Quase lá: Unesp empossa a primeira reitora de sua história

Na cerimônia de posse, a reitora Maysa Furlan e o vice-reitor Cesar Martins ressaltaram a importância de parcerias e da manutenção do financiamento das universidades estaduais paulistas

Jornal da USP - Publicado: 16/01/2025 às 16:44
 
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Imagem de cima de uma plateia lotada e um palco com quatro pessoas sentadas e uma pessoa na tribuna.

A cerimônia de posse dos novos reitores da Unesp aconteceu no dia 15 de janeiro, no Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina – Foto: Jornal da Unesp

 

Em uma cerimônia que lotou o Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, Maysa Furlan e Cesar Martins tomaram posse como reitora e vice-reitor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) para o quadriênio 2025-2028.

“Temos que avançar no conhecimento e encontrar soluções para atrair os jovens para a universidade e para o ensino superior. Para tanto, é fundamental a continuidade de investimento financeiro para o almejado desenvolvimento da nossa sociedade. Nessa perspectiva, destaco o compromisso do governo do Estado de São Paulo na manutenção do orçamento das três universidades públicas paulistas e, mais que isso, a parceria em projetos estruturais no Estado entre a Unesp, a sua capacidade instalada e secretarias de Estado”, afirmou Maysa em seu primeiro discurso como reitora.

Primeira mulher a assumir o cargo de reitora na história da Unesp, Maysa sinalizou que pretende, no início de sua gestão, criar uma nova Pró-Reitoria, que vai englobar assuntos relacionados a equidade, diversidade, permanência estudantil, entre outros.

“Responder a esse momento único em que a sociedade do século 21 se debruça é mostrar que a diversidade e a acessibilidade devem estar representadas em todos os segmentos e atividades, e isso é fundamental para todos nós, unespianos. Temos que avançar nesta gestão, refletir e propor, em consonância com as políticas públicas, políticas institucionais para inclusão étnico-racial e de pessoas com deficiências, promover a equidade de gênero e o respeito à diversidade sexual, fortalecendo o papel da responsabilidade social e a diversidade como valor humano para o desenvolvimento de uma sociedade equânime e justa”, explicou a reitora.

Maturidade

A gestão liderada por Maysa Furlan e Cesar Martins conduzirá a Unesp no que se pode chamar de maturidade simbólica da instituição, o seu 50º aniversário, que ocorrerá em janeiro do ano que vem. Por convenção, ao completar 50 anos, uma universidade deixa de ser considerada “jovem” para fins de classificação nos rankings universitários.

Dois homens brancos erguem os braços de uma mulher branca.
O ex-reitor Pasqual Barretti (samarra verde) e o novo vice-reitor Cesar Martins cumprimentam a reitora Maysa Furlan – Foto: Jornal da Unesp

“Que a nossa Unesp leve a toda a gente paulista conhecimento e formação de qualidade e facilite a assistência a serviços, assim como o acesso a bens de arte e cultura”, ressaltou o vice-reitor Cesar Martins em seu discurso de posse.

Docente do Instituto de Biociências do campus de Botucatu (IBB), Martins ressaltou a importância das escolas na construção do conhecimento. “Entendo que temos dois desafios principais: adequar o nosso ensino e toda ação acadêmica ao novo mundo que está posto, um mundo diferente, transformado, o mundo da conectividade rápida, das tecnologias, da inteligência artificial, das mudanças nas relações sociais, mudanças nas profissões e nos ambientes de trabalho”, afirmou.

“Para entender este mundo, chegamos ao segundo desafio: fazer a correta leitura da sociedade em que vivemos. O que pensa, o que precisa, o que quer e, o mais importante, onde quer chegar. Uma coisa é certa: não serão grupos de WhatsApp e Instagram que definirão a solução dos grandes problemas. Conhecimento se constrói, necessita de investimentos e leva tempo para ser consolidado. Isso necessariamente passa pelas escolas”, concluiu o vice-reitor.

Marco civilizatório

Representando o governador Tarcísio de Freitas, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, fez questão de lembrar o jornalista Júlio de Mesquita Filho, um dos intelectuais que contribuíram para o surgimento da USP, nos anos 1930, e que deu nome à Unesp, em 1976.

“Júlio de Mesquita Filho foi um dos forjadores da universidade moderna no Brasil e tinha uma visão muito avançada do mundo. Foi ele quem criou o conceito de universidade em que o ensino é oferecido no ambiente de pesquisa”, lembrou o secretário.

Agopyan também ressaltou a abrangência territorial da Unesp. “Toda região que tem um campus da Unesp é um locus de desenvolvimento, de pesquisa, de inovação. Hoje o Estado de São Paulo deve, e deve muito, a esta consolidação da Unesp nos últimos 49 anos.”

Entre as diversas autoridades que prestigiaram a cerimônia estavam a vice-reitora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Arminda do Nascimento Arruda; o reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio José de Almeida Meirelles; o secretário Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa; e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago.

Dois homens brancos e duas mulheres brancas em pé.
[A partir da esquerda] Maria Arminda do Nascimento Arruda, Cesar Martins, Maysa Furlan e Antonio José de Almeida Meirelles – Foto: Jornal da Unesp

Homenagem

Em um discurso no qual fez uma série de agradecimentos, o reitor cessante Pasqual Barretti relembrou o legado de sua gestão, que, segundo ele, tinha como objetivo trabalhar pela reconstrução da Universidade e pelo “restabelecimento da esperança” entre os integrantes da comunidade universitária.

“O estranho adoecimento organizacional foi sanado. Vivemos em um ambiente plural e democrático, de expressão livre e de confiança. Nosso pequeno legado foi construído com participação, autonomia e confiança. Usando a linguagem médica, continuemos nesta gestão a prescrever dose alta de confiança, de autonomia, de participação, de solidariedade e de esperança, de postura propositiva na superação de nossos problemas. Vamos reduzir cada vez mais a dose de desconfianças, de regras e de posturas reativas. Vamos amputar o discurso reativo e o discurso de ódio, ainda presentes na nossa sociedade. Vamos exaltar a nossa excelência acadêmica, nosso compromisso com a universidade pública, plural, laica, inclusiva e democrática”, disse o ex-reitor.

Antes da cerimônia, foi respeitado um minuto de silêncio em memória do reitor Paulo Landim, que liderou a Unesp de 1989 a 1993 e faleceu na terça-feira. Landim foi lembrado algumas vezes durante as falas da solenidade, que contou também com a participação da Orquestra Acadêmica da Unesp e do Coral Madrigal.

Com informações de Fabio Mazzitelli, Malena Stariolo e Nathan Sampaio, do Jornal da Unesp

fonte: https://jornal.usp.br/institucional/unesp-empossa-a-primeira-reitora-de-sua-historia/


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