Quase lá: Mães solo têm mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho

Indica pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas

Publicado em 14/05/2023 - 11:32 Por Carolina Pessoa Mulatinho - Repórter do Radiojornalismo - Rio de Janeiro

ouvir:

O número de mães solo, aquelas que cuidam sozinhas de seus filhos, aumentou 17,8% na última década, passando de 9,6 milhões em 2012 para 11,3 milhões em 2022. Esta situação gera ainda mais dificuldades para o ingresso dessas mulheres no mercado de trabalho. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo indica que a maior parte dessas mães, pouco mais de 70% vivem apenas com seus filhos, são formadas por mulheres negras, número de quase 7 milhões, e estão no Norte e Nordeste do país.

Janaína Feijó, responsável pelo estudo, resume a dificuldade enfrentada por essas mães.

“Essa mãe praticamente não tem com quem contar, ela não tem uma rede de apoio e ela não conta também com o conjugue, que faz com que a sobrecarga da maternidade recaia muito mais forte sobre a mãe nestas condições”.

Janaína também ressalta que esses números refletem em um menor nível de instrução dessas mulheres e em dificuldades para se equiparar aos homens no mercado de trabalho. A situação é ainda mais crítica para as negras, com mais da metade delas, 58,7%, tendo no máximo o ensino fundamental completo e apenas 8,9% com nível superior.

“As ocupações que remuneram mais, elas demandam maior nível educacional, e também que o empregado trabalhe uma maior quantidade de horas. No caso, no contexto de uma mãe solo, ela tanto não vai ter o nível educacional requerido pelas boas oportunidades, como ela também vai ter dificuldade de conciliar a jornada de trabalho. Então muitas dessas mulheres encontram na informalidade a única forma de conciliar maternidade e responsabilidade familiar”, disse Janaína.

Karlielly Alves é mãe solo. Para ela, a parte financeira é a mais difícil.

“Principalmente quando a gente não amamenta os nossos filhos e eles dependem de fórmula. Você pensa, ai meu Deus, como vai ser na semana, porque o leite de fórmula geralmente dura uma semana. Então cada semana é um gasto diferente”.

O estudo também aponta a relação entre idade e presença na força de trabalho. De todas as mães solo entre 15 e 60 anos, 29,4% estão fora da força, 7,2% estão desempregadas e 63,3% estão ocupadas. No caso de mulheres com filhos até 5 anos essa situação piora: as chances delas estarem fora da força aumenta para 32,4% e de estarem desempregadas sobre para 10%.

Edição: Aécio Amado

 

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2023-05/maes-solo-tem-mais-dificuldade-de-entrar-no-mercado-de-trabalho


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Recomendamos a leitura

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...