Também foi tema desta Assembleia a aprovação de algumas moções. Uma delas foi a moção de repúdio pelo processo de cassação aberto contra seis deputadas na Câmara dos Deputados: Célia Xakriabá, Érika Kokay, Fernanda Melchionna, Juliana Cardoso, Sâmia Bonfim e Talíria Petrone

 



Brasília foi sede, nos dias 15, 16 e 17 de junho (2023), da XX Assembleia Geral Ordinária e da Assembleia Geral Extraordinária do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Inspirados sob o tema “Aprendei a fazer o bem, praticai a justiça” (Is 1:17), as pessoas participantes foram hospedadas no Instituto São Boaventura, na Asa Norte.

“Seremos lembrados pelo que fazemos, a exemplo de Jesus, que passou pelo mundo fazendo o bem e curando males. Movidos pelo Evangelho, devemos, como CONIC, sair, ir ao encontro, se fazer presente na vida dos que sofrem, despertando o missionário itinerante que habita em cada cristão. Não podemos nos silenciar, mas abrir nossos lábios e corações gritando, denunciando a injustiça que fere e que mata. Pois ser cristão é não emudecer diante do sofrimento da outra pessoa, mas ser voz para quem não a tem”, disse na abertura do encontro, o então presidente do Conselho, pastor Inácio Lemke.

Igrejas-Membro

O evento reuniu representantes das igrejas-membro do CONIC: a Aliança de Batistas do Brasil (ABB), a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU).

Também estiveram presentes delegados e delegadas dos Regionais do CONIC, da Comissão Teológica e representantes de organizações fraternas, como o Centro de Estudos Bíblicos, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço, que este ano completa 50 anos, o Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização e à Educação Popular, a Fundação Luterana e Diaconia, o Centro Ecumênico de Formação e Educação Comunitária, Koinonia, o Conselho Latino Americano de Igrejas (Clai/Brasil) e o Movimento dos Focolares.

Concílio de Niceia

Os debates foram estimulados, inicialmente, pela reflexão sobre os “1.700 anos do Concílio Ecumênico de Niceia (325)”, buscando abordar os desafios atuais em relação à unidade das igrejas, respeitando sua diversidade e autonomia. Também foram discutidas a relação entre a igreja e o poder estabelecido, bem como o papel da profecia em seu serviço às causas dos pobres e excluídos.

Como introdução ao tema a ser refletido (o Concílio de Niceia), a pastora Odja Barros, da Aliança de Batistas do Brasil, e Reinaldo Olécio, pastor da Igreja Presbiteriana Unida, conduziram diálogo sobre resgate da importância do Concílio para a caminhada ecumênica. Felipe Buttelli, pastor da IECLB, atuando na Comunidade de Goiânia, membro da comissão de Fé e Ordem no CMI, trouxe elementos provocativos sobre o debate teológico e as questões do contexto histórico do Concílio de Nicéia para o contexto atual de diálogo ecumênico. “O Concílio nos provoca a pensar sobre como garantir a unidade, como viver na diversidade, como refletir sobre o processo colonial que ainda vivenciamos e como respondemos a esse processo como povo, como Igrejas”, disse.

A reverenda anglicana Bianca Daebs, da Igreja Episcopal Anglicana, assessora para o ecumenismo da CESE e membro da Comissão Teológica do CONIC, pontuou os desafios e esperanças a partir das reflexões dos grupos e dos contextos sociais atuais no Brasil, buscando refletir sobre “o que as igrejas estão propondo para resistir aos modelos colonizadores?” “Somos Igreja de contestação ou de legitimação? Ecumenismo é movimento periférico porque questiona as estruturas de poder hierárquico eclesial que abandona a voz profética”, afirmou.

Moções e Reforma no Estatuto

Também foi tema desta Assembleia a aprovação de algumas moções. Uma delas foi a moção de repúdio pelo processo de cassação aberto contra seis deputadas na Câmara dos Deputados (Célia Xakriabá, Érika Kokay, Fernanda Melchionna, Juliana Cardoso, Sâmia Bonfim e Talíria Petrone – saiba mais aqui: https://tinyurl.com/2texx5as).

Em relação à reforma do Estatuto do CONIC, destaca-se o parágrafo que regula reuniões híbridas, assim descrito: “As Assembleias Gerais poderão ser realizadas de forma presencial, remota ou híbrida, na forma da lei, cabendo à Diretoria esclarecer a sua modalidade, quando da convocação, e garantir a segurança e incolumidade da contagem de quórum e votação.

Novo membro fraterno

Durante a assembleia, a admissão da Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (ABEFI), de Novo Hamburgo RS, como membro fraterno, foi aprovada.

Nova diretoria para o quadriênio 2023-2027

Além disso, uma nova diretoria foi eleita para o quadriênio 2023-2027:

Bispa Magda Guedes (IEAB) – Presidência
Bispo Manoel João Francisco (ICAR) – 1ª Vice-Presidência
Pastora Sinodal Patrícia Bauer (IECLB) – 2ª Vice-Presidência
Josileide Santos (ABB) – Secretaria
Lucas Colucio (IPU) – Tesouraria


O novo Conselho Fiscal, também eleito, ficou assim composto:

Titulares:

Padre José Bizon (ICAR)
Pastor Bruno Moreira da Silva Clemente (ABB)
Reverendo Nilo Silva Júnior (IEAB)


Suplentes:

Mayrinkellison Peres Wanderley (ABB)
Ema Marta Dunck (IECLB)
Edoarda S. Scherer (ICAR)


Constatações importantes

Durante a Assembleia, também foi constatada a necessidade de fortalecer a diaconia das igrejas-membros. “É preciso que nossas igrejas estejam mais engajadas nas ações diaconais em que o CONIC está envolvido, como é o caso do projeto Imigrantes e Refugiadas: tecendo sororidade – que dá suporte esse público nas cidades de Joinville e São Paulo”, afirmou a secretária-geral, pastora Romi Bencke. Também foi frisada a importância das igrejas se empenharem tanto no sustento espiritual quanto econômico do CONIC.

Outro momento importante foi a aprovação da Semana Ecumênica, que acontecerá durante a Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), e a inclusão da SOUC nos calendários litúrgicos das igrejas-membro. Além de fortalecer e reforçar o ecumenismo entre as igrejas, a Semana Ecumênica terá como objetivo ampliar as coletas para o CONIC e capilarizar o diálogo como dimensão missionária e evangelizadora. 

Em espírito de sororidade e fraternidade

Ao longo de todo o encontro, a oração e a convivência fraterna foram fontes de inspiração. No encerramento, uma bênção foi concedida em agradecimento à antiga diretoria pelo trabalho realizado, assim como uma calorosa acolhida à nova gestão que agora chega.
 
 

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