Embora desempenhem um papel importante no processo de paz e unidade na Índiamulheres Naga estão proibidas de participar ou até mesmo se aproximar de rituais e celebrações da comunidade “porque sua presença é considerada um mau presságio e um tabu. Mesmo nos casos que lhe dizem respeito, elas são representadas pelo pai, irmão ou qualquer outro homem da família”.

danca tradicional da naga indiaIHU - Instituto Humanitas Unisinos

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

 

Foi a diretora do Orissa Christian Theological College, Dra. Mary Chang, que trouxe essa história para uma mesa sobre o tema envolvendo mulheres indígenas durante a 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reunido em Karlsruhe, Alemanha, de 31 de agosto a 8 de setembro sob o tema “O amor de Cristo leva reconciliação e unidade ao mundo”. As mulheres Naga são comparadas, muitas vezes, a uma folha jogada em qualquer lugar ao vento, disse Orrissa, para mostrar como a cultura indígena mantém o silêncio quando se trata de mulheres.

Em pré-assembleia, mulheres registraram, em um relatório encaminhado ao evento maior, que “as realidades socioculturais que se impõem à vida religiosa distorcem a visão de Deus da vida em plenitude, abundância e amor”. O patriarcado, disseram, “prejudica e explora as mulheres, os homens e as pessoas de todos os gêneros”. Como cristãs, frisaram, “somos chamados a empregar o ‘poder do amor’ e não o ‘amor pelo poder’”.

Também a pré-assembleia que reuniu a Rede Ecumênica de Defesa das Pessoas com Deficiência (Edan) encaminharam reivindicações à Assembleia do CMI. Ela recomendou o desenvolvimento de uma teologia da deficiência e a formação sobre o tema em programas educativos ecumênicos.

O tema bíblico-teológico estudado no encontro que tratou da Comunidade Justa de Mulheres e Homens versou sobre Atos dos Apóstolos 8, 26-39, que conta a história do eunuco etíope que foi batizado por Felipe. Participantes desse encontro refletiram sobre a “compreensão da inclusão e da transformação”. Também sobre a maneira como se produzem “as injustiças por motivos de identidade e particularidades, de modo especial a identidade sexual e de gênero, de classe, da identidade étnica, racial e religiosa”.

Edan salienta que Deus deu dons também a pessoas com deficiências e destaca a importância de colocá-las a disposição do corpo de Cristo. A Rede pediu que as igrejas fomentem a participação dessas pessoas em cargos diretivos, tanto em nível local como na representatividade de encontros e atividades do CMI.

Sob a temática “Afirmar a justiça e a dignidade humana”, a plenária da Assembleia assistiu à apresentação do cadeirante Fadi El Halabi e da cadeirante Karen Abi Nade, uma artista internacional libanesa. Na performance, informa o serviço de imprensa do organismo ecumênico, Halabi girou sua cadeira de rodas e, “com movimentos lentos e coordenados junto com sua parceira de dança, jogou as mãos para o ar, simbolizando a alegria” do momento.

Fadi é membro da Igreja Maronita do Líbano. Ele é psicoterapeuta, conselheiro de casais, e coordena a Rede Ecumênica de Advocacia para Deficientes no Oriente Médio. “Também apresento talk shows de TV, rádio e apareço como palestrante e moderador convidado em universidade e no ambiente cívico no campo das relações humanas”, apresentou-se.

Halabi sempre teve o sonho de criar um grupo de danças integrado por pessoas com deficiência e sem deficiência, que pudessem dançar juntas e, assim, promover a inclusão. Esse grupo surgiu em 2009. Seis anos depois, os “Embaixadores da Alegria e da Esperança” representaram o Líbano na Copa Mundial de Dança Latina, realizada em Miami.

Ele acredita que a arte pode ser uma “maneira forte de transmitir uma mensagem mais do que qualquer discurso falado. A arte é testemunha da riqueza da natureza e dos dons humanos. Dá voz para abordar o estigma, a marginalização e o desempoderamento que caracterizam o nosso mundo”, afirmou.

Pessoas com deficiência encontram muitas barreiras tanto na igreja como na sociedade, entre elas “as teologias enganosas e crenças culturais”. Isso estigmatiza e marginaliza, não possibilitando que essas pessoas possam contribuir para o bem comum, apontou Halabi.

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