Stefhani Brito foi atraída pelo ex e depois espancada até a morte. O condenado chegou a trafegar em via pública com o corpo dela na garupa de sua moto, em 2018
O homem condenado em 2021 por matar a ex-namorada Stefhani Brito Cruz teve a pena aumentada para 23 anos de prisão, após pedido do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) ser aceito na última terça-feira (6). Francisco Alberto Nobre Calixto Filho cumpria pena de 15 anos não só pelo feminicídio, mas por esconder o corpo da jovem em uma lagoa de Fortaleza.
A representação pelo aumento da pena foi apreciada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE). Por fim, a pena foi fixada em 23 anos, seis meses e 10 dias-multa.
O pedido do MPCE foi feito pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos.
Francisco Alberto foi condenado pela 1ª Vara do júri no dia 7 de dezembro de 2021, ocasião em que foi sentenciado por homicídio qualificado com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio.
Além disso, também foi reconhecida a autoria do réu no crime de ocultação do cadáver. O réu chegou a solicitar, por meio de sua defesa, o adiamento do Júri por falta de acesso a provas, mas teve pedido indeferido.
"O montante da pena aplicada e a natureza dos crimes impedem a imposição de regime mais brando", declarou o juiz Antônio Edilberto Oliveira Lima à época da sentença. O julgamento foi marcado por protestos de familiares e amigos de Stefhani, que clamavam por justiça.
Emboscada terminou em feminicídio
A acusação do MPCE provou em julgamento que o condenado armou uma emboscada para atrair Stefhani, pois o casal já havia se separado. Ele não aceitava o término e iniciou uma "uma cruel sessão de espancamento, onde o acusado, covardemente, provoca diversas lesões na ofendida".
A jovem morreu em decorrência de "traumatismo crânio-encefálico eraquimedular em politraumatismo", segundo laudo emitido pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
Alberto chegou a andar de moto em via pública com a vítima já morta na garupa. Ele abandonou o corpo na avenida do Contorno, no bairro Mondubim, e ela foi encontrada em uma lagoa no dia 1º de janeiro de 2018.
Depois de matar a ex-companheira, Alberto fugiu e continuou foragido até fevereiro de 2019, quando foi detido no Município de Mãe do Rio, no Pará, em uma operação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE).