Bolsonaro deu o sinal na manifestação: Câmaras de Vereadores serão o alvo da sua base neste ano. Apoio de igrejas neopentecostais, capilarizadas em todo o país, pode ser determinante. Esquerda precisa sair da defensiva e oferecer novos horizontes.

O artigo é de Glauco Faria, publicado por Outras Palavras, 29-02-2024.

Eis o artigo.

“Em 2024 temos agora eleições municipais. Vamos caprichar no voto, em especial, para vereadores.” A fala de Jair Bolsonaro mostra aquela que deve ser uma das prioridades da extrema-direita e do campo conservador no próximo pleito. Onde não for possível disputar com chances a prefeitura, eleger o máximo possível de candidatos à Câmara Municipal.

A estratégia de ocupar os Legislativos pelo país tem sido posta em prática há tempos, mas tomou corpo e se tornou visível em 2018, quando o segmento conseguiu expressivas bancadas na Câmara e no Senado com a onda bolsonarista, então no seu auge. Muitos achavam que se tratava de um fenômeno pontual, mas as eleições de 2022 indicaram o contrário.

Ainda que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha vencido o primeiro turno, com mais de 5% de diferença sobre Bolsonaro, equivalente a mais de 6 milhões de votos, a vantagem não refletiu, por exemplo, na eleição do Senado. Com 27 vagas em jogo, 14 foram conquistadas ou por bolsonaristas de primeira ordem, como Damares Alves e o então vice-presidente Hamilton Mourão, ou por políticos de direita que colaram sua imagem à do líder extremista. Na Câmara, o PL também conseguiu fazer a maior bancada.

E o caminho para chegar ao Congresso Nacional muitas vezes se inicia na vereança, que pode ser um trampolim até direto, como foi o caso do ex-vereador de Belo Horizonte e influencer Nikolas Ferreira (PL-MG), que conquistou a maior votação individual para a Câmara dos Deputados no país e agora já projeta uma candidatura à prefeitura da capital mineira. O youtuber e também deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi outro que se elegeu em função de um pleito municipal. Foi candidato pela primeira vez a prefeito de Goiânia em 2020, obtendo na ocasião 8% dos votos válidos, para dois anos depois chegar à Câmara dos Deputados como o segundo parlamentar mais votado do estado.

Os dois estavam no palanque de Bolsonaro na manifestação da Paulista, no domingo (25). Além da pauta e da influência nas redes sociais, ambos são um exemplo da importância que as eleições de 2024 têm não somente para a disputa em si, mas para o futuro próximo, no pleito nacional.

Ocupação de espaços

Após os resultados das eleições municipais de 2020, muitas análises apontavam que o bolsonarismo havia sido derrotado. Afinal, a maioria das disputas das prefeituras têm como pauta principal as questões locais e, mesmo em grandes metrópoles, é difícil “nacionalizar” o embate.

Já nas eleições para a Câmara Municipal, diversos fatores se misturam. As lideranças locais são historicamente importantes influenciadores na decisão do voto, tanto que muitos candidatos conseguem calcular sua base de votação fechando alianças e acordos com personagens relevantes em determinadas áreas. Essa dinâmica não passou incólume pelo advento das redes sociais, mas ainda resiste em boa parte do país. Instituições que têm capilaridade tendem a se sair bem quando traçam estratégias para angariar apoios aos nomes que lançam.

Não à toa, o segmento conservador, em especial aquele ligado a igrejas neopentecostais e também a correntes católicas mais conservadoras, se preocupou em 2023 em promover a ocupação dos conselhos tutelares nas cidades, considerados importantes espaços para o surgimento de possíveis candidatos a vereador. A esquerda se mobilizou, mas tardiamente, embora tenha obtido importantes vitórias, de certa forma, contendo o que seria um desastre ainda maior.

Uma vez eleitos, os candidatos extremistas conseguem aparecer ainda mais para o seu público no cumprimento dos mandatos. Desde homenagens, concessão de títulos, nomes de rua, moções de repúdio até proposição de projetos tidos como “polêmicos” e mesmo francamente inconstitucionais, aproveitam todo espaço para reafirmar seu ideário perante sua base, buscando novos eleitores com perfil similar. Tudo serve como palco, inclusive para discursos que nada tem a ver com a realidade local, com as falas tendo o alcance amplificado nas redes sociais, onde tal segmento político está mais estruturado que o campo progressista ao menos desde 2014.

As igrejas e a extrema-direita

Com um protagonismo maior que o usual em outros atos do tipo, o teor religioso marcou a manifestação da Paulista. Ainda que a maioria dos presentes tenha se declarado católica, de acordo com pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, as mensagens ali transmitidas, em especial a da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que legitimou textualmente a mistura de religião e política, devem circular nas redes sociais para mobilizar um público engajado e que já esteve a serviço de candidatos ligados a denominações religiosas em outras eleições. “Por um bom tempo fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderiam misturar política com religião. E o mal tomou e o mal ocupou o espaço. Chegou o momento, agora, da libertação”, convocou Michelle.

Em 2020, Durante mais de um mês, a Agência Pública realizou uma reportagem após ter recebido relatos sobre campanhas dentro de igrejas e templos de todo o Brasil. A prática é irregular, já que a Lei 9.504/97 prevê que é “vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza” nestes locais. Um dos exemplos citados era de uma distribuição de propaganda impressa no Templo de Salomão, da igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), no bairro do Brás, na capital paulista, feita no próprio domingo em que seria realizado o primeiro turno da disputa municipal. A repórter Mariama Correia recebeu um santinho do candidato a vereador André Santos, do Republicanos, junto com o candidato a prefeito Celso Russomanno, da mesma legenda.

A propaganda, obviamente, não se limita aos panfletos entregues, circulando nos grupos de redes sociais dos integrantes da igreja. Russomanno não foi ao segundo turno, mas André Santos se reelegeu, obtendo 41.584 votos e entrando na lista dos dez mais votados. Em disputas pelo Executivo, muitas vezes candidatos com propostas e defesas de ideias mais radicais afastam o eleitor médio, mas, no caso do Legislativo, não é necessário convencer a maioria, e sim um contingente importante, coeso e mobilizado não necessariamente em torno da figura do político, mas dos valores que ele representa. Como a porcentagem de votos válidos na disputa da Câmara de Vereadores é geralmente maior do que na corrida pela prefeitura (em São Paulo, brancos, nulos e abstenções chegaram a quase 50% em 2020), cada voto pesa ainda mais e a capilaridade e influência de algumas denominações evangélicas se torna mais determinante.

“O crescimento do neopentecostalismo no Brasil tem sido caracterizado por um afastamento do pentecostalismo tradicional, com ênfase na rejeição de hábitos considerados mundanos e no estabelecimento de novas crenças, práticas e rituais. As bases do neopentecostalismo residem na teologia da Prosperidade e da Dominação, que enfatizam a busca por riqueza material como reflexo das bênçãos de Deus. Isso tem tido um impacto significativo na sociedade brasileira, incluindo o envolvimento das igrejas neopentecostais em eleições políticas e seu apoio ao populismo reacionário”, explicam os pesquisadores André Mendes PiniFábio Rodrigo Ferreira Nobre e Maria Eduarda Angeiras de Menezes, da Universidade Estadual da Paraíba, no artigo “O neopentecostalismo no Brasil e a convergência com a ultradireita no populismo reacionário de Jair Bolsonaro”.

As duas teologias citadas, da Prosperidade e a do Domínio/Dominação influenciam direta e indiretamente na visão do fiel. A primeira atribui, por exemplo, o progresso material de uma pessoa e ele mesmo ou a Deus. Ou seja, na avaliação dessa pessoa a criação de um ambiente econômico favorável por parte de um governo ou a promoção de políticas públicas não entra na conta, ainda mais se partir de uma legenda tida como não alinhada. Já a segunda, ao estabelecer que existe uma luta entre o bem e o mal, uma guerra espiritual em curso, justifica a ocupação de espaços como a política, como defendeu Michelle Bolsonaro.

E a esquerda?

