Radicada em Paris há mais de 40 anos, a jornalista, ativista e economista amazonense Marilza de Melo Foucher, lançará no Rio de Janeiro, seu livro de memórias, no próximo dia 18 de março, às 17h, na Livraria Blooks – Espaço Itaú Unibanco, Praia de Botafogo, 316. Em entrevista exclusiva ao Ibase, a autora aproveita a oportunidade para lembrar algumas histórias que estão na obra. 

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Radicada em Paris há mais de 40 anos, a jornalista, ativista e economista amazonense Marilza de Melo Foucher, lançará no Rio de Janeiro, seu livro de memórias, no próximo dia 18 de março, às 17h, na Livraria Blooks – Espaço Itaú Unibanco, Praia de Botafogo, 316. Em entrevista exclusiva ao Ibase, a autora aproveita a oportunidade para lembrar algumas histórias que estão na obra.  

Marilza foi responsável por apoio a projetos, na América Latina, pelo Comitê Católico Contra a Fome e pelo Desenvolvimento (CCFD), ajudando no fortalecimento da sociedade civil organizada e da democracia. A escritora lembra que o Ibase, sob direção de Betinho, teve um papel fundamental no processo de democratização do Brasil e no esforço de democratizar os meios de comunicações. Para o atual diretor do Ibase, Athayde Motta, “Marilza tem sido uma amiga da sociedade civil brasileira por anos. As OSCs do país devem muito ao seu compromisso e sensibilidade. Seus tempos vividos são uma leitura incrível” – afirma.  

Leia a entrevista na íntegra e conheça um pouco mais da autora. 

Como surgiu a ideia do livro? 

Foi escrito em um período pós-operatório, eu estava com minha saúde fragilizada. Meu médico autorizava apenas um pouco mais de dez minutos no computador. Como não podia cultivar meu jardim eu passei a jardinar palavras. As lembranças emergiam e eu escrevia. Assim nasceram algumas crônicas bibliográficas e narrativas de Fragmentos de Tempos Vividos.  

Depois de aposentada na França, virei jornalista e blogueira; recentemente, escritora. Também escrevi um livro de poesias, um de contos infantis e um livro de poemas em francês. 

A senhora tem uma trajetória de apoio ao terceiro setor e às ONGs, poderia explicar um pouco como surgiu essa parceria? 

Minha vida profissional na França foi ligada à cooperação solidária internacional. Além de algumas consultorias, eu contribuí com a Fundação Danielle Miterrand na prospecção de projetos apoiados pela instituição no Brasil nos anos 80. Em seguida, fui trabalhar como responsável de projetos para América Latina no CCFD – a maior agência francesa de desenvolvimento solidário.  

Essa organização nasceu quando Josué de Castro foi presidente da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e lançou a primeira campanha internacional contra a fome nos anos 60. Logo depois, surgem as ditaduras na América Latina A criação do CCFD contribuiu não somente para a luta contra a fome, mas foi fundamental também ajuda a associações que trabalhavam a concepção freiriana de educação popular com uma visão integrada do desenvolvimento. 

Quando fui trabalhar no CCFD, solicitei ficar somente com os países em processo de democratização na América do Sul, ou seja o Cone Sul, o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e Chile. Era importante nesse período apoiar a emergência de uma nova sociedade civil organizada e ajudar no fortalecimento da democracia. Assim, como responsável pelos projetos para América Latina, eu priorizei a organização de movimentos sociais, movimentos de educação popular freiriana, organização de sindicatos e organizações não-governamentais na área do desenvolvimento territorial integrado e solidário e na inclusão social. 

Que tipos de projeto eram apoiados, por exemplo? 

Incentivamos as ações conjuntas com algumas municipalidades progressistas para desenvolver a democracia participativa, ajudando os atores locais a entender o orçamento público e pôr em prática o controle social. Esse tipo de ação reforçava o poder local no exercício da cidadania política.  

Além do apoio de movimentos sociais, ao mundo associativo urbano, apoiamos também as organizações sindicais rurais, o surgimento do MST no Brasil, os movimentos de mulheres no Cone Sul, o movimento negro, federação das favelas, central dos movimentos populares, movimentos de educação popular e projetos na área da agricultura familiar e ecológica. Também contribuímos na defesa da causa indígena, ajudando na organização dos povos indígenas. 

Gostaria de destacar que o Ibase, sob direção de Betinho, teve um papel fundamental no processo de democratização e na tentativa por exemplo de democratizar os meios de comunicações. E por último a campanha contra a fome e pela cidadania. 

A senhora nasceu em Manaus e conhece profundamente o Brasil; saiu na época da ditadura para morar em Paris. Como é voltar ao país para lançar um livro? 

Eu nasci na beira do Rio Acre e me criei em Manaus. Com meu trabalho na cooperação internacional solidária, eu pude dar minha modesta contribuição, apoiando a luta contra a exclusão social e apoiando políticas sociais, sobretudo de direitos humanos.  Acompanhei o processo de lento de inclusão social. Vi os invisíveis se tornarem visíveis. Hoje muitos teimosos utópicos continuam na trilha da utopia do possível por um mundo melhor. 

Serviço  

Data: 18/3/2023  

Evento: Lançamento no Rio de Janeiro  

Livro: Fragmentos de tempos vividos, de Marilza de Melo Foucher (223 páginas)  

fonte: https://ibase.br/ativista-marilza-de-melo-foucher-lanca-livro-fragmentos-de-tempos-vividos/

Preço: R$70 no site da https://www.blooks.com.br/  

Local: Livraria Blooks, no espaço Itaú Unibanco, Praia de Botafogo, 316, Loja D e E, Botafogo.  

Horário: 17h 


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