Quase lá: Na ONU, ministro diz que negros são principais vítimas de tortura no Brasil

Ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou de sabatina no Comitê das Nações Unidas contra a tortura. Ele afirmou ainda que relatório entregue por governo anterior à ONU não reflete a realidade da prática da tortura no Brasil.

Por g1

Ministro dos Direitos Humanos do Brasil discursa no Comitê contra a Tortura da ONU <

Ministro dos Direitos Humanos do Brasil discursa no Comitê contra a Tortura da ONU

 

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, foi sabatinado nesta quarta-feira (19) pelo Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Tortura em Genebra, na Suíça, de combate à tortura.

Na sessão, Almeida disse que a população negra é a que mais sofre com episódios de tortura no Brasil e criticou a violência policial no país.

Silvio Almeida participou da sabatina diante de membros da ONU e relatores independentes. A sessão é uma norma a países signatários da Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes - mas a última sabatina ao Brasil havia ocorrido há 20 anos.

 

Na ocasião, ele disse que o último relatório entregue pelo Brasil ao Comitê sobre a situação de episódios de tortura e violação de direitos humanos no Brasil, feito pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é incompleto.

O documento foi entregue à ONU em 2020, e o relatório brasileiro anterior a esse era de 2001.

Almeida disse que a violência policial ainda é muito grave no Brasil, principalmente nas periferias, "fruto de uma longa trajetória de sucessivas violações" à população negra. Ele disse aos relatores que os negros ainda são os que mais sofrem com a tortura no Brasil.

"Até hoje a população negra, que constitui mais da metade da nossa população, é a principal vítima da violência policial, das execuções primárias, do superencarceramento e da tortura. O combate à tortura para nós é fundamental para o exercício da cidadania e para a proteção do povo brasileiro", declarou.

Na sessão, Almeida acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de cultuar torturadores e disse que ele "incentivava toda sorte de abusos do poder público, particularmente daqueles que detêm o monopólio do uso da força".

O ministro prometeu um diálogo honesto e construtivo com o comitê.

Os relatores independentes da ONU que acompanharam a sabatina pediram ao governo brasileiro esclarecimentos sobre vários episódios, como a situação de presos no país, o uso excessivo da força e a impunidade de policiais envolvidos em episódios de racismo, além de cobrar medidas de proteção aos direitos humanos.

 

Também exigiram um panorama da situação da população de rua e de políticas de saúde menstrual para mulheres.


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...