Uma vez nos parlamentos e tendo ainda mais microfones à disposição, políticos ligados a estas igrejas e outros que não são, mas que comungam da mesma ideologia, tendem a travar a chamada “guerra cultural”, criando inimigos imaginários como a ameaça do comunismo, a ficção da ideologia de gênero, e combatendo qualquer avanço em termos de política de drogas, legalização do abortodireitos LGBTQIA+, além de interferirem no funcionamento das escolas, cerceando a autonomia dos professores e os assediando em suas atividades.

Embora seja possível encontrar parlamentares combativos na esquerda que travam o combate contra pautas obscurantistas, além de serem em diversas ocasiões minoria diante do silêncio cúmplice ou da adesão ruidosa do chamado “centro político” ao extremismo de direita, a postura é geralmente defensiva. Candidatos ao Executivo ou ocupantes atuais também têm receio de partir para o embate mais direto, buscando preservar os possíveis votos do segmento.

Isso promove um círculo vicioso no qual os ideais defendidos por este grupo se consolidam não só entre eles, extrapolando também para o restante da sociedade. O que vai ajudar a eleger, em nível parlamentar, novos defensores dos mesmos princípios.

Se governos têm dificuldades, em virtude de um cenário que ainda é adverso para as pautas progressistas, partidos e entidades da sociedade civil poderiam assumir uma luta com caráter mais propositivo, estimulando debates que saiam do lugar comum que, certamente, não vão promover uma mudança imediata, mas apontar para um horizonte em que ideias “fora da caixa” possam cativar não quem está irresoluto, mas aqueles que têm possibilidade de participar.

Alguns exemplos de que mudanças na opinião pública são possíveis podem ser observados, por exemplo, nos Estados Unidos. Segundo pesquisa do Instituto Gallup, nunca houve um apoio tão grande da população legalização da maconha no país: são 70% dos entrevistados favoráveis, de acordo com levantamento feito em novembro do ano passado. Em 1969, quando o o instituto fez o questionamento pela primeira vez, eram somente 12% que apoiavam a legalização. O apoio ultrapassou 50% pela primeira vez em 2013 e, hoje, o índice aponta maioria favorável mesmo entre aqueles que se denominam conservadores (52%), como entre os republicanos (55%).

No mesmo sentido, mesmo um ano após a Suprema Corte dos EUA ter decidido que o aborto não era um direito constitucional, a maioria dos estadunidenses (64%) segue apoiando a legalização da interrupção voluntária da gravidez, conforme pesquisa da AP-Norc de julho de 2023.

Ainda que os cenários e os momentos históricos sejam distintos, a defesa de valores humanitários e a proposição e discussão de pautas progressistas devem ser tema nestas e em futuras eleições, mas não apenas nesses períodos. Além disso, no Brasil, é preciso enfrentar questões fundamentais como a profunda desigualdade histórica, que se manifesta em níveis distintos, e a precarização do trabalho, por exemplo. São diversas bandeiras que poderiam oferecer um horizonte possível e que trariam ao campo da esquerda e ao próprio governo federal o poder de agenda, ainda hoje em parte nas mãos do bolsonarismo. Como disse o escritor uruguaio Eduardo Galeano, por conta da primeira vitória nacional da esquerda em seu país, em 2014, “tem um pecado que não tem redenção, que não merece perdão. É o pecado contra a esperança”. Passou da hora de voltarmos a cultivá-la.

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fonte: https://www.ihu.unisinos.br/636981-a-ameaca-da-extrema-direita-nas-eleicoes-de-2024-artigo-de-glauco-faria

 

A ofensiva da extrema-direita. Artigo de Igor Felippe Santos

 

"Mais do que nunca, é necessário fazer a disputa de ideias, valores e projetos de sociedade", escreve Igor Felippe Santos, jornalista e ativista de movimentos sociais, em artigo publicado por A Terra é Redonda, 28-02-2024.

Eis o artigo.

As milhares de pessoas que participaram do ato na Avenida Paulista no último domingo não se moveram apenas para apoiar seu líder diante da “perseguição”.

Ninguém imaginava uma década atrás que o então deputado federal de baixo clero Jair Bolsonaro poderia chegar à presidência da República e levar milhares de pessoas às ruas. Naqueles tempos, a direita tinha o PSDB como referência política, disputando as urnas e respeitando a “alternância de poder”. Seu projeto neoliberal defendia bandeiras como a “modernização do Estado”, responsabilidade fiscal e políticas sociais focalizadas.

