Desde 1984, Teresa Leitão atua em movimentos sindicais. Já foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que ajudou a fundar, e diretora da Associação dos Orientadores Educacionais de Pernambuco.
Por Pedro Alves e Ricardo Novelino, g1 PE
Teresa Leitão vota de cadeira de rodas. No sábado (1º), a então candidata sofreu uma queda numa caminhada de campanha e fraturou o fêmur, sendo submetida a uma cirurgia — Foto: Mariana Leal/Divulgação
Teresa Leitão (PT) foi eleita senadora de Pernambuco, neste domingo (2). Ela é a primeira mulher da história a ocupar esse cargo pelo estado.
A senadora eleita vai substituir, no Congresso, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), eleito em 2014, quando era do PSB. Ele não tentou se reeleger nas eleições deste ano.
Teresa Leitão tem 70 anos e, desde 2000, é filiada ao PT, único partido de sua carreira política. Está no quinto mandato de deputada estadual na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), tendo sido eleita pela primeira vez em 2002.
No sábado (1º), durante uma caminhada de campanha em Paulista, no Grande Recife, a candidata sofreu um acidente, fraturou o fêmur e passou por uma cirurgia. Neste domingo (2), deixou o hospital para votar.
Antes de entrar na política, era professora da rede estadual de ensino, formada em pedagogia em 1975, pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Atualmente, está aposentada do cargo.
Desde 1984, Teresa Leitão atua em movimentos sindicais. Já foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que ajudou a fundar, e diretora da Associação dos Orientadores Educacionais de Pernambuco.
Cada estado tem direito a três cadeiras no Senado Federal, totalizando 81 parlamentares na casa. Neste ano, cada estado elege um candidato.
Os outros dois senadores de Pernambuco em exercício foram eleitos em 2018: Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB). Os mandatos são de oito anos.
O primeiro suplente de Teresa Leitão é o ex-deputado federal Silvio Costa (Republicanos). O segundo suplente é Francisco Alexandre (PT).
Em 2002, além Teresa, outras três mulheres disputaram o Senado Federal: Dayse Medeiros (PSTU), Eugênia Lima (PSOL) e Roberta Rita (PCB).
Confira os números da votação para o Senado:
- Teresa Leitão (PT): 46,12% (2.061.276 votos);
- Gilson Machado (PL): 29,55% (1.320.555 votos);
- André de Paula (PSD): 12,69% (567.367 votos);
- Carlos Andrade Lima (União Brasil): 5,78% (258.289 votos);
- Guilherme Coelho (PSDB): 4,19% (187.364 votos);
- Eugênia Lima (PSOL): 1,01% (45.358 votos);
- Esteves Jacinto (PRTB): 0,35% (15.701 votos);
- Dayse Medeiros (PSTU): 0,29% (12.844 votos);
- Roberta Rita (PCO): 0,01% (666 votos).
Campanha
Em maio deste ano, Teresa Leitão foi confirmada como candidata ao Senado pela Frente Popular de Pernambuco, na chapa de Danilo Cabral (PSB), candidato ao governo de Pernambuco.
Isso ocorreu após uma série de tratativas entre o PT e o PSB, que, neste ano, também disputaram a presidência da República, com Lula (PT) e Alckmin (PSB).
Inicialmente, cogitava-se o nome da deputada federal Marília Arraes, então no PT, para o Senado. Entretanto, devido à postura de oposição dela com relação ao PSB, o PT passou a analisar a indicação de Teresa Leitão ou do deputado federal Carlos Veras (PT) para a vaga.
Com isso, Marília Arraes passou a se movimentar para sair do partido, para candidatar-se ao governo. Devido à iminente saída de Marília Arraes do PT, houve, então, uma reunião do Grupo Tático Eleitoral do PT, que, sem que ela estivesse presente, anunciou o nome de Arraes ao Senado.
Ela respondeu com uma postagem nas redes sociais, em que disse ter o nome utilizado como “massa de manobra”. Dias depois, a candidata deixou o PT e se filiou ao Solidariedade. A ata de filiação foi abonada pelo presidente nacional da legenda, deputado federal Paulinho da Força. No mesmo dia, Marília Arraes tornou-se presidente do partido e anunciou a pré-candidatura.
