Quase lá: Brasil registra um estupro a cada oito minutos; casos aumentaram 15%

As informações foram divulgadas ontem no relatório Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2023, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

A estatística de estupro é a maior desde 2019, quando o instituto iniciou essa pesquisa -  (crédito: Reprodução/Egonetix_xyz por Pixabay)
A estatística de estupro é a maior desde 2019, quando o instituto iniciou essa pesquisa - (crédito: Reprodução/Egonetix_xyz por Pixabay)
 

 

Foto de perfil do autor(a) Mayara Souto
Mayara Souto - Correio Braziliense
postado em 14/11/2023 03:55 / atualizado em 14/11/2023 06:51

A cada oito minutos uma mulher é estuprada no Brasil. 74,5% delas são consideradas vulneráveis por serem menores de 14 anos ou possuírem enfermidade, deficiência mental ou outra causa que impeça o consentimento. As informações foram divulgadas ontem no relatório Violência contra meninas e mulheres no 1º semestre de 2023, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A estatística de estupro é a maior desde 2019, quando o instituto iniciou essa pesquisa.

O primeiro semestre deste ano registrou 34 mil casos de estupro de meninas e mulheres — o que representa um aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil de todo o país. Porém, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluiu, em 2019, que há uma alta subnotificação desses casos no Brasil. O Ipea estimou que apenas 8,5% dos casos de estupro que ocorrem no país são registrados na polícia.

Considerando esse fator, entre janeiro e junho, o número pode ter chegado próximo a 425 mil casos. Em todas as regiões brasileiras houve o crescimento do crime neste semestre, comparado ao do último ano. A maior variação foi no Sul, com crescimento de 32,4%, seguido do Norte ( 25%) e do Nordeste ( 13,2%). A menor taxa foi no Sudeste, com aumento de 4,8%.

O perfil das principais vítimas de estupros no Brasil foi apresentado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em agosto deste ano. A maioria são meninas de 0 a 13 anos (61%); a metade são negras (56%); e a casa foi o principal lugar de ocorrência (68%).

Quanto ao agressor, em 86% dos crimes com crianças (0-13 anos) foi cometido por conhecidos e familiares como avôs, padrastos e tios. Já para as maiores de 14 anos, 77,2% dos agressores eram conhecidos das vítimas e 24,3% tinham sido estupradas por parceiros ou ex-parceiros íntimos.

No primeiro semestre deste ano, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil — crescimento de 2,6% comparado ao mesmo período do ano anterior.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, considerou os números "arrasadores e alarmantes". "Não são números, mas vidas que foram interrompidas pela misoginia que se faz presente em nosso país", comentou.

fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/11/6654931-brasil-registra-aumento-de-15-em-casos-de-estupro-este-ano.html

 


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...