Dez anos depois, com o recrudescimento das contradições da crise mundial do capitalismo, a coalizão tucana naufragou. Emergiu uma força política que rejeita os princípios da Constituição de 1988 e o arranjo institucional da Nova República. As bases de convivência democrática das forças neoliberais e da esquerda moderada foram corroídas, sobretudo, com a manipulação política e midiática de casos de corrupção.

Ganhou força o discurso hipócrita do “tem que mudar tudo que está aí”, com o ódio de parcela da elite e da classe média conservadora tragando a democracia formal. O motivo: os avanços dos direitos dos trabalhadores, especialmente dos mais pobres.

O manejo da pauta conservadora contra as conquistas das agendas das mulheres, da negritude e dos LGBTs aproximou os interesses da extrema-direita com a ideologia das igrejas fundamentalistas, colocando uma base popular a serviço dessa força política.

Não se pode subestimar o processo político que está em curso, que tem conexões internacionais e conquista governos pelo mundo. As milhares de pessoas que participaram do ato na Avenida Paulista no último domingo, atendendo o chamado de Jair Bolsonaro, não se moveram apenas para apoiar seu líder diante da “perseguição” que sofre dos seus supostos algozes. Foram, sobretudo, para defender sua visão de mundo, sua ideia de Brasil, seu entendimento de democracia e seu projeto de sociedade – mesmo que ele seja para poucos.

Quem procura analisar os efeitos dessa manifestação na conjuntura nacional, especialmente nos processos contra Jair Bolsonaro, pode concluir que os impactos são pequenos. Em determinada medida, o ato pode até prejudicá-lo, com a inclusão no processo de trecho do discurso no qual o ex-presidente admite que sabia da minuta que previa a decretação de estado de sítio.

O cerco judicial está se fechando e Jair Bolsonaro passa por uma defensiva tática com o avanço das investigações, a prisão de aliados próximos e o aumento da possibilidade de ir para a cadeia. Contraditoriamente, a capacidade de direção política e a coesão ideológica do seu campo, que se expressaram neste domingo em força de mobilização, demonstram que a extrema-direita faz uma ofensiva estratégica.

Suplantou a direita tradicional e conquistou a fidelidade de uma base social conservadora. Incidiu sobre setores populares com a aliança com as igrejas fundamentalistas e com a ideologia do medo, que assola das capitais ao interior do país. Ganhou postos na disputa institucional, com uma bancada puro sangue de parlamentares, governadores e prefeitos. Construiu uma máquina de disputa ideológica com a defesa de seus valores.

O presidente Lula venceu a eleição de 2022, na disputa mais acirrada da história recente. O Brasil está profundamente dividido: quase metade do eleitorado votou em Jair Bolsonaro, mesmo depois das contradições de quatro anos de governo. Essa força da extrema-direita mantém um nível de coesão; e milhares foram às ruas com a sua engenharia de mobilização de massas.

De um lado, o ódio da elite brasileira e da classe média conservadora contra a esquerda, mobilizada a partir das redes sociais, em defesa de seus interesses de classe. Por outro lado, a articulação das igrejas fundamentalistas, com pesado investimento de recursos, viabilizou caravanas de recorte mais popular, das cidades do interior e de Estados mais próximos.

A manifestação em defesa de Jair Bolsonaro, líder de uma articulação golpista, foi convocada em defesa do Estado de Direito. No entanto, tinha como pano de fundo a defesa de um projeto de sociedade, representado por Jair Bolsonaro, que faz parte de uma rede internacional ultraconservadora.

A tentativa de naturalizar o 8 de janeiro de 2023, relativizando o significado de democracia, os ataques ao presidente Lula e ao MST, a exaltação de discursos religiosos fundamentalistas e o desfile das bandeiras de Israel colocaram nas ruas a ideologia da extrema-direita.

Quando a democracia se torna um valor social relativo, com significados diferentes a depender do lado da polarização, defendê-la é insuficiente para enfrentar aqueles que querem destruí-la. Mais do que nunca, é necessário fazer a disputa de ideias, valores e projetos de sociedade.

