Quase lá: 25% das mulheres negras afirmaram ter sido reprovadas em entrevistas de trabalho por causa do cabelo, revela pesquisa do LinkedIn

Pesquisa apontou que cabelos de mulheres negras têm 2,5 vezes mais chances de serem percebidos como ‘não profissionais’. Vendedora ouviu que tranças estavam ‘mais para feira hippie’.

Agência Patrícia Galvão

Fernando Frazão – Agência Brasil

Ato do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil.

24 de abril, 2023 g1 Por Aline Macedo

 

“Tem que mandar um e-mail com fotos para a supervisora autorizar que coloque tranças”. A vendedora Gessica Justino ouviu a frase acima dita pelo gerente da loja de telefonia da qual era funcionária, após contar que pensava em mudar o penteado.

Era a segunda vez que ela pretendia usar tranças naquele local de trabalho. Um ano antes, a carioca adotou os dreads e acabou sendo constrangida pela supervisora diante de cerca de 20 pessoas, em uma reunião.

A mulher disse que aquele cabelo “não era padrão da empresa” e que parecia “mais um cabelo para uma feira hippie“. “Se quiser estar aqui, tem que se adequar a um padrão”, afirmou.

“Existe uma régua [invisível] no mercado de trabalho sobre qual é o padrão do cabelo profissional, que exclui mulheres de cabelos cacheados ou crespos”, diz a especialista em diversidade e inclusão em empresas Luana Genót.

A advogada em direito antidiscriminatório Luana Pereira explica que casos como esse são vistos como discriminação por conta da raça, etnia ou religião e podem ser considerados racismo.

Quando a situação é vivida dentro da empresa, a recomendação da especialista é que a vítima busque a Justiça do Trabalho (veja mais orientações ao fim da reportagem).

Foi o que Gessica fez: em 2011, ela entrou com uma ação por danos morais no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. Depois de seis anos, a vendedora ganhou o processo em primeira instância e a empresa não recorreu.


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...