Ministra da Igualdade Racial e Ministra dos Povos Originários tomam posse em cerimônia no Palácio do Planalto marcando a história brasileira com a simbologia da luta e da resistência das mulheres, negras, indígenas.
Cfemea - 12/1/2023
Jolúzia Batista, ativista do Cfemea, na cerimônia de posse das ministras Anielle Franco e Sonia Guajajara, no Palácio do Planalto, em 11 de janeiro de 2023
O Centro Feminista de Estudos e Assessoria - Cfemea esteve presente nessa cerimônia cheia de simbolismos e significados. Em um palácio que foi saqueado por fascistas no domingo (8/1) e que não se vergou. Democracia venceu, e agora quem toma o palácio é o povo. Um povo que tem a marca de 522 anos de resistência e de lutas. 522 anos em que colonizadores promovem um genocídio sistemático e continuado dos povos indígenas. Muitos desses povos não existem mais. Foram massacrados. Seus corpos, suas culturas. Suas terras foram tomadas por brancos, latifundiários, garimpeiros, colonos.
O racismo e a desigualdade são resultados de séculos de escravidão. Primeiro dos indígenas e depois, mais lucrativa ao capitalismo internacional, dos africanos sequestrados e escravizados. Na travessia do Oceano Atlântico pelo menos 1,8 milhão de cativos morreram de maus-tratos, doenças, fome, sede ou foram jogados ao mar como punição por rebelião, isso significa que, sistematicamente, ao longo de 350 anos, em média, 14 cadáveres foram atirados ao mar todos os dias.
A escravidão, o racismo, a desigualdade e a violência contra indígenas e contra o povo negro continuam e são marcas sentidas até hoje. A luta antirracista é necessária e fundamental para se construir uma sociedade democrática, justa e de respeito. Essa luta requisita um programa, ainda não existente, que contenha a articulação de mecanismos de reparação (econômica, histórica, política, cultural), de justiça restaurativa, de promoção da igualdade e valorização das culturas.
https://youtu.be/mT2vWmf9EMY
https://youtu.be/5N4eNp716Bw
https://youtu.be/Ut1GaUFLR7o
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