Mulheres de Fortaleza pedem por justiça no maior julgamento de violência policial do ano

Começa no dia 20 de junho o julgamento dos 34 policiais militares acusados de matar 11 pessoas na Chacina do Curió, ocorrida em 2015, na Grande Messejana, periferia de Fortaleza. Desde então, mães e familiares da vítimas lutam por justiça, articuladas com movimentos de mulheres de todo o país. Depois de sete anos e meio, elas estarão frente a frente com os executores de seus filhos, maridos, irmãos. Esse será o maior julgamento do ano no país e o que tem o maior número de militares no banco dos réus desde o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 2006, no Pará

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Com a maior quantidade de mulheres senadoras da história do Senado, a nova legislatura se inicia com a perspectiva de avanços por parte das senadoras

Da Agência Senado | 06/02/2023, 17h32

 eliziane gama senadora

Com a maior quantidade de mulheres senadoras da história do Senado, a nova legislatura se inicia com a perspectiva de avanços por parte das senadoras. Apesar de não ocuparem nenhum dos cargos já definidos na Mesa do Senado, elas ainda aguardam a definição dos quatro postos restantes, além das vagas nas comissões. O novo ano já começa com uma conquista, que é o compromisso assumido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de colocar uma mulher à frente do novo colegiado que será criado para a defesa da democracia.

A senadora Leila Barros, Procuradora Especial da Mulher no Senado, afirmou que ainda são grandes os desafios enfrentados pela bancada feminina. Na quinta-feira (2), após a eleição dos membros da Mesa do Senado, ela criticou o fato de, mais uma vez, não haver uma mulher na composição e pediu uma reflexão dos senadores sobre o tema. Ainda assim, ela diz acreditar que houve um amadurecimento na luta pelos direitos das mulheres na Casa.

— São grandes desafios que nós enfrentamos dentro do Senado com relação a esse corporativismo masculino, mas acho que muitas de nós senadoras amadurecemos no sentido de lutar pelos nossos espaços dentro da Casa. Certamente, nós vamos ter grandes surpresas nas comissões — disse Leila.

A atual líder da bancada feminina é a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que se prepara para dar lugar a outra mulher no posto. Na última semana, após a eleição dos membros da Mesa, ela afirmou em Plenário que é preciso romper com a continuidade de ter apenas homens na Presidência da Casa e na Mesa do Senado.  

— E agora é necessário e urgente que as mulheres estejam nas presidências de Comissões. Nós vamos fiscalizar, vamos acompanhar e vamos cobrar dos líderes partidários para que mulheres possam conduzir as comissões e possam ter ativismo e protagonismo aqui no Senado.

A senadora Soraya Thronicke (União-MS) lembrou que as mulheres são a maior parte do eleitorado brasileiro e continuam sub-representadas na vida pública. Para ela, há falta de sensibilidade dos partidos na indicação de mulheres para ocupar cargos importantes como os da Mesa.

— Infelizmente nós existimos como um degrau para a maioria dos homens exercerem cargos públicos. Muitas mulheres são usadas na política, e essa consciência precisa vir à mente dos brasileiros para que respeitem as mulheres. Acima de tudo, o quero colocar aqui é que há uma falta de sensibilidade dos partidos na indicação das mulheres — lamentou.

Compromisso

Ao concordar com as falas das senadoras durante a sessão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco lamentou a sub-representação da Bancada Feminina nas eleições da Mesa. Para ele, é preciso que haja uma reflexão profunda junto à sociedade sobre participação efetiva das mulheres na política.

Pacheco, que durante seu primeiro período na Presidência do Senado criou a Liderança da Bancada Feminina, fez um apelo para que os líderes partidários tenham sensibilidade em relação às vagas remanescentes na Mesa, que ainda não foram votadas, e nas comissões temáticas. Além disso, Pacheco assumiu o compromisso de colocar uma mulher na nova comissão que será criada no Senado.

— E quero assumir o compromisso de que a Comissão Permanente de Defesa da Democracia, que pretendo criar no Senado Federal, seja presidida por uma mulher defensora da democracia. Assumo esse compromisso também com as mulheres, para compensar essa disfunção que houve, de fato, em função dessa não oportunização das mulheres nas indicações partidárias neste instante, mas isso haverá de ser remediado e compensado — assegurou o presidente.

O anúncio foi comemorado pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN). Para ela, os últimos anos trouxeram uma avanços para as pautas das mulheres, especialmente com a criação da Liderança da Bancada Feminina, e uma mulher na presidência da nova comissão é mais uma contribuição para esse processo.

“O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou a criação da Comissão Permanente pela Defesa da Democracia e disse que a presidência caberá a uma mulher. Boas notícias, em momento histórico que exige o fortalecimento da democracia e a valorização das mulheres nesse processo!”, disse a senadora em manifestação pelas redes sociais.

Para a senadora, a presença de mais mulheres na Casa pode trazer um olhar diferenciado sobre outros temas. A senadora disse que entre as áreas que pretende tratar com prioridade estão a diminuição dos juros, a saúde, a educação e também a defesa da progressividade dos impostos na Reforma Tributária, para que os mais pobres não sejam prejudicados por causa da alta carga sobre o consumo.

Oxigenação

A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) afirmou que o momento é de “oxigenação” para a pauta do Senado e também para as pautas da bancada feminina. A senadora lembrou que é momento da definição de uma nova líder da bancada, missão que no último ano esteve a cargo da senadora Eliziane. Ela afirmou que a bancada é muito unida na defesa dos direitos da mulher.

— Nós haveremos de ter uma nova líder para que possamos sentar e discutir os próximos passos. Eu dei inclusive uma sugestão que vou manter para o futura líder, que é fazermos reuniões da bancada feminina nos estados, para que possamos fortalecer a questão da mulher em todo o Brasil, trazer essa discussão para mais perto da sociedade e trazer essas demandas regionais. Isso vai ser importante dentro da bancada — planejou a senadora, que também pretende atuar na área da educação.

Outra senadora que deve se dedicar à educação é a recém-empossada Teresa Leitão (PT-PE), que se define como “professora de ofício, de formação e de militância”. Ela afirmou que pretende lutar pela educação como política de direito, estruturante e promotora da igualdade social. A senadora também destacou seu compromisso com os direitos das mulheres.

— Assumo com esse compromisso a responsabilidade de ser primeira mulher eleita por Pernambuco em uma quadra da história em que a defesa da democracia se torna um fator prioritário, em que é fundamental a nossa postura institucional, a defesa das instituições, a defesa daquilo que a constituição diz que devemos ser — disse a senadora.

Também estreante no Senado, Damares Alves afirmou ter como prioridade a defesa dos direitos das crianças adolescentes, área que, na sua visão, merece uma comissão temática. Sobre expectativa de atuação da bancada feminina, ela disse que o objetivo é ter “nenhum direito a menos e nenhum passo atrás”.

— Eu acho que a bancada é uma bancada forte, não é a maior bancada, não é a bancada dos nossos sonhos, mas são mulheres muito comprometidas, muito aguerridas e a gente não vai aceitar nenhum passo atrás — garantiu a nova senadora.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado - https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/02/06/bancada-feminina-espera-avancos-na-nova-legislatura

 

 


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