Um mês depois, ainda sem definição de candidatura ao Senado pela Frente Popular, havia um imbróglio a ser decidido. Em nome de uma aliança nacional com o PSB, o PT abriu mão de uma possível candidatura do senador Humberto Costa (PT) ao governo de Pernambuco, mas fazia questão de indicar o candidato ao Senado. O candidato seria, até então, Carlos Veras.
O PSB, por sua vez, como líder da Frente Popular de Pernambuco, demorou a se posicionar. Foi aí que a atual vice-governadora Luciana Santos (PC do B) se lançou como pré-candidata ao Senado.
Havia, então, duas indicações de candidatos ao Senado na mesma federação, formada pelo PT, PC do B e PV.
Em maio, Teresa Leitão foi finalmente confirmada como candidata ao Senado, e liderou as pesquisas do Ipec desde o início da campanha. Esteve, no começo, tecnicamente empatada com outros candidatos, em especial com André de Paula (PSD), integrante da chapa de Marília Arraes.
No início de setembro, subiu nove pontos e saiu de 15% para 24%, ficando isolada na disputa. Chegou aos 32% em 27 de setembro e confirmou a liderança.
Teresa sempre colou sua imagem a Lula. O ex-presidente gravou vários vídeos dizendo que ela era a preferida em Pernambuco.
PT elege senadores em Pernambuco, Ceará, Piauí e Pará
Teresa Leitão, Camilo Santana, Wellington Dias e Beto Faro passam a integrar a bancada do PT no Senado a partir de fevereiro de 2023
PT.ORG.BR
O Partido dos Trabalhadores elegeu quatro senadores neste domingo. O destaque é Teresa Leitão, que será a primeira senadora da história de Pernambuco. Ao lado dela na bancada do PT no Senado, a partir de fevereiro de 2023, estarão Wellington Dias (Piauí), Camilo Santana (Ceará) e Beto Faro (Pará).
Quadro histórico do PT, Teresa Leitão foi eleita com mais de 46% dos votos dos pernambucanos. Ela está no quinto mandato de deputada estadual e é coordenadora do Setorial Nacional de Educação. Seja como parlamentar ou dirigente do partido, Teresa Leitão tem uma atuação política marcada pela defesa e valorização da educação, do serviço público, da cultura, dos direitos humanos e dos direitos da mulher e das trabalhadoras e trabalhadores.
Além disso, é uma das deputadas mais produtivas da Assembleia Legislativa, onde é líder da bancada do PT e autora de 202 projetos de lei, apenas na atual legislatura. Professora aposentada, formada em Pedagogia pela Unicap, ela ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Pernambuco (Sintepe).
Dois ex-governadores na bancada
A bancada contará também com dois ex-governadores que deixaram os mandatos para disputar o Senado com altos índices de aprovação: Wellington Dias e Camilo Santana.
É a segunda vez que Wellington é eleito senador, agora com 51% dos votos. Eleito em 2010, ele exerceu o mandato entre 2011 e 2014. Antes disso, ele havia sido governador do Piauí por dois mandatos e repetiu o feito depois desse período. Para os quatro mandatos, foi eleito e reeleito no primeiro turno.
Fenômeno das urnas, as gestões do senador eleito fizeram o Piauí avançar em todos os indicadores econômicos e sociais. Mesmo o resumo surpreende: o PIB do Estado passou a crescer acima do Nordeste e do Brasil, a internet é a 2ª mais veloz do Brasil, todos os municípios passaram ser interligados por asfalto, é campeão em vacinação contra a Covid-19, o salário de professores é superior ao piso nacional e tem o ciclo completo da educação, inclusive superior, em todos os 224 municípios.
Iniciou a sua carreira política em 1992, quando se elegeu vereador da capital Teresina. Em 1994, é eleito deputado estadual e também presidente do diretório regional do PT (1995-1997). Nas eleições de 1998, é eleito o primeiro deputado federal pelo PT no Piauí.
Camilo Santana também vem de dois governos de sucesso no Ceará, que deixou com impressionantes 80% de aprovação popular. Agrônomo com mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, foi superintendente do Ibama no Ceará e secretário estadual de Desenvolvimento Agrário do Estado. Em 2010, foi eleito deputado estadual mais votado. Em 2012, se tornou secretário das Cidades do governo Cid Gomes.