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 fonte: https://www.ihu.unisinos.br/636988-a-ofensiva-da-extrema-direita-artigo-de-igor-felippe-santos

‘‘Futuro de Bolsonaro está vinculado ao destino político da extrema-direita’’, afirma Genoino

Ex-presidente segue mobilizando base eleitoral mesmo sendo investigado em três inquéritos ao mesmo tempo.

A reportagem é de Letycia Holanda, publicada por Brasil de Fato, 01-03-2024. 

ato bolsonarista realizado em São Paulo no dia 25 de fevereiro mobilizou milhares de apoiadores do ex-presidente. O episódio desta semana do podcast Três por Quatro, produzido pelo Brasil de Fato, discutiu quais são as perspectivas de futuro de Bolsonaro e da extrema-direita no Brasil.

 

"Ele [Bolsonaro] está vinculado com o destino político da extrema-direita", afirmou no programa o ex-presidente do PT e deputado constituinte, José Genoino. "Agora, é claro que a extrema-direita é maior do que ele, não em termos de gente, mas é maior em termos de conteúdo."

O cientista político Joselicio Junior, doutorando em mudança social e participação política na USP e ex-presidente estadual do PSOL-SP, apontou que o ex-presidente apresentou "certa resiliência" na manifestação. "O Bolsonaro chama para si o protagonismo das ruas", comentou.

Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP calculou que cerca de 185 mil pessoas estavam na avenida durante o pico do protesto. Para José Genoino, "alguém que coloca a quantidade de pessoas que ele colocou na rua, sem sombra de dúvida, mostra o fôlego".

Atualmente, Bolsonaro está sendo investigado em cinco inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Além da suposta tentativa de golpe de Estado, ele também está envolvido no caso das milícias digitais, na possível fraude no cartão de vacina e na suspeita de venda de joias da presidência.

"Dependendo da natureza da investigação conduzida pelo Alexandre Morais e pela Polícia Federal, ele pode sair enfraquecido ou não. De qualquer maneira, essa base social golpista vai continuar existindo", comentou Genoino.

O ex-presidente do PT alerta que é preciso ter "cuidado com a torcida". "O processo tem que ser consistente, respeitando o direito de defesa, o devido processo legal, a consistência das provas e o contraditório. Nós não podemos dar qualquer contexto para ele se vitimizar".

Democracia (in)abalada

Três por Quatro discutiu também o aniversário dos atos golpistas nas sedes dos três Poderes. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o "Palácio do PlanaltoCongresso Nacional e Supremo Tribunal Federal reforçam o compromisso com a Constituição do Brasil". Para o presidente, a democracia segue "inabalada e fortalecida".

Genoino, no entanto, discorda. "A democracia no Brasil está sendo abalada. O passado só passa se você analisá-lo, quando ele não passa é porque ele fica acobertado e se alimentando na incubadora", comentou. "Lula tem se negado na sua experiência em enfrentar esse debate".

Para Joselicio Junior, a sociedade civil tem que tensionar as instituições, que "precisam pensar num processo mais horizontal de participação política social de políticas públicas, que garantam um processo de desenvolvimento, mas como é que você vai fazer isso sem mobilização social?"

Eleições municipais em SP

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi uma das figuras políticas que estiveram no ato pró-Bolsonaro, que aconteceu na avenida Paulista, na região central de São Paulo.

Depois de muita indecisão, o gestor parece ter oficializado sua aproximação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se aliando à extrema-direita na disputa à eleição da Prefeitura de São Paulo, em outubro deste ano.

"São Paulo é uma expressão do quanto que o jogo está sendo jogado. Porque se de um lado o estado de São Paulo ainda é um polo de expressão da extrema-direita, na cidade de São Paulo isso é um pouco mais confuso", comentou Joselício.

O especialista afirma que, apesar do atual prefeito estar mais ligado ao centrão, "ele está sendo empurrado pra extrema-direita". O especialista diz ainda que, “Nunes tem uma bucha, porque ele tem a obrigação da reeleição. [...] E tem uma candidatura muito forte do outro lado”

Confira a conversa completa no Três por Quatro desta semana. Os episódios são lançados toda sexta-feira pela manhã, com discussões sobre os principais acontecimentos e a conjuntura política do país.

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