Quase lá: Ato em solidariedade à Zezé do MTST com presença das feministas

Feminista e líder comunitária foi presa na segunda (3), movimentos apontam tentativa de criminalização dos lutas sociais e condenam processo judicial tendencioso

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Claudia, Nayara e Guacira, feministas em defesa dos movimento sociais e contra a prisão arbitrária de Zezé do MTST

 

Na sexta-feira (7/6), lideranças sociais, movimentos feministas e partidos políticos se reuniram em Brasília para protestar contra a prisão de Maria José Costa Almeida, conhecida como Zezé do MTST. Guacida Oliveira, diretora do Cfemea, esteve presente e manifestou o compromisso das feministas da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) e do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) com a defesa dos direitos de Zezé, que estão sendo violentados por um processo judicial cheio de falhas e tendencioso.

 

 

Zezé é reconhecida pela luta por moradia popular no DF. - Fotos: Mídia NINJA

A prisão, na última segunda-feira (3), da líder comunitária e coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no Distrito Federal, Maria José Costa Almeida, conhecida como Zezé do MTST,  tem mobilizado organizações sociais na luta contra a criminalização dos movimentos sociais.

Como parte das ações, grupos e coletivos de cultura popular realizaram ontem (7/6) um ato em solidariedade a Zezé na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic, na região central de Brasília. 

“Nossa companheira foi condenada e presa de forma arbitrária na frente do seu filho. Mais uma mulher, preta, periférica presa injustamente”, destacou a organização do ato.

Guacira Oliveira do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) observa que Zezé é uma mulher aguerrida, corajosa e lutadora. “Tive a grande oportunidade de conviver muito de perto com ela, durante quase um ano em que nós feministas estivemos mobilizadas, solidárias, apoiando as mulheres na Ocupação Maria da Penha, em Arapoanga, Planaltina. A baixinha Zezé se torna gigante para organizar a luta contra as injustiças, para enfrentar os machistas, os agressores de mulheres dentro e fora das ocupações, para proteger as meninas dos abusos, para exigir o cumprimento da responsabilidade do poder público com a garantia de direitos, para denunciar as violações”, destacou. 

Já o militante do Movimento de Esquerda Socialista, Gabriel Elias, chamou atenção para a gravidade da criminalização dos movimentos sociais e convocou todo campo progressista a participar do ato. “É princípio universal da esquerda, que deveria ser comum a todo mundo que defende a democracia, a solidariedade e a unidade contra as arbitrariedades do Estado. Lutar pela liberdade da Zezé é lutar pelo próprio direito de lutar por direitos”, disse Gabriel, destacando a atuação de Zezé na militância por moradia, dos movimentos negro e cultural.

:: Mais de 50 organizações manifestam repúdio à prisão de coordenadora do MTST no DF ::

Uma nota com a assinatura de mais de 80 organizações de todo o país repudiam a prisão de Zezé e apontam que se torna mais um exemplo de criminalização de movimentos sociais. “Não podemos aceitar que, em nome da justa luta pelo direito a uma casa para morar, mais uma mulher negra faça parte das estatísticas de encarceramento do Brasil”.

Entenda

A líder comunitária e coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no Distrito Federal,  Maria José Costa Almeida, conhecida como Zezé do MTST, foi presa nesta segunda-feira (3), pela Polícia Civil do DF Planaltina, após um mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

De acordo com a decisão da justiça, Zezé foi condenada por crimes de extorsão e ameaça, que segundo sua defesa foi baseada em testemunhas, o que fortalece o argumento de que a líder comunitária foi alvo de retaliação ao seu trabalho histórico nos movimentos sociais, por direito à moradia. 

Em nota o MTST disse que o caso é um flagrante de injustiça e apontou que a condenação é baseada em um processo “sem provas, após denúncias frágeis que atribuíram a ela o crime de extorsão”.

“Durante o processo, foram apresentadas várias testemunhas que atestaram a inocência de Maria Zezé e nenhuma prova que apresentasse a veracidade das acusações. Mas mesmo assim houve a condenação e ontem ela foi detida em frente ao seu filho adolescente, sem que nunca fosse comprovada verdadeiramente a sua culpa”, destaca trecho da nota.

Redação do Cfemea, com informações do Brasil de Fato

 


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