foi eleita por Pernambuco. É a primeira mulher da história a representar o estado de Pernambuco no Senado Federal.  Maria Teresa Leitão de Melo é professora, pedagoga, sindicalista e política brasileira. Filiada ao PT desde 2000, foi eleita em 2002 à Assembleia Legislativa de Pernambuco com 23 mil votos. Sendo reeleita em 2006 com 37 mil votos, 2010 com 39 mil, 2014 com 38 mil e em 2018 com 31 mil votos. Na Assembleia, presidiu a Comissão de Educação e Cultura da casa.

Junto com outros três senadores eleitos pelo PT vão compor uma bancada com 9 parlamentares.

Da Redação Elas por Elas

 

fonte: https://pt.org.br/pt-engrossa-a-fileira-das-mulheres-no-congresso-com-ampliacao-de-90-da-bancada/